Na Agrishow, cana, café, algodão e arroz atenuam queda em vendas de máquinas
Nos corredores da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil, em Ribeirão Preto (SP), sons de sinos e buzinas a gás são ouvidos com frequência por quem caminha pelos mais de 20 quilômetros de ruas. Cada vez que eles tocam, significa que um novo negócio foi fechado pelos expositores. E quem tem feito mais “barulho” são os produtores de cana-de-açúcar, café, algodão e arroz.
Com a queda nos preços da soja e do milho nos últimos anos, outras commodities agrícolas despontam no evento e atenuam o recuo nas vendas gerais. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquina e Equipamentos (Abimaq), o segmento amarga 44,9% de queda nos últimos 12 meses.
Para Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland na América Latina, o cenário positivo para culturas que não são soja e milho mitiga, mas não soluciona o desafio do setor de máquinas para 2024. “Com os tratores, conseguimos amenizar a queda no volume, porque atende outros setores, como o de café e arroz, por exemplo, além de entrar em licitações governamentais que incentivam as compras. Não resolve, mas ajuda”, disse.
Outra característica que marca esta edição da feira é o novo perfil dos compradores. “A maioria das negociações foram feitas com pequenos e médios produtores, de cana, citros e café, principalmente. São máquinas menores, que, apesar do ticket menor, dão volume”, reforça Ordely Júnior, gerente de vendas da Massey Ferguson.