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Depois de 40 anos, exportação robusta do Brasil ultrapassa do Vietnã


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos de café arábica fecharam em queda em NY, pressionado pela alta do dólar e dos juros dos Treasuries. O movimento ocorreu em face de perspectivas de diferencial dos juros entre Estados Unidos e Europa, além de incertezas quanto ao cenário político americano, colocando em segundo plano a consolidação de expectativas por cortes de juros do Federal Reserve (Fed). Geralmente, o dólar e os juros dos Treasuries competem com o café pela demanda por segurança, e parecem ter se beneficiado das incertezas quanto ao cenário político dos EUA.

Nesta sexta-feira praticamente todas as commodities fecharam em queda em meio ao aumento de incertezas políticas nos EUA, com informações de que o presidente Joe Biden deve renunciar à candidatura para um segundo mandato na Casa Branca nos próximos dias. A tensão elevou o índice VIX, conhecido como “termômetro do medo”, que mede a ansiedade do mercado, que subiu 10% para 15,93 pontos, maior nível desde maio

Seca, temperaturas altas e previsão de baixa umidade para os próximos 15 dias são fatores chaves para o final da colheita de café e para a oscilação de preços do arábica na bolsa de Nova York. No pregão desta sexta-feira, o volume de negócios atingiu 28.679 lotes,  setembro teve queda 2,70 cents ( - 1,12% ) fechando 238,20 cents, menor nível desde último dia 05 de julho, variando de 233,60 cents a 241,85 cents, rompendo os três suporte do dia em 239,13 cents, 237,37 e 234,33 cents, acumulando queda de 10,55 cents  na semana  influenciado pela alta dos rendimentos dos Treasuries e dólar se fortalece em escala global, confirmando o ambiente técnico de aversão ao risco.

De um lado, analistas não vem o dólar como fator principal da valorização, nem mesmo as eleições norte-americanas. Porém, agentes de mercado estão atentos à falta de umidade nos pés de café. "Todo o Brasil está em uma situação muito complicada, com baixa umidade relativa do ar com regiões com déficit hídrico gigantesco e sem chance de reversão desse quadro a curto prazo já que não há chuva", alerta Marcus Magalhães, da MM Cafés. Para ele, "adrenalina" do setor está concentrada na realização de lucros.

" Os fundamentos permanecem os mesmos. As preocupações com a oferta global de café são crescentes e inquietam o mercado. Ninguém mais dúvida da quebra na produção brasileira de café 2024/2025. O mês de julho ainda não terminou, e com o tempo seco, sem chuvas, a colheita brasileira avança com rapidez, já devemos ter colhido mais de 2/3 da produção deste ano. As informações que chegam de todas as regiões produtoras de arábica e de conilon, confirmam a quebra, não só devido ao tamanho dos grãos, ante os números anteriormente estimados. Já não há dúvidas sobre o volume severamente baixo de grãos peneiras 17 acima e de CDs - cereja descascados". diz Eduardo Carvalhaes

De acordo Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, a queda desta sexta-feira como algo mais especulativo. Para ele, os fundamentos do mercado permanecem os mesmos, como a produção de robusta na Ásia, e o rendimento sobre a safra brasileira. "Chama a atenção que muitas consultorias cortaram suas previsões de safra para o Brasil e o mercado não precificou isso como um fator de alta, talvez por se tratar de um alinhamento em relação às expectativas, que estavam elevadas, como é o caso do USDA que prevê uma safra no Brasil de 70 milhões de sacas", comenta Zotti. Nas projeções mais recentes da Pine, divulgadas em junho, o Brasil deve colher 64,92 milhões de sacas de café no ciclo 2024/25. 

 Com a confirmação de um bloqueio atmosférico, os próximos 15 dias no Brasil serão marcados pela escassez de chuva. Espera-se um clima seco, com baixos índices de umidade relativa do ar e alta concentração de aerossois em suspensão na atmosfera. De acordo com o Sistema de Informação sobre Secas na América do Sul (SISSA), diversos municípios do sudeste - Especialmente os mineiros - já não recebem chuva há quase três meses. É o caso de Belo Horizonte e Patos de Minas, que estão a 89 dias sem chuva; e também Unaí, que está a 95 dias sem chuva. Várias regiões de café na Mogiana, MG e ES devem ultrapassar 110 dias sem chuvas até o final do mês. 

 O relatório da CFTC referente a 16 de julho mostra os grandes fundos diminuíram suas posições compradas ( 2.999 lotes) e aumentaram levemente nas posições vendidas ( 47 lotes) dos grandes fundos, neste período a variação de setembro passou de 249,95 cents a 243,60 cents, queda de 6,30 cents. Os dados  mostraram quedas de 5,98% ( 3.046 lotes) nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram leve alta, passando 273.533 lotes para 276.856 lotes. Sempre mencionei, que os relatórios dos traders traz nas "entrelinhas" a tendência de mercado e a grande surpressa deste relatório das posições vendidas dos grandes investidores, no período teve queda de 6,30 cents, praticamente mantiveram suas posições, queda somente de 47 lotes de suas posições vendidas.

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 47.856 posições líquidas compradas, sendo 60.893 posições compradas e 13.037 posições vendidas no último dia 16. No relatório anterior, referente a 09 de julho, eles tinham 50.902 posições líquidas compradas sendo 63.892 posições compradas e 12.990 posições vendidas.  As empresas comerciais diminuíram suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 16 um saldo de 99.007 posições líquidas vendidas ( 63.018 posições compradas e 162.025 vendidas). No relatório anterior do dia 09, possuíam 103.307 posições líquidas vendidas ( 57.899 posições compradas e 161.196 vendidas). Em resumo 82,4% dos grandes investidores apostam na alta e 17,6% apostam na baixa

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 19 de julho, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.090.117 sacas (média diária de 110.006 sacas), alta de 1,3%, sendo 1330.853 sacas de café arábica, 565.893 sacas de café conillon ( + 25,8% ) e 193.363 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de julho totalizavam 2.621.820 sacas, alta de 4,9%, sendo 1.619.508 sacas de arábica, 722.788 sacas de conillon ( + 28,3% ) e 279.524 sacas de solúvel.

A  40 anos atrás a participação do Vietnã no mercado de café era insignificante, com volume de produção que mal alcançava 500 mil sacas, com forte investimento na produção do café robusta na safra, o crescimento da produção foi surpreendente atingindo a produção de mais 30 milhões de sacas em 2021 e exportação de 29 milhões de sacas em 2022. Nos últimos dois anos, devido ao fator climático e a queda constante na área de produção com a migração para outras culturas mais lucrativa que a Agnocafé batizou em "Vírus das Frutas" a produção começou despencar.

Segundo a Vicofa, no ano passada caiu para 24,5 milhões de sacas e nesta safra que começa a ser colhida em outubro deve ser produzidas 21 milhões de sacas, devido a queda na produção as exportações começaram a reduzir com forte queda nos estoque interno. No começo de julho, os estoques estavam em 3,5 milhões de sacas, segundo pesuisas entre os traders

As informações da Vicofa da semana passada mostravam que constante das exportações do Vietnã até a entrada da nova safra em novembro. Esta semana a Vicofa informou que nos primeiros 15 dias de julho, o Vietnã exportou  de 534 mil sacas de café, queda de 40,6%, foram 400 mil sacas de robusta,  39.200 sacas e  restante são outros tipos de café processado.
 As projeções indicam exportação de 1,068 milhões de sacas em julho, sendo 800 mil de robusta,78.400 sacas de arábica e 190 mil sacas de café processado.

 Pelo dados de sexta-feira da Cecafé, as projeções indicam embarques do Brasil de 4,1 milhões de sacas em julho, sendo 1,130 milhões de sacas de robusta. Depois de 40 anos, a exportação brasileira de café robusta deve ultrapassar do Vietnã em 330 mil sacas, um dado histórico no comercio de café, nunca previstos pelos analistas de mercado

Mercado interno .    

O indicador de café do arábica da safra 23/24 da Agnocafé com 15% fica em R$ 1.520,00, queda de 0,66% ( - R$ 10,00 ) nesta sexta-feira (19) e café livre a R$ 1.500,00. No mês acumula alta de R$ 50,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 485,00 e em dólar fica em US$ 271,23. O peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.670,00, cereja a R$ 1.540,00, café certificado a R$ 1.550,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.540,000, 20% a R$ 1.510,00, com 25% a R$ 1.500,00 com 30% a R$ 1.490,00. Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.420,00, duro/riado/rio, R$ 1.390,00, rio a R$ 1.330,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 1.290,00 repasse de beneficiamento a R$ 1.330,00  e riado a R$ 1.280,00 e escolha fica em R$ 18,50 o quilo de aproveitamento

Exportação de café do Vietnã deve cai mais de 40% em julho

Depois de meses de estiagem e o retorno das chuvas na principal região de café do Vietnã, o volume de negócios em Londres atingiu 11.169 lotes em Londres, setembro teve alta de US$ 51 a tonelada fechando a US$ 4.530/t, variando de US$ 156, de US$ 4.380/t, menor nível desde 10 de julho, a US$ 4.536/t, rompendo o primeiro suporte em US$ 4.229/t e fletando o segundo em US$ 4.380/t. Na semana acumula perda de US$ 87, variando US$ 286, de US$ 4.380/t a US$ 4.666/t, no mês acumula a forte alta de US$ 519.

De acordo com as últimas informações do Centro Nacional de Previsão Hidrometeorológic do devido ao impacto de depressão tropical,  no continente d oVietnã, chuva e ventos fortes retornarão ao Norte, durando continuamente por 4-5 dias. Nas Terras Altas do Sul e Central, as tempestades devem persistir até o final da semana devido aos fortes ventos do Sudoeste. À medida que a depressão tropical se move e se intensifica, os ventos do Sudoeste se fortalecerão ainda mais.

De acordo com analista Kinh Vu, o fluxo de café robusta do Vietname ainda se mantém estável a um ritmo lento. A oferta apertada reflete-se em spreads muito positivos para estes cafés, apesar dos valores recordes em Londres. As vendas internas da quantidade limitada de café permanecem nas mãos dos agricultores, que são vendidas a um ritmo moderado. É pouco provável que este ambiente de abastecimento interno melhore até que a nova colheita do país chegue ao mercado.

Os desafios no transporte marítimo da região para importantes mercados consumidores de café no Hemisfério Norte permanecem, à medida que o ano chega ao fim e as tensões geopolíticas no Mar Vermelho e no Canal de Suez continuam por resolver. Estão a surgir sinais de tempos mais difíceis no setor da logística, à medida que a procura de transporte marítimo aumenta no final do ano e a procura de frete marítimo levará inevitavelmente ao aumento dos custos do frete. Um fator pode estar contribuindo para as dificuldades do mercado consumidor na cadeia de abastecimento do café

A diferença de preço contratual entre os mercados de Londres e Nova York após a conversão para Cent/Libra diminuiu para 36,5 cents em compração a 37,3 cents de quinta-feira, ainda bastante alta para o café robusta em comparação com antes. Durante os picos de preços do café, essa diferença geralmente fica em torno de 91 cents, com a parte inferior sempre pertencente ao Robusta.

A atividade comercial no Vietnã permanece lenta em meio à baixa oferta e aos altos preços pedidos, enquanto os preços estão caindo na Indonésia devido ao aumento da oferta no país, disseram traders na quinta-feira.  Os agricultores das Terras Altas Centrais, a maior região produtora de café do Vietname, estão a vender café por cerca de 127.000-127.700 VND/kg (equivalente a 5,00-5,02 USD/kg), inalterado em relação à semana passada.

Um comerciante de café disse: “Ainda faltam 4 meses para a próxima colheita. Embora a quantidade de café que resta não seja muito, não creio que o preço interno possa ultrapassar a marca de 135.000 VND/kg”. “As negociações estão muito tranquilas porque ninguém quer comprar com esse preço alto.” Os traders ofereceram 5% de café Robusta preto e quebrado tipo 2, com um aumento de até US$ 500/tonelada em comparação ao preço de Londres para o contrato de setembro.

A Associação de Café e Cacau do Vietnã mostram que nos primeiros 15 dias de julho de 2024, o Vietnã exportou cerca de 32.041 toneladas (534 mil sacas ) de café, queda de 40,6%, gerando  receita de US$ 158,43 milhões, aumento de 4,1% em valor em relação ao mesmo período do ano passado.  Em termos de cada tipo de café exportado, nos primeiros 15 dias de Julho, foram ainda exportados principalmente grãos de café Robusta com 23.944 toneladas ( 400 mil sacas ), com um volume de negócios de US$ 107,7 milhões, enquanto os grãos de café Arábica foram exportados com 2.352 toneladas ( 39.200 sacas ). O restante são outros tipos de café processado.

Ainda segundo a Associação, nos primeiros 6 meses e meio de 2024, o Vietname exportou cerca de 935 mil ( 15,582 milhões de sacas ) toneladas de café com um volume de negócios de US$ 3,4 bilhões de dólares, uma queda de 12% em volume, mas um aumento de 34,2% em valor face ao mesmo período do ano passado.  As  exportações de Robusta atingiram 792.737 toneladas ( 13,207 milhões de sacas ) com um volume de negócios de US$ 2,64 bilhões de dólares e as exportações de Arábica atingiram 40.433 toneladas ( 673.856 sacas ), um volume de negócios superior a US$ 163,65 milhões. O restante são outros tipos de café processado.

Ótimo final de Semana

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Contrato Cotação Variação
Dezembro 236,00 - 8,20
Março 234,55 - 8,10
Maio 232,90 - 7,80
Contrato Cotação Variação
Novembro 4.770 - 141
Janeiro 4.529 - 129
Março 4.371 - 128
Contrato Cotação Variação
Dezembro 291,30 - 4,70
Março 289,00 - 6,80
Maio 283,85 -10,30
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,5900 + 0,34
Euro 6,1980 + 0,19
Ptax 5,5702 - 0,62
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1570,00
    Safra 23/24 20% R$ 1480,00
    Peneira 15/16 R$ 1550,00
    Duro/riado/rio R$ 1310,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1640,00
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Certificado 15% R$ 1520,00
    Duro/riado/rio R$ 1310,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1510,00
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Safra 23/24 20% R$ 1480,00
    Duro/Riado 15% R$ 1360,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Safra 23/24 25% R$ 1470,00
    Peneira 17/18 R$ 1640,00
    Variação R$ 1540,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 1480,00
    Safra 23/24 30% R$ 1460,00
    Duro/Riado 20% R$ 1350,00
    Escolha kg/apro R$ 17,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Safra 23/24 25% R$ 1470,00
    Duro/riado 25% R$ 1350,00
    Rio com 20% R$ 1280,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
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    Cepea Arábica R$ 1413,70
    Cepea Conilon R$ 1465,60
    Agnocafé 23/24 R$ 1490,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 7/8 R$ 1440,00
    Conilon T. 6 R$ 1460,00
    Conilon T. 7 R$ 1450,00