Desértico Dubai tem 100 milímetros de chuva e registra forte enchente
Tempestades deixaram Dubai debaixo d’água nesta terça-feira, 16. Imagens mostram shoppings alagados, carros submersos nas ruas e aviões mais parecidos com barcos – no Aeroporto Internacional de Dubai (DXB), o segundo mais movimentado do mundo, aeronaves tentavam cruzar as pistas inundadas. O caos tem explicação: em apenas 12 horas, foram 100 milímetros, o equivalente a um ano de chuva no país, de clima quente e seco.
Frente ao dilúvio, as operações foram interrompidas por quase trinta minutos. Nas redes sociais, o DXB emitiu avisos de que múltiplos voos “estão enfrentando atrasos ou interrupções” devido ao tempo ruim, acrescentando que as equipes estão “trabalhando muito para que todos sejam afetados passageiros ao seu destino final com segurança”. A empresa alertou, ainda, para a existência de “grandes inundações nas estradas de acesso ao redor de Dubai que levam ao aeroporto”.
O Dubai Mall e o Mall of the Emirates, principais centros comerciais do país, se viram cercados por água. A ponta do Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, foi tocada por raios que iluminavam o céu. Em estações do metrô, o alagamento foi tamanho que chegou à altura dos tornozelos. As escolas, por sua vez, fecharam as portas, posicionamento que deve ser repetido nesta quarta-feira, 17. Nas rodovias, veículos foram abandonados.
Os amantes de esporte também foram, indiretamente, afetados pela confusão climática. A semifinal da Liga dos Campeões Asiáticos entre o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, e o Al Hilal, da Arábia Saudita, foi adiada por 24 horas. A disputa seria realizada em Abu Dhabi, capital emiradense.
O pé d’água faz parte de um grande um sistema de tempestades que afeta a Península Arábica, incluindo o Irã, e o Golfo de Omã – onde ao menos 18 pessoas morreram. A quente Dubai, assim como o resto do país, não tem a infraestrutura preparada para lidar com eventos climáticos extremos, cada vez mais comuns ao redor do globo.
A alteração brusca no script de Dubai é reflexo da mudança climática provocada pelo homem, já muito conhecida por países europeus – em janeiro, o Reino Unido emitiu centenas de alertas de enchentes após a tempestade Henk atingir as regiões ao sul. Na semana passada, Rússia e Cazaquistão retiram 100 mil pessoas de seus lares na pior inundação em décadas. Acredita-se que o temporal continuará a provocar problemas nesta quarta-feira, incluindo granizo.