Cooperativa cafeeira estimula práticas sustentáveis junto aos associados
Produzir com responsabilidade. Esse é um dos apelos mais atuais no que se refere às atividades rurais, incluindo a cafeicultura. A sustentabilidade tornou-se centro de importantes discussões e iniciativas no setor cafeeiro e na medida em que o café conillon vem sendo colocado sob o holofote do mercado, inserir princípios sustentáveis dentro da cadeia torna-se vital e necessário.
A Cooabriel tem atuado de forma a promover e a incentivar essas práticas junto aos seus cooperados, bem como inserindo-as em seus próprios processos. Dentre as ações mais significativas está a parceria estabelecida com o Programa Cultivado com Respeito, da Nestlé.
De acordo com o Supervisor Agrícola da Nestlé, Ikaro Almeida, a Cooabriel é a primeira cooperativa a ingressar no Programa. “Uma das intenções dessa iniciativa é atingir esse perfil de produtores cooperados, com o propósito de expandir a abrangência do programa e originar cafés 100% sustentáveis. A Cooabriel é um parceiro-chave para auxiliar no alcance desses objetivos”.
Cooperados do estado do Espírito Santo e do sul da Bahia estão inseridos nas unidades pertencentes ao programa, que segue o Protocolo 4C (Código Comum para a Comunidade Cafeeira).
Em virtude da parceria, a Cooabriel passou por uma importante auditoria externa, após a qual foi certificada sem não-conformidades. A auditoria, que analisa documentação, processos e estruturas físicas, visitou as unidades de armazenagem da cooperativa em Jaguaré e São Gabriel da Palha, no Espírito Santo, e em Teixeira de Freitas, na Bahia.
A coordenadora de sustentabilidade da Cooabriel, Sabrina Gobbi Scaldaferro, explica que um dos enfoques da auditoria está na rastreabilidade: “Este é um fator importante dentro da sustentabilidade, pois a rastreabilidade é o que garante ao consumidor final a origem do café consumido, o que está amplamente ligado à segurança alimentar, à qual o consumidor tem estado cada vez mais atento. Por isso, na auditoria, são analisados tanto os processos dentro dos armazéns, quanto dentro da porteira, nas propriedades”.
Para esse fim, a amostragem também incluiu propriedades rurais inseridas no programa, como a do cooperado Jander Valiato. O produtor rural afirma adotar os princípios de sustentabilidade em sua propriedade já há vinte anos.
“Com o 4C, aprimoramos alguns detalhes e atualizei os conhecimentos que já possuía. Os ganhos são muitos. Em primeiro lugar, a recuperação do solo, mas também somos beneficiados com a conservação da água, além do incentivo financeiro, pois há valor agregado ao café. Pretendo manter esse estilo de trabalho”, afirma.
Ainda de acordo com Almeida, é perceptível o engajamento dos produtores no que se refere à produção de cafés sustentáveis. “Essa é uma demanda tanto nacional quanto internacional e os produtores têm entendido isso. Antes os temas de sustentabilidade e certificação eram vistos como algo que não valiam a pena, mas hoje percebem que não se trata apenas de receber um prêmio ou um valor a mais pela saca de café, há todo um contexto envolvido.”, finaliza.
O presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, afirma que, ao produzir sob os conceitos sustentáveis, os benefícios são múltiplos. “Dentro do tripé da sustentabilidade, tanto o produtor obtém ganhos, quanto o viés ambiental é contemplado. A sustentabilidade é algo que deve ter cada vez mais enfoque e para isso precisamos colocar uma energia cada vez maior, pois toda a cadeia sairá ganhando”, avalia.