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Frustação muito grande entre os cafeicultores brasileiros


Por José Roberto Marques da Costa

Com volume negócios de 35.468 lotes, cerca de 10 mil lotes a mais que quinta-feira,  em NY, julho teve  forte alta 8,70 cents fechando a 206,60 cents, variando de 197,90 cents a 207,15 cents, rompendo as três resistências do dia em 199,25 cents, 201,93 cents e 203,52 cents. Na semana variou 14,40 cents com a mínima em 192,75 cents a máxima em 207,15 cents, acumulando alta de 5,45 cents  

O volume em Londres atingiu 16.743 lotes, cerca de 1 mil lotes a menos de quinta-feira, julho fechou com forte alta de US$ 98 a tonelada a US$ 3.518/t, variando de US$ 3.410/t a US$ 3.524/t , rompendo as três resistência do dia em US$ 3.436/t, US$ 3.453/t e US$ 3.480/t. Na semana variou US$ 168 a tonelada, de US$ 3.356/t a US$ 3.524/t, acumulando alta de US$ 78.

Segundo o analista do vietnã, Nguyen Quang, a diferença de preço e arábica e robusta caiu  47,02 cents para  42,77 cents com preços do café em ambas as bolsas aumentaram acentuadamente nesta sexta-feira, quando o índice DXY estava na área de 104,20-104,40 pontos. Para ele, o IPC de abril de 2024 nos EUA teve um impacto negativo sobre o dólar e aumentou as expectativas de que a Reserva Federal pudesse começar a cortar as taxas de juro já em setembro de 2024, com uma política monetária mais frouxa. Isto foi um ótimo bom sinal para a procura de várias commodities, petróleo que fechou em alta, ouro fechou em nova máxima histórica, prata que teve a nível mais elevado desde 2013 e café arábica em robusta, com os investidores procurando  um porto seguro.  

O relatório da CFTC divulgado na ontem, referente a 14 de maio mostrou  queda nas posições compradas ( 6.675 lotes) e queda nas posições vendidas ( 3.337 lotes) dos grandes fundos, menor nível dos últimos 19 meses, neste período a variação de maio passou de 196,65 cents a 200,85 cents, alta de 4,20 cents. Os dados mostram queda de 7,93% ( 3.438 lotes) nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram forte queda, passando 288.177 lotes para 277.617 lotes.

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 39.905 posições líquidas compradas, sendo 54.536 posições compradas e 14.531 posições vendidas ( menor nível desde 12/10/2022 ), no último dia 14. No relatório anterior, referente a 07 de maio, eles tinham 43.343 posições líquidas compradas sendo 61.211 posições compradas e 17.868 posições vendidas.  As empresas comerciais diminuíram suas posições líquidas vendidas, registravam  saldo de 90.300 posições líquidas vendidas sendo 61.246 posições compradas e 151.546 vendidas. No relatório anterior do dia 14, possuíam 95.331 posições líquidas vendidas, sendo 63.496 posições compradas e 158.827 posições vendidas.

De acordo com Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café, o café robusta tem um fator peculiar nesse momento que é a falta de disponibilidade de produto da safra brasileira. O mercado está percebendo que, na ausência do Vietnã, o Brasil também não tem mercadoria para atender a demanda que só cresce no momento. No Espírito Santo, Estado que mais produz café robusta no Brasil, os relatos são de uma quebra entre 30% a 50% do potencial inicial da safra. Por lá, a colheita está em torno de 25% da área, destaca o corretor.

Os trabalhos em campo para o café arábica também decepcionaram neste início de safra 2024/25, o que levou os investidores a especular sobre reduções no potencial de produção. Devido ao impacto do fenômeno El Niño, as floradas foram irregulares em Minas Gerais e no Espírito Santo, com isso, vem sendo observado um menor rendimento tanto na hora da colheita quanto na secagem dos grãos do café.

O efeito do clima sob a colheita que se iniciou no Brasil também gera uma incógnita na qualidade dos grãos. Segundo consultor de café da empresa MM Marcus Magalhães, no Espírito Santo, mesmo com o café irrigado, há uma frustração muito grande e deixa muito ruim a sensação no mercado, que esperava uma safra melhor, mas a qualidade está comprometida. No Sul da Bahia e na Zona da Mata (MG) orou a semana com baixa liquidez, produtores estão entregando café das vendas feitas, mas vendas novas ninguém quer colocar as caras para saber com mais precisão o que colheu e o que vão entregar.

Para Alysson Fagundes, engenheiro da Fundação Procafé, a safra deste ano será mais uma repleta de desafios para o produtor e o que chama atenção geral é a peneira muito ruim, isso já mostra que vai ter impacto significativo no rendimento, é um café de peneira menor, isso já está claro no sul de Minas como um todo. Ele atribui o fator da peneira mais baixa às condições climáticas registradas entre os meses de outubro e dezembro, com o café não tendo o crescimento que precisava ter, faltou água e altas temperaturas, aí o café não consegue crescer dentro da normalidade.

 Assim como vem sendo observado em todas as regiões produtoras, as temperaturas estão mais quente neste outono, o que tem feito com que o café fique menos tempo no terreiro para o processo de secagem. O café está chegando no terreiro como nunca foi visto antes, sem precisar ir para os secadores. É algo que chama atenção. Os terreiros estão vazios, mas não por baixa quantidade de café, mas porque o café não para no terreiro. Passa muito rápido, vai pra tulha e beneficiamento, é algo totalmente atípico.

Nas áreas de atuação da Minasul, a cooperativa já começou a receber da safra , mas segundo José Marcos Magalhães o período é considerado dentro do ideal, mas alerta também para uma safra de peneira mais baixa. Nós esperávamos pelas chuvas que aconteceram um enchimento de grãos mais adequado, mas os primeiros grãos estão baixos. 

Na região da Alta Mogiana, William Freiria - gerente de negócios da Cocapec, afirma que para a aproveitar a alta nos preços alguns produtores anteciparam a colheita, mas que ainda acontece de forma muito tímida. É importante ressaltar que nessa área devido as condições climáticas dos últimos anos, o ciclo inverteu e a safra deve ser menor em 2024. "As condições do tempo ajudam para a qualidade e a gente vê também o produtor mais animado com o bom momento dos preços. A Cocapec espera pelo recebimento de mais de um milhão de sacas e as movimentações devem começar a ganhar ritmo nas próximas semanas", afirma.

Devido a dificuldade de obter peneiras altas nesta safra, o mercado  já começou nesta semana aumentar os diferenciais entre café de peneira alta e café grinder. Na quinta-feira, cooperativa  no sul de Minas, vendeu peneira alta a R$ 1.260,00 e café da safra 2023/24 com 20 % a R$ 1.160,00, diferencial de R$ 100,00 a saca. No final da tarde de ontem, a mesma cooperativa vendeu café da safra 2023/2024 a R$ 1.240,00 com 15%, mas retirou de vendas as peneiras alta. O café peneira 17/18 operava em NY com diferencial  de apenas de 3 cents de desconto e café grinder tipo 6/7 está em 35 cents de desconto nos contratos futuros.

Indicador do arábica da Agnocafé fica em R$ 1.240,00, alta de R$ 40,00

O indicador de café do arábica da safra 23/24 da Agnocafé com 15% cata fica em R$ 1.240,00, alta de 3,33% ( + R$ 40,00 ) nesta sexta-feira (17) e café livre a R$ 1.220,00. No mês acumula alta de R$ 10,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 200,00 e em dólar fica em US$ 243,00.

O peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.340,00, cereja a R$ 1.260,00, café certificado a R$ 1.280,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.250,00, 20% a R$ 1.230,00, com 25% a R$ 1.220,00 com 30% a R$ 1.210,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.140,00, duro/riado/rio, R$ 1.100,00, rio a R$ 1.060,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 1010,00 repasse de beneficiamento a R$ 1.080,00  e riado a R$ 1.020,00 e escolha fica em R$ 15,80 o quilo de aproveitamento.

Produção de café na América Central  próximo a níveis historicamente baixos

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou que a produção de café em três importantes produtores da América Central será praticamente estável, perto de níveis historicamente baixos, uma vez que a região enfrenta problemas climáticos e escassez de mão de obra devido à migração.

O USDA divulgou esta semana relatórios de seus postos na Guatemala, Costa Rica e El Salvador, países que produzem principalmente café arábica de alta qualidade. Os pesquisadores do departamento encontraram problemas semelhantes nessas áreas, que impedem uma melhor produção e exportação. “A produção de café da Costa Rica deverá permanecer em níveis quase recordes, uma vez que os desafios cambiais, a persistente escassez de mão-de-obra e a precipitação acima da média impedem a recuperação do sector”, afirma o relatório de San José.

“O setor cafeeiro salvadorenho continua a ser afetado pela vulnerabilidade climática e pela ausência de uma estratégia de longo prazo”, afirma o relatório de San Salvador. “A falta de disponibilidade de mão-de-obra devido à migração nas zonas rurais está a afetar as atividades agrícolas, como a poda, a renovação de árvores e a colheita e processamento de frutos silvestres”, acrescentou.

“A broca do café continua a ser uma praga importante, pois o café maduro cai no chão e não pode ser colhido devido à falta permanente de mão de obra (impulsionada pela migração) que afeta a agricultura da Guatemala”, disse o pesquisador da Cidade da Guatemala. A Guatemala é o quarto maior exportador mundial de café arábica. O USDA projetou a produção de café da Guatemala em 2024/25 em 3,25 milhões de sacas, 100 mil sacas abaixo da safra anterior. As exportações ficaram estáveis em 2,97 milhões de sacas.

A produção de café da Costa Rica em 2024/25 foi projetada em 1,18 milhão de sacas, estável em relação a 2023/24. As exportações caíram de 8 mil sacas para 962 mil sacas, disse o USDA.
A produção de El Salvador em 2024/25 foi projetada em 560 mil sacas, apenas 5 mil sacas a mais do que no ciclo anterior e longe do pico de 20 anos atrás, quando o país produzia quase 3 milhões de sacas.

Prêmios do robusta na Indonésia sobem para US$ 1.200 a tonelada

Os preços do café no Vietname recuperaram a marca dos 100.000 dong (US$ 3,93) por kg esta semana devido a preocupações com as condições meteorológicas que podem prejudicar a próxima colheita.  Os agricultores das terras altas centrais, a maior área de cultivo de café do Vietname, vendiam grãos por 100.400 a 102.00 dong por kg, acima dos 94.000 a 97.000 dong da semana passada.“Vimos muito mais chuvas em maio em comparação com os meses anteriores, mas ainda temos que esperar para ver”, disse um trader baseado no cinturão do café, acrescentando que os agricultores venderam a maior parte dos seus estoques.

A Tuan Loc Commodities disse em uma nota esta semana que os agricultores estavam cuidando diligentemente de suas plantações e preenchendo todas as vagas disponíveis com novas árvores jovens, depois de se beneficiarem de bons rendimentos nesta temporada e dos baixos preços dos fertilizantes. Os traders ofereceram 5% de robusta preta e quebrada com um prêmio de US$ 600 a US$ 700 por tonelada em relação ao contrato de julho.

Na província indonésia de Lampung, na ilha de Sumatra, um trader ofereceu grãos robusta com um ágio de US$ 1.200 em relação ao contrato de julho, acima dos US$ 720 para US$ 820 de duas semanas atrás, em meio a uma queda no terminal de Londres e à oferta local limitada.  Outro trader ofereceu US$ 1.100 a US$ 1.200 pelo contrato de julho.

No final de Abril, o Vietname tinha exportado 65-70% da produção do ano-safra de 2023-2024.  Segundo dados do Departamento Geral de Alfândegas, o Vietname exportou 737.797 toneladas de café nos primeiros 4 meses do ano com um valor recorde de 2,5 bilhões de dólares, um aumento de 2,8% em volume e até 53,4% em valor face ao mesmo valor. período do ano passado graças ao aumento dos preços.

Contudo, a quantidade de café exportada tende a diminuir nos últimos meses. Só em abril, atingiu apenas 152.073 toneladas, no valor de quase 573 milhões de dólares, uma queda de 19,5% em volume e 14,7% em valor em relação ao mês anterior e, ao mesmo tempo, uma queda de 7% em valor em relação ao mesmo período do ano passado. quantidade, mas aumentou 43,6% em valor.
Este é o terceiro mês consecutivo em que as exportações de café diminuem em relação ao mesmo período do ano passado, um sinal de que a oferta na atual safra pode estar se esgotando.

De acordo com Nguyen Nam Hai, presidente da Associação de Café e Cacau do Vietname (Vicofa), as alterações climáticas não afetam apenas o Vietname, mas também afetam regiões em crescimento a nível mundial. “Espera-se que o ano-safra 2023-2024 seja mais afetado pelo El Niño do que os anos-safra anteriores. Os principais países produtores de café, como o Brasil, a Indonésia e a Índia, são todos afetados por quebras nas colheitas, com a produção agrícola deste ano a diminuir cerca de 10-15%. Enquanto isso, na safra 2023-2024, a produção de café vietnamita deverá diminuir 10%", disse um representante da Vicofa.

Previsão de chuva em grande parte do Vietnã até até 23 de maio

O Centro Nacional de Previsão Hidrometeorológica do Vietnã (NCHMF) emitiu nesta manhã de quarta-feira um alerta para chuvas de 4-8 cm (1,5-3 polegadas) e tempestades nas regiões Norte, bem como chuvas fortes de 2 a 4 cm (0,8 a 1,5 polegadas) na região Centro-Norte, de 15 a 16 de maio. Tempestades e chuvas de 1,5-3 cm (0,6-1,2 polegadas) estão previstas nas Terras Altas Centrais e nas regiões Sul na tarde e noite de 15 e 17 de maio.

Fortes rajadas de vento, relâmpagos, granizo e possíveis tornados podem acompanhar as tempestades. Chuvas podem provocar inundações em áreas baixas e deslizamentos de terra em encostas instáveis. O NCHMF emitiu um alerta de nível 1 sobre o risco de desastres naturais devido a granizo, tornados e relâmpagos nas áreas afetadas.

As autoridades provavelmente emitirão novos alertas ou atualizarão/rescindirão avisos existentes à medida que as condições climáticas mudarem nos próximos dias. É provável que chuvas moderadas a fortes e tempestades persistam na região Norte de 19 a 20 de maio, de Thanh Hoa a Thua Thien Hue de 20 a 21 de maio, e nas Terras Altas Centrais e na região Sul de 16 a 23 de maio.

Ótimo final de Semana


Comentarios

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Data: 19/05/2024 18:40 Nome do Usuário: João do bagaço
Comentário: Aqui no bagaço ( lajinha Mg ) e só bença, café graúdo é bonito como nunca vi , deve ser nosso clima !!!
Data: 18/05/2024 10:34 Nome do Usuário: Francisco
Comentário: Lavoura aqui que safra passada foi 35% peneira 17 acima esse ano foi 8%. Secando muito rápido de tão miúdo q está. Sul de minas.
Contrato Cotação Variação
Março 318,65 - 8,20
Maio 314,90 - 7,20
Julho 309,10 - 7,05
Contrato Cotação Variação
Março 4.968 - 88
Maio 4.897 - 80
Julho 4.817 - 75
Contrato Cotação Variação
Março 403,50 - 5,50
Maio 396,55 - 5,20
Julho 384,50 - 9,35
Contrato Cotação Variação
Dólar 6,1810 + 0,30
Euro 6,3660 + 0,66
Ptax 6,1563 - 0,84
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 2420,00
    Safra 23/24 20% R$ 2290,00
    Peneira14/15/16 R$ 2450,00
    Duro/riado/rio R$ 2040,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2350,00
    Safra 23/24 15% R$ 2300,00
    Certificado 15% R$ 2340,00
    600 defeitos R$ 2060,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Duro/Riado 15% R$ 2100,00
    Cereja 20% R$ 2320,00
    Safra 23/24 15% R$ 2300,00
    Safra 23/24 20% R$ 2290,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2300,00
    Safra 23/24 25% R$ 2280,00
    Rio com 20% R$ 1920,00
    Peneira 17/18 R$ 2530,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 2290,00
    Safra 23/24 30% R$ 2270,00
    Duro/Riado 20% R$ 2080,00
    Escolha kg/apro R$ 30,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2300,00
    Safra 23/24 25% R$ 2280,00
    600 defeitos R$ 2030,00
    Duro/riado 25% R$ 2060,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1241,90
    Cepea Conilon R$ 1851,63
    Conilon/Vietnã R$ 1684,00
    Agnocafé 23/24 R$ 2300,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1850,00
    Conilon T. 7 R$ 1840,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1830,00