Quebra de produção vai se consolidando após cada dia de trabalho
Santos, sexta-feira, 5 de julho de 2024
O tempo seco contribui com os trabalhos de colheita da safra brasileira de café, que avançam com rapidez. Os cafeicultores estão com suas atenções voltadas para a colheita e benefício da nova safra e mostram preocupação com a quebra no volume de produção, que vai se consolidando após cada dia de trabalho. Ninguém mais duvida da quebra na produção desta safra 2024/2025. O debate agora é sobre o volume das perdas, que varia conforme a região deste país de dimensões continentais.
Para turvar mais o quadro, o final do período de chuvas começou cedo este ano, entre a segunda quinzena de abril e início de maio, conforme o Estado produtor, mas as temperaturas acima da média continuaram, o que elevou as perdas de umidade por evaporação nos cafezais. O longo período de seca e a chegada do La Niña no segundo semestre, levam os cafeicultores brasileiros a olhar com apreensão para a próxima safra de café 2025/2026. Com os seguidos anos de problemas climáticos em todo o mundo, cresce a probabilidade de voltarem a sofrer perdas no próximo ano. Com esse cenário, mostram muita cautela na venda de seus cafés.
Em uma semana confusa, com muita instabilidade na cotação do dólar frente ao real, e feriado ontem nos EUA, os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, e na ICE Europe, em Londres, apresentaram acentuadas oscilações diárias. Trabalharam nesta sexta-feira em forte alta. Cederam parte dos ganhos no fechamento, mas mesmo assim encerraram o dia com boas altas.
Os contratos de arábica para setembro próximo na ICE Futures US, oscilaram hoje 670 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 2,3305 por libra peso, em alta de 885 pontos. Fecharam valendo US$ 2,2895 por libra peso, em alta de 475 pontos. Ontem não houve pregão em Nova Iorque e anteontem esses contratos caíram 310 pontos. Subiram 245 pontos na terça-feira e caíram 195 pontos na segunda-feira. Somaram alta de 215 pontos na semana. Fecharam a sexta-feira passada valendo US$ 2,2680 por libra peso, subindo 180 pontos nessa semana.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para setembro bateram hoje em 4.232 dólares na máxima do dia e fecharam valendo US$ 4.185 por tonelada, em alta de 32 dólares. Ontem subiram 95 dólares e anteontem caíram 34 dólares. Na terça-feira subiram 25 dólares e na segunda apresentaram alta de 56 dólares. Somaram alta de 174 dólares por tonelada nesta semana. Fecharam na sexta-feira passada valendo US$ 4011 por tonelada, recuando 93 dólares nessa semana. Subiram 95 dólares na semana anterior à passada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram hoje 9.270 sacas. Fecharam esta sexta-feira em 811.359 sacas. Há um ano eram de 544.595 sacas, quando eram considerados criticamente baixos. Subiram neste período 266.764 sacas. Subiram nesta semana 3.965 sacas. No mês de junho subiram 22.623 sacas. No mês de maio subiram 125.013 sacas.
O dólar fechou a R$ 5,4620 em queda de 0,44 %. Ontem caiu 1,47 %. Recuou frente ao real nos três últimos dias desta semana, após os sinais do governo federal de que irá cumprir com o arcabouço fiscal. Nesta semana, a moeda americana perdeu 2,27 % frente ao real. Na sexta-feira passada encerrou a semana a R$ 5,588. Subiu na semana passada 2,71 % e, no mês de junho, apresentou alta frente ao real de 6,46 %.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo em Nova Iorque terminaram esta sexta-feira valendo R$ 1.654,19. Terminaram a sexta-feira passada a R$ 1.676,46.
Com os contratos de café na ICE americana em alta, mas com o dólar em baixa frente ao real, o mercado físico brasileiro de arábica teve hoje um dia calmo, praticamente paralisado. Os produtores recusaram as bases de preços oferecidas pelos compradores, o que se repetiu por toda a semana, derrubando o volume de negócios fechados.
Uma frente fria no Sul mantém o tempo instável e as temperaturas baixas sobre o Sul do País neste final de semana. Nas áreas produtoras do Paraná e do interior de São Paulo há previsão para variação de nebulosidade, mas com baixa probabilidade para ocorrência de chuva. O tempo seco e quente vai predominar sobre as áreas produtoras de café, favorecendo as atividades de colheita. No início da próxima semana uma frente fria deve avançar lentamente em direção ao Sudeste espalhando instabilidades sobre o estado de São Paulo e estão previstas chuvas de moderada intensidade entre São Paulo e o sul de Minas Gerais entre os dias 9 e 13 de julho. Além da chuva, o sistema virá acompanhado por um novo declínio das temperaturas sobre o centro-sul do Brasil, mas por enquanto não há indicativo para extremos de temperatura mínima e nem risco para ocorrência de geadas em áreas produtoras (CLIMATEMPO).
Até dia 5 os embarques de julho estavam em 174.154 sacas de café arábica, 49.892 sacas de café conilon, mais 13.506 sacas de café solúvel, totalizando 237.552 sacas embarcadas, contra 206.317 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 5 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 710.974 sacas, contra 499.883 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 28, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 5, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo 215 pontos ou US$ 2,84 (R$ 15,53) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 28 a R$ 1.676,46 por saca, e hoje sexta-feira, dia 5, a R$ 1.654,19. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 475 pontos.
Data: 06/07/2024 14:16 Nome do Usuário: Paulo jose Comentário: Como senhor Antonio francisquine disse,qt a safra dos outros nao sei,mas a minha safra ,ja no final, terá uma quebra de 20 a 25%
Relevante para mercado,tbm nao sei,mas foi frustrante,descepcionei