Entidade promove live para destacar concurso de qualidade de café
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil realizou, na terça (2), uma live sobre o Prêmio CNA Brasil Artesanal Cafés Especiais Torrados. O concurso, que tem o objetivo de reconhecer a qualidade da produção e valorizar cafeicultores do país, está com as inscrições abertas até o dia 23 de abril, nas categorias arábica e canephora (conilon).
A live foi moderada pela assessora técnica da Comissão Nacional do Café da CNA, Raquel Miranda, e contou com a participação da consultora e barista Helga Andrade, e da consultora de qualidade da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Camila Arcanjo.
Raquel Miranda, assessora técnica da Comissão Nacional do Café da CNARaquel Miranda, assessora técnica da Comissão Nacional do Café da CNA
Na abertura do debate, Raquel contextualizou o universo do café especial no Brasil e falou sobre a importância do prêmio para o produtor rural. “Trata-se de uma ação da CNA e parceiros, desenvolvida em todo o Sistema, federações e sindicatos rurais, com o intuito de fomentar a agregação de valor e diferenciação dos produtos comercializados pelos produtores rurais”, destacou a assessora técnica.
Helga Andrade explicou como o grão do café é considerado especial enquanto matéria prima, seguindo padrões pré-estabelecidos de torra e moagem. A especialista também falou sobre as etapas do processo produtivo, como a escolha da cultivar, local de cultivo, técnicas de manejo, colheita e pós-colheita, além da personalidade que o mestre de torra e o baristas conferem no momento da torra e da extração do café.
Helga Andrade, consultora e baristaHelga Andrade, consultora e barista
“O produto passa por uma série de critérios e padronizações para ser considerado um produto especial e de alto valor agregado. Utilizamos como referência o que é recomendado pela Speciality Coffee Association (SCA)”, disse.
Segundo ela, o café especial, ao ser avaliado, deve seguir atributos sensoriais como doçura, acidez, sabor, aroma e equilíbrio, entre outros. “Essas características, observadas pelo consumidor final, são avaliadas por nós – provadores treinados para categorizar esses cafés”, afirma Helga.
A consultora da ABIC descreveu o processo de avaliação sensorial dos cafés especiais após a moagem ou torra dos grãos, quando estão prontos para serem disponibilizados ao consumidor final e não obedecem a um padrão pré-estabelecido de torra e moagem.
De acordo com Camila, a avaliação sensorial do café torrado também segue um protocolo bem rígido, passando por pelo menos quatro avaliadores, que utilizam 24 descritores para qualificar a bebida para o consumidor final, como amendoado, frutado, entre outros sabores.
Camila Arcanjo, consultora de qualidade da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC)Camila Arcanjo, consultora de qualidade da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC)
“Não são levados em consideração os vários pontos de torra, como o mais claro, o médio e o escuro, que já faz parte da estratégia de posicionamento da marca e torrefação para atender a determinado perfil de consumidor”, disse Camila.
Ela explicou como é realizada a avaliação nos concursos promovidos pela ABIC e também sobre o Prêmio CNA Brasil Artesanal. “O principal retorno para os produtores que participam dos concursos é que vamos avaliar tecnicamente o trabalho que está sendo executado por esses produtores, podendo identificar os erros e acertos. A partir disso produtor poderá identificar e agregar ainda mais valor ao seu café e posicionar sua marca de café especial no mercado. brasileiro”, enfatizou.
Raquel também explicou que o edital prevê critérios que devem ser cumpridos simultaneamente, em relação aos volumes de produção agrícola e de industrialização do grão. Confira aqui o regulamento completo no site do Sistema CNA/Senar.
Os produtos devem se enquadrar no estilo de cafés especiais, segundo o Protocolo Brasileiro de Avaliação Sensorial de Café Torrado, metodologia adotada pela ABIC. Serão avaliados critérios como: alta doçura, excelente qualidade de acidez, baixo amargor, aromas intensos com notas frutadas, florais, especiarias, baunilha e até levemente alcoólico.
O concurso terá três etapas de avaliação. Na primeira, as amostras dos cafés serão analisadas por um júri técnico, que selecionará dez produtos, sendo cinco de cada categoria. Em seguida, os produtos selecionados participam da fase do júri popular, onde ocorre a degustação por consumidores finais. A última etapa será a avaliação das histórias dos produtores rurais.
Os dez produtos selecionados, vão receber certificados e prêmios em dinheiro. Os três primeiros vão receber também o Selo de Participação Ouro, Prata e Bronze.
Toda a live pode ser assistida no canal do YouTube do Sistema CNA/Senar:
Serviço:
Inscrições: até o dia 23 de abril pelo site da CNA
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