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Seca precoce começa prejudicar a produtividade da próxima safra


Por José Roberto Narques da Costa

Os preços dos contratos futuros do café arábica e robusta encerraram a sexta-feira, em queda, em meio ao avanço do dólar no mercado internacional após a publicação de dados de atividade dos Estados Unidos. Os investidores seguem atentos ao rumo dos juros americanos. As evidências de um rápido crescimento da atividade comercial nos Estados Unidos empurraram o dólar para cima, um vento contrário para o café, eliminando todos os ganhos obtidos durante a semana.

Com volume de negócios de 30.645 lotes, o café arábica de setembro teve queda de 5,35 cents fechando a 225,00 cents, variando de 224,05 cents a 232,05 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 225,82 cents. Durante a semana variou 13,20 cents de 223,05 cents a 236,25 cents, acumulando alta de 0,60 cents. Os estoques de certificados ficaram estáveis em 831.595 sacas, esperando certificação 51.726 sacas e na semana acumula alta de 16.561 sacas. O volume dos cafés brasileiros  representa mais de 51% nos estoques de cerificado, cerca de 425 mil sacas, depois vem Peru  com 94 mil sacas e Nicarágua com 84 mil sacas. Honduras que anos atrás tinha mais de 80% dos cafés certificados, atualmente está com apenas 30 mil sacas. 

Durante uma semana volátil, o nível de 233,00 cents mostrou um forte suporte nos três primeiro pregões, na quinta-feira, a volalidade chegou a 7,45 cents, mas a valorização global do dólar e alta dos rendimentos dos Treasuries durante o pregão impediu que setembro ultrapasse a linha de resistência 236,40 cents, tecnicamente em forte canal de alta onde pode buscar níveis acima de 245,00 cents, máxima do começo de abril.  No pregão desta sexta-feira, o foco principal estava na divulgação do índices de gerentes de compras (PMIs) e até a divulgação, setembro operava a níveis acima de 230,00 cents, caso índice ficase abaixo do esperado poderia começar a operar acima de 235,00 cents e entra no canal de alta.

Depois da divulgação de índice mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos, ordens de venda começaram aparecer com forte intensidade com anúncio da S&P Global sobre o Índice de Gerentes de Compras dos Estados Unidos, que subiu 54,6 pontos, atingindo o nível máximo em 26 meses em junho, ampliando o nível de emprego no país, o que pode suscitar a manutenção dos juros da economia em níveis mais altos, levando setembro a romper o primeiro suporte e levando próximo a 224 cents, mantendo o suporte da semana de 223,00 cents.

De acordo com o analista de mercado Kinh Vu do Vietnã, tecnicamente, o mercado de Arábica é muito fácil de subir para atingir o antigo pico que ocorreu em 18 de abril de 2024 a 243,30 cents, quando o aumento de preços da quinta-feira trouxe este mercado para a área inicial de uma reversão de tendência de alta de curto prazo.

Os preços do café estão sendo apoiados pelo clima quente e seco no Brasil e no Vietnã, que reforçou as preocupações sobre a produção  dos dois principais produtores mundiais de café. Os revendedores continuaram a acompanhar de perto a colheita no maior produtor, o Brasil.  Os comerciantes disseram que a colheita estava um pouco à frente do ritmo da temporada passada, mas persistiam preocupações sobre a queda de redimento depois de benefeciado.

O inverno é tradicionalmente uma estação seca nas regiões de café, quando a chuva é escassa e ocorre, em geral, só na passagem de grandes frentes frias. Só que este ano, o período de seca começou mais cedo. O mês de maio já foi de pouquíssima chuva e em junho, até o dia 20, estava sem chuva. O inverno de 2024 será marcado por menos chuva do que o normal e temperaturas acima da média. Os eventos de chuva serão raros. Em plena colheita no Brasil, a atenção dos produtores está concretada no clima que provocou uma queda  média de produtividade em 15% nesta safra e esta seca precoce já está começando a comprometer a safra brasileira de café do próximo ano

O Climatempo, informou que o tempo seco em todas as áreas, especialmente no interior de SP e estado de MG. Muitas áreas, especialmente norte de SP, Triângulo Mineiro e noroeste de MG, poderão passar os meses de julho e agosto inteiros sem chuva nenhuma. Por conta da atuação frequente e persistente de bloqueios atmosféricos, que favorecem tempo muito seco, as temperaturas ficam acima da média em SP, Triângulo Mineiro e sul de MG; um pouco acima da média no RJ, litoral do ES e noroeste de MG.

 Segundo o novo relatório da consultoria Prime, divulgado nesta segunda-feira (17/6), o parque cafeeiro do Brasil poderá render uma colheita total de 64,92 milhões de sacas na safra 2024/25, que está em pleno andamento nas principais regiões produtoras. Desse volume, 43,39 milhões de sacas seriam de arábica e 21,53 milhões de conilon. As variações climáticas estão por trás das previsões da Pine, que argumenta ter mapeado prejuízos no peso dos grãos e de peneira para os dois tipos de café.

Para chegar a estes dados, analistas da consultoria realizaram um tour em principais fazendas produtoras de café arábica nos estados de São Paulo e Minas Gerais entre os dias 1 de maio e 4 de junho deste ano. No caso do café conilon, o acompanhamento foi feito por satélite nas plantações de conilon no Espírito Santo, Bahia e Rondônia. Em relação à produtividade esperada para a temporada 2024/25, o café arábica pode chegar a 28,6 sacas por hectare, apurou o relatório. Enquanto o conilon poderá render 55,5 sacas por hectare. Nas análises realizadas ‘in loco’, notou-se que a produtividade está diretamente relacionada às condições climáticas.

No  levantamento da Safras & Mercado divulgado nesta sexta-feira aponta que o volume colhido tem decepcionado, especialmente em meio à colheita de grãos miúdos destacada por produtores, o que deve resultar em uma revisão para baixo. Somando a colheita esperada de arábica e conilon, a previsão preliminar da Safras era de que o Brasil produzisse 70,37 milhões de sacas  em 2024, o número não considera eventual revisão citada em relatório.

O´café conilon, em termos de volume, o tempo seco da safra tem trazido um resultado da colheita abaixo do esperado, o que deve motivar uma revisão no número de safra. A ideia atual é de um corte entre 8% e 14% em relação à previsão preliminar, embora algumas regiões já registrem perdas de até 20% em relação à perspectiva anterior ao início da colheita. A safra do arábica mais miúda continua preocupando bastante, devido à dificuldade em conseguir peneira 17/18, o que explica o ágio pago para os cafés mais graúdos na exportação. Também cresce o ruído no mercado de uma possível correção negativa nos números de arábica.

No relatório da USDA de quinta-feira, o aumento de produção da safra 2024/2025 usa como parâmetros números irreais e totalmente fora da realidade, o aumento de 3,5 milhões de sacas da safra do Brasil e 3,25 milhões da sacas da Indonésia e também baseado na produção do Vietnã em 29 milhões sacas, queda de 100 mil sacas ante a safra anterior. Para a USDA a Colômbia deve produzir 12,4 milhões de sacas, alta de 900 mil sacas ante a produção da safra do ano passado.

A USDA informou no seu relatório de hoje que produção mundial de café para 2024/25 deverá recuperar 7,1 milhões de sacas em relação ao ano anterior, para  176,2 milhões devido  principalmente à recuperação contínua no Brasil,  estimativa otimista de 69,9 milhões de sacas ante a 66,4 milhões de sacas da safra 20223/204, à recuperação da produção na Indonésia de 10,9 milhões de sacas ante a produção de 7,65 milhões de sacas da safra anterior e a Colômbia em 12,4 milhões de sacas, alta de 900 mil sacas ante a 11,5 milhões da safra anterior. Com suprimentos adicionais, as exportações globais deverão aumentar em 3,6 milhões de sacas, para 123,1 milhões, principalmente devido ao forte remessas da Indonésia e do Brasil. O consumo deverá aumentar em 3,1 milhões de sacas, para 170,6 milhões. Espera-se que os estoques finais aumentem em 1,9 milhão de sacas, para 25,8 milhões, após três anos de declínio.

Nas últimas duas semanas, a Agnocafé levantou dados sobre a queda de produção nas principais regiões do Brasil depois do beneficiamento do café, a média ficou em 15%. As estimativas de safra antes do começo da safra variavam de 60 milhões a 70 milhões, com esta perda devido ao efeito climático tudo indica que a produção deve ficar entre 51 milhões de sacas a 60 milhões de sacas, média de 55 milhões de sacas.         

O volume de negócios em Londres atingiu somente 11.863 lotes, o setembro teve queda de US$ 72 fechando a US$ 4.104/t, variando de US$ 4.085/t a US$ 4.208/t, sem força para romper o primeiro suporte em US$ 4.068/t e ultrapssar a primeira resistência em US$ 4.208/t, acumulando alta de US$ 95 na semana. De acordo com o analista de mercado Kinh Vu do Vietnã, os preços do café robusta acima de US$ 4.243 a tonelada, tem forte  potencial de continuar de buscar US$ 4.500/t, que deve ser muito possível em um futuro próximo.

" Os preços do café também registraram ganhos consideráveis, nas últimas quatro semanas, uma vez que as fracas exportações vietnamitas e as chuvas abaixo da tendência no Brasil impulsionaram o sentimento de alta", disse a BMI em nota na sexta-feira. Os revendedores disseram que o mercado continuou a receber apoio da oferta restrita do maior produtor de robusta, o Vietnã.

 “A oferta no Vietnã está excepcionalmente escassa agora e os preços permanecem altos, por isso não foram fechados tantos negócios”, disse um trader baseado no cinturão cafeeiro do Vietnã.

 Segundo o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Vietnã, atualmente restam muito poucos estoques de café no mercado interno. Prevê-se que a produção de café no próximo ano-safra continuará a diminuir em cerca de 20% devido ao recente clima quente prolongado que levou a uma seca severa nas Terras Altas Centrais. 

Na Indonésia, o terceiro maior produtor mundial, a produção de café também deverá diminuir em 20%. Além das condições meteorológicas adversas, como as altas temperaturas e a seca no Sudeste Asiático causadas pelo fenómeno El Nino, alguns agricultores migraram para outras culturas.

Ótimo Final de semana


Comentarios

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Data: 22/06/2024 17:43 Nome do Usuário: Francisco
Comentário: Por gentileza, voltem a publicar a cotação do colombiano. Bgd
Contrato Cotação Variação
Maio 370,70 +10,30
Julho 368,90 +10,50
Setembro 363,40 +10,50
Contrato Cotação Variação
Maio 5.364 + 101
Julho 5.354 + 115
Setembro 5.278 + 112
Contrato Cotação Variação
Maio 480,00 + 3,45
Julho 449,80 0
Setembro 443,60 + 6,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,8940 + 0,73
Euro 6,6660 + 0,37
Ptax 5,8425 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2380,00
    Moka R$ 2630,00
    Safra 23/24 20% R$ 2710,00
    Peneira14/15/16 R$ 2800,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2300,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2780,00
    Safra 23/24 15% R$ 2720,00
    Certificado 15% R$ 2770,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Moka R$ 2580,00
    Duro/Riado 15% R$ 2460,00
    Cereja 20% R$ 2750,00
    Safra 23/24 15% R$ 2720,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Rio com 20% R$ 2300,00
    Safra 23/24 15% R$ 2720,00
    Safra 23/24 25% R$ 2700,00
    Peneira 17/18 R$ 2930,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 2710,00
    Safra 23/24 30% R$ 2690,00
    Duro/Riado 20% R$ 2370,00
    Escolha kg/apro R$ 36,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2720,00
    Safra 23/24 25% R$ 2700,00
    Duro/riado 25% R$ 2450,00
    600 defeitos R$ 2570,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 2720,00
    Cepea Arábica R$ 2480,60
    Cepea Conilon R$ 1635,37
    Conilon/Vietnã R$ 1612,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1660,00
    Conilon T. 7 R$ 1640,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1620,00