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Em junho, exportação de café do Brasil será a menor dos últimos 10 meses


Por José Roberto Marques da Costa

 O café arábica e robusta fecharam em alta com o mercado ampliar expectativa por cortes de juros do Federal Reserve (Fed) em 2024. Investidores digerem a desaceleração na geração de empregos, junto a uma série de dados macroeconômicos publicados nesta semana. O enfraquecimento do mercado de trabalho e do setor de serviços alimenta expectativas pelo início da flexibilização monetária do Fed. O café recebeu impulso particularmente da baixa intensa nos juros dos Treasuries e do dólar, tomando a preferência na busca por ativos seguros diante das incertas geopolíticas e macroeconômicas em nível global.

Na sexta-feira, o principal relatório de empregos dos EUA (payroll) veio acima da mediana de analistas em junho, ao apontar criação de 206 mil empregos, mas teve revisão significativa para baixo nos números de maio e abril. O resultado parece confirmar a desaceleração do mercado de trabalho, embora ainda demonstre força em outros subíndices, dá algum espaço para o Fed esperar antes de cortar juros.

Além da queda dos juros dos Treasuries e desvalorização global do dólar, outros fundamentos que estão impulsionsando café arábica está sendo clima seco no Brasil, com alguns lotes com grãos menores do que o normal sendo observados como uma provável consequência. No Vietnã, a falta de chuvas coloca dúvidas sobre o potencial da safra no país. No mês passado, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), estimou uma oferta de 29 milhões de sacas no país para a temporada 2024/25. Por outro lado, algumas casas locais estimam volumes menores, que variam até 20 milhões de sacas, devido não só ao tempo seco, mas também ao registro de chuva abaixo do esperado.

Com volume de negócios de 31.059 lotes, o café arábica de setembro teve alta de 4,75 cents fechando a 228,95 cents variando de 226,05 cents a 233,05 cents, rompendo as três resistências do dia, em 226,93 cents, 229,67 cents e 231,58 cents. Na semana fortemente volátil, variou 11,60 cents de 221,45 cents a 233,05 cents, acumulasndo alta de 2,15 cents. Na segunda-feira variou 9,55 cents, terça-feira 9,65 cents, quarta-feira 4,65 cents e sexta-feira 7,00 cents. Nos últimos 30 dias, somente dois pregões ( 10 e 11 ), setembro fechou abaixo de 223,00 cents, e nesta sexta-feira foi décimo sexto pregões consecutivo onde o importante suporte em 223,00 cents é preservado. Gráfico técnico mostra forte resistência acima de 236,00 cents,  na próxima semana, tudo indica que deve continuar a "briga" em 236,40 cents, nível que a Agnocafé define como "divisor de água".

Segundo trader, ao longo do feriado nos Estados Unidos, os contratos de robusta voltaram a ter valorização em Londres e isso contribuiu para o bom andamento logo na abertura dos negócios em Nova Iorque. Há uma percepção efetiva que a disponibilidade de grãos robustas seja bem limitado e isso também reflete no comportamento dos arábicas, principalmente diante de uma demanda que se mostra consistente. Há uma sustentação interessante para alguns indicadores de preço.

Nos próximos 60 dias, o radar do mercado de focar as entradas de masas polares nas regiões de café do Brasil, uma forte massa de ar polar deve atingir, na segunda quinzena de julho, algumas regiões do centro-sul do Brasil. Porém, uma onda de frio tende a se espalhar e se intensificar sobre o Brasil já no decorrer da semana que vem, com o avanço da onda de frio de maneira continental gerando posiveis  risco para geadas nas lavouras de café e de milho.

Segundo Eduardo Carvalhães, o tempo seco contribui com os trabalhos de colheita da safra brasileira de café, que avançam com rapidez. Os cafeicultores estão com suas atenções voltadas para a colheita e benefício da nova safra e mostram preocupação com a quebra no volume de produção, que vai se consolidando após cada dia de trabalho. Ninguém mais duvida da quebra na produção desta safra 2024/2025. O debate agora é sobre o volume das perdas, que varia conforme a região deste país de dimensões continentais. Para turvar mais o quadro, o final do período de chuvas começou cedo este ano, entre a segunda quinzena de abril e início de maio, conforme o Estado produtor, mas as temperaturas acima da média continuaram, o que elevou as perdas de umidade por evaporação nos cafezais. O longo período de seca e a chegada do La Niña no segundo semestre, levam os cafeicultores brasileiros a olhar com apreensão para a próxima safra de café 2025/2026. Com os seguidos anos de problemas climáticos em todo o mundo, cresce a probabilidade de voltarem a sofrer perdas no próximo ano. Com esse cenário, mostram muita cautela na venda de seus cafés.

 As exportações brasileiras de café em grão em junho de 2024 ficaram em 3,387 milhões de sacas nos primeiros 20 dias úteis da quarta semana computadas gerando uma receita de US$ 801,934 milhões e preço médio por saca de US$ 236,77, segundo dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex ). O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) também deve confirmar esta forte queda das exportações. Até dia 05 de julho, os embarques referente ao mês de junho totalizaram somente 3,5 milhões de sacas, queda de 20% ante a maio, sendo 2,5 milhões de sacas de arábica, 760 mil sacas de conillon e 240 mil sacas de café solúvel.

A exportação de 3,5 milhões de sacas em junho, será a menor embarques de café brasileiro dos últimos 10 meses ( setembro de 2023 foram embarcadas 3,340 ) milhões de sacas ). Com a performance no acumulado da safra 2023/24, o Brasil chega a exportações de 47,2 milhões de sacas novo recorde das exportações da safra, superando o maior volume histórico até então, obtido na temporada 2020/21, quando o país comercializou 45,7 milhões de sacas.

Mercado Interno

Segundo o relatório de mercado da Atlântica Coffe, no FOB, os compradores esperam diferenciais bem mais baratos para este início de safra principalmente nos 17/18. Os diferenciais de graúdo se distanciam de peneiras miúdas, que podem chegar acima de 12 centavos dependendo da qualidade. Existem demandas para entregas no curto prazo, porém poucos negócios se concretizando. Os cafés Rio Minas mantêm diferenciais firmes e vendedores buscam por alterar graúdo para 16/18 e os cafés 15/16 para os embarques de 14/16. Para embarques futuros algumas demandas no mercado, mas diferenciais não parecem atrair a tomada de decisão do comprador.  Durante a semana, o ritmo de venda do café não melhorou e a liquidez interna dos negócios continua como antes. Com a moeda mais fraca e também a NY mais alta do mercado atual, os produtores veem um apoio para vender menos volume de café, pois podem se beneficiar de um aumento de preço.

O indicador de café do arábica da safra 23/24 da Agnocafé com 15% cata fica em R$ 1.460,00, alta de 1,39% ( + R$ 20,00 ) nesta sexta-feira (05) e café livre a R$ 1.440,00. No mês acumula queda de R$ 10,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 425,00 e em dólar fica em US$ 267,30. O peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.580,00, cereja a R$ 1.480,00, café certificado a R$ 1.490,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.470,000, 20% a R$ 1.450,00, com 25% a R$ 1.440,00 com 30% a R$ 1.430,00.  Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.340,00, duro/riado/rio, R$ 1.310,00, rio a R$ 1.250,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 1.210,00 repasse de beneficiamento a R$ 1.260,00  e riado a R$ 1.200,00 e escolha fica em R$ 18,20 o quilo de aproveitamento

"Os preços permaneçam altos no terceiro trimestre no Vietnã", diz Vicofa

O volume de negócios em Londres de 10.681 lotes, o setembro teve alta de US$ 32 a tonelada fechando a US$ 4.185, variando de US$ 4.133/t a US$ 4.240/t, rompendo a primeira resistência do dia em 4.203/t.  Na semana ( no pregão de quinta-feira teve o menor volume do ano, somente 7.693 lotes) variou US$ 294, de US$ 3.946/t a US$ 4.240/t, acumulando alta de US$ 174.

De acordo com a Bloomberg, os preços futuros do café Robusta aumentaram novamente porque os comerciantes estão monitorando de perto as chuvas no Vietnã e acreditam que os resultados são inferiores ao normal e afetarão definitivamente a produção futura deste país. De acordo com o meteorologista Maxar, partes do país do Sudeste Asiático provavelmente receberão chuva suficiente para aumentar ligeiramente a umidade do solo, que no passado foi superestimada. O clima quente e seco fez com que grandes áreas do Vietname no início deste ano danificassem os cafeeiros, levantando preocupações sobre a próxima colheita. “O mercado irá monitorar de perto o clima no Vietnã durante a estação chuvosa para ver se a safra do próximo ano pode se recuperar da seca de abril no Vietnã”, disseram analistas do Rabobank em um relatório.

Os preços do café no Vietnã continuaram a subir esta semana devido à escassez do produto no mercado, uma vez que os agricultores reduziram seus estoques, disseram os comerciantes na quinta-feira (4).  “O preço subiu ligeiramente devido aos fracos dados de exportação em junho, no entanto, com os estoques esgotados a partir de agora, as exportações mensais continuarão caindo até por volta de novembro, quando chegarão novos suprimentos da safra 2024/25.”, disse um trader do cinturão do café.

Segundo o Sr. Nguyen Nam Hai - Presidente da Associação Café - Cacau do Vietname (VICOFA), devido aos efeitos das alterações climáticas, a seca ocorre não apenas nas Terras Altas Centrais, mas também em todo o mundo. A oferta de café no mundo diminuiu drasticamente, empurrando os preços do café para níveis recordes de sempre.

No Vietname, nos últimos anos, os preços do café têm sido muito baixos, apenas cerca de 40 mil VND/kg, pelo que o investimento dos agricultores nesta cultura também é baixo, muitas famílias converteram áreas de cultivo de café em culturas de rendimento. durian, abacate, maracujá... Esse é o fator que reduz drasticamente a produção de café colhido. Além disso, algumas áreas de cultivo de café são antigas e ainda não tiveram tempo de replantar, o que afecta enormemente a produção.

De acordo com Nguyen Nam Hai, recentemente, os preços do café foram por vezes superiores a 120.000 VND/kg, três vezes mais elevados do que antes, forçando as empresas que comercializam este produto a mobilizar grandes quantidades de capital. As empresas contraíram empréstimos de capital e pagaram juros para comprar bens, mas ainda assim não conseguiram recolher o suficiente porque a colheita de café tinha sido esgotada pelas pessoas no ano-safra anterior. Atualmente, a colheita da nova safra de café só começa em outubro ou novembro. Portanto, a fonte de bens que as empresas podem comprar para exportação é muito limitada.

Nas regiões cafeicultoras do Vietname, os preços do café aumentaram dramaticamente, de 40 mil VND/kg no início de 2023 para 120 mil VND em maio de 2024. Em junho de 2024, os preços internos do café estagnaram, mantendo-se entre 117 mil e 119 mil VND/kg. A partir de julho de 2024, os preços internos do café continuaram a aumentar. Notavelmente, o presidente da VICOFA comentou: "A oferta de café do Vietname é escassa, enquanto os especuladores começaram a acumular produtos, pelo que se prevê que os preços do café no terceiro trimestre continuem a aumentar."

A Indonésia exportou 6.265,48 toneladas de grãos de café robusta da ilha de Sumatra em maio, uma queda de 54% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo dados oficiais. Os grãos de café robusta de Sumatra foram oferecidos com prêmio de US$ 950 (R$ 5.209) para o contrato agosto, sem alteração em relação à semana passada, já que os torrefadores locais mantiveram sua posição.

 O Gabinete Geral de Estatísticas do Vietname afirmou que a área atual de árvores de fruto atingiu 1.271,1 mil hectares em todo o país, um aumento de 2,6%  no primeiro semestre de 2024. Alguns tipos de árvores tiveram área aumentada: Durian atingiu 153,9 mil hectares, aumento de 17,4%; o maracujá atingiu 12,6 mil hectares, aumento de 9,3% ; A goiaba atingiu 27,2 mil hectares, aumento de 5,6%.  A área de culturas de produção perenes continua a diminuir porque nos últimos anos os preços dos produtos têm sido baixos, as vendas são difíceis e os lucros não corresponderam às expectativas, por isso as pessoas mudaram para o cultivo de árvores frutíferas.

Ótimo final de semana

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Data: 06/07/2024 18:45 Nome do Usuário: Carlos
Comentário: QUE NOVIDADE... SEM COMENTÁRIO NESTA NOTÍCIA
Contrato Cotação Variação
Maio 357,70 +14,85
Julho 353,60 +12,00
Setembro 347,80 +10,35
Contrato Cotação Variação
Maio 5.099 + 162
Julho 5.049 + 153
Setembro 4.971 + 138
Contrato Cotação Variação
Maio 472,70 + 8,30
Julho 443,30 +15,85
Setembro 428,70 +10,00
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,8710 - 0,46
Euro 6,6580 + 0,78
Ptax 5,8737 - 0,64
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 2600,00
    Safra 23/24 20% R$ 2690,00
    Peneira14/15/16 R$ 2780,00
    Duro/riado/rio R$ 2380,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2760,00
    Safra 23/24 15% R$ 2700,00
    Certificado 15% R$ 2740,00
    Duro/riado/rio R$ 2300,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2720,00
    Safra 23/24 15% R$ 2700,00
    Moka R$ 2580,00
    Duro/Riado 15% R$ 2460,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 2900,00
    Rio com 20% R$ 2300,00
    Safra 23/24 15% R$ 2700,00
    Safra 23/24 25% R$ 2680,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 2690,00
    Safra 23/24 30% R$ 2670,00
    Duro/Riado 20% R$ 2370,00
    Escolha kg/apro R$ 36,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2700,00
    Safra 23/24 25% R$ 2680,00
    Duro/riado 25% R$ 2450,00
    600 defeitos R$ 2570,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 2399,70
    Cepea Conilon R$ 1615,88
    Conilon/Vietnã R$ 1612,00
    Agnocafé 23/24 R$ 2700,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 7 R$ 1620,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1600,00
    Conilon T. 6 R$ 1640,00