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A situação do mercado está preste a piorar


Por José Roberto Marques da Costa

Com o menor volume de negócios da semana 27.822 lotes, 37 mil a mesmos que quarta-feira e 26 mil lotes a menos que quinta-feira, o café arábica em NY no setembro fechou em queda de 4,45 cents fechando a 230,25 cents, variando de 229,80 cents a 233,00 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 230,35 cents. Na semana fortemente volátil,  a variação chegou a 14,55 cents, de 228,55 cents a 243,10 cents, acumulando perda de 7,95 cents.

O relatório da CFTC referente a 23 de julho mostra os grandes fundos diminuíram suas posições compradas ( 2.395 lotes) e aumentaram suas posições vendidas ( 1.737 lotes), neste período a variação de setembro passou de 243,60 cents a 239,10 cents, queda de 4,50 cents. Os mostraram queda de 8,6% ( 4.132 lotes) nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram alta, passando 276.856 lotes para 286.209 lotes.

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 43.724 posições líquidas compradas, sendo 58.498 posições compradas e 14.774 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 16 de julho, eles tinham 47.856 posições líquidas compradas sendo 60.893 posições compradas e 13.037 posições vendidas.  As empresas comerciais diminuíram suas posições líquidas vendidas para 93.183 posições líquidas vendidas, sendo 70.891 posições compradas e 163.774 vendidas. No relatório anterior, possuíam 99.007 posições líquidas vendidas, sendo 63.18 posições compradas e 162.025 vendidas. Em resumo 79,83% dos grandes investidores apostam na alta e 20,17% apostam na baixa 

 Segundo Eduardo Carvalhães, os fundamentos permanecem os mesmos. As preocupações com a oferta global de café são crescentes e inquietam o mercado. Ninguém mais dúvida da quebra na produção brasileira de café 2024/2025. À medida que o Brasil avança para o meio do inverno, o impacto das variações climáticas e o avanço da seca em várias regiões do país, começam a delinear um cenário preocupante para a agricultura. Região Sudeste, onde estão as principais regiões de café,  a seca que avançou em áreas de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo coloca em risco culturas como o café e a cana-de-açúcar. O café, particularmente no sul de Minas Gerais, é vulnerável à falta de umidade, o que pode afetar diretamente a qualidade e quantidade da produção da safra de 2025.

Não há novidades nos fundamentos do mercado, com tempo firme e as altas temperaturas, a safra é mais rápida, mas ainda existe muita dúvida em relação ao rendimento. O padrão de bloqueio atmosférico persiste o que consequentemente mantém as secas e o calor acima do normal em diversas regiões de café. A Agnocafé alertou no começo da colheita que a safra deste ano seria uma surpresa, até batizou de "safra pimenta", agora neste final de colheita a surpresa será bem maior, a forte queda de rendimento depois do café beneficiado vai cair como uma "bomba" no mercado, com porcentagem altíssima chegando a ultrapassar os 30% em várias regiões.

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 26 de julho, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.927.326 sacas (média diária de 112.589 sacas), queda de 3,9%, sendo 1.920.190 sacas de café arábica, 739.737 sacas de café conillon e 267.399 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de julho totalizavam 3.421.605 sacas, queda de 1,5%, sendo 2.191.142 sacas de arábica, 886.263 sacas de conillon e 344.200 sacas de solúvel. A projeção da média diária indica que em julho deve ser embarcada 4 milhões de sacas e sendo 1 milhão de sacas conillon ( 25% ).

A meses atrás, as projeções de muitas analistas e traders estimavam a produção brasileira de café entre 65 a 70 milhões de sacas e do Vietnã entre 28 a 30 milhões de sacas, somando a safras de outros países produtores chegava entre 175 a 180 milhões de sacas e ante ao consumo de 177 a 180 milhões de sacas. Estes números estão completamente fora da atual  realidade. Tudo indica que o Brasil vai produzir de 52 a 56 milhões de sacas e o Vietnã de 21 a 22 milhões de sacas, somente nos dois maiores produtores a queda deve ficar em 20 a 21 milhões de sacas ante as projeções dos traders. Com este novos números o tamanho do déficit  mundial será colossal.  

A várias semanas meus amigos produtores de café me perguntam sobre o mercado e minha resposta sempre é a mesma " vocês não tem a mínima noção da extrema gravidade que está passado o mercado". Acredito que  somente os grandes investidores com ajuda da Inteligência Artificial "IA" nos seus programas logaritmos notaram o poder  catastrófico do efeito climático, que chamo de " intensa geada" invisível nos cafezais nos dois principais produtores. O ótimo artigo de Ilena Peng publicado nesta quinta-feira pela Bloomberg descreve a verdadeira realidade do mercado onde menciona futura e grande interrupções no fornecimentos dos dois principais produtores munidas de café, devido as secas que reduziram a safra 2024/25 do Brasil e Vietnã.  Vela abaixo trecho do artigo.

 " Os consumidores de café que esperavam que o preço da bebida parasse de subir em breve devem receber um amargo alerta: a situação está preste a piorar. Tanto os grãos arábica de alta qualidade favoritos por cadeias de café como Starbucks, quanto a variedade robusta, mais econômica, aumentaram de preço, graças a grandes interrupções no fornecimento do Vietnã e Brasil. Em toda a cadeia de suprimentos, os vendedores têm aumentado os preços e eliminado descontos para proteger suas margens, e muitos alertam sobre mais aumentos à frente.

Os preços dos grãos robusta, atingiram o valor mais alto desde a década de 1.970. No início deste mês, os grãos arábicas de qualidade superior atingiram o preço mais alta em mais de dois anos. Parte desse aumento está ligado ao mau tempo; as secas no Vietnã colocaram o mundo no caminho certo para um quarto ano consecutivo de déficits, ao passo que o clima seco no Brasil reduziu a safra de arábica, pois as árvores danificadas produzem grãos menores. A diferença entre os preços futuros das duas variedades é quase a menor de todos os tempos, o que faz com que as empresas busquem grãos arábicas de qualidade inferior em vez da variedade robusta, que costuma ser mais econômica para reduzir os custos.

No entanto, não é apenas o clima que causa o aumento nos preços. A demanda em mercado como a China promete manter os suprimentos apertados, Há também um reconhecimento crescente de que os comerciantes e torrefadores de café há muito tempo pagam mal aos agricultores, um tendência que alguns compradores tentam reverter para tornar o setor mais sustentável . Lucros maiores incentivam os produtores a continuar como plantio e café em vez de buscar outras culturas e permitem que eles investem para tornar suas árvores mais resistentes a doenças e riscos climáticos. Se os preços do café não subirem para os produtores, não verá motivo para que eles mantenham a produção a longo prazo.

Foi o que aconteceu no mercado do cacau, que saltou para preços nunca antes vistos no primeiro semestre, quando a produção despencou após décadas de sub investimento. Alguns traders de commodities com pouco dinheiro foram até mesmo forçados a sair de suas posições no café em meio à pressão da alta dos futuros do cacau. 

Para agravar a situação, as torrefadoras que importam café para a Europa logo terão de provar que os grãos não foram cultivado em terras recentemente desmatada. Poucos países estão totalmente preparados para cumprir as exigências do Regulamento de Desmatamento da União Europeia, o que significa que os suprimentos serão escassos. "Os compradores buscaram café antes do que normalmente fariam e em mais quantidades, porque precisam levá-lo par Europa agora, antes que o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento ( EUDR ) entre em vigor. "Isso piora tudo", disse Toms Araujo, associado comercial da StoneX."

Preços do café no Vietname também caíram esta semana

 Em dia de baixo  volume de 9.320 lotes em Londres, 10 mil a menos que quarta-feira a menos 6 mil lotes a menos que quinta-feira, setembro fechou em queda  de US$ 93 a US$ 4.302 a tonelada, variando de US$ 4.294/t a US$ 4.372/t, rompendo o primeiro suporte em US$ 4.331/t. Na semana variou US$ 308, de US$ 4.294/t a US$ 4.602/t, acumulando perdas de US$ 228/t

Os preços do café no Vietname também caíram esta semana, após preços mais fracos na bolsa de Londres e devido à baixa procura e oferta no final da colheita, disseram os traders, porque a oferta tem mostrado sinais de ser mais abundante. Os agricultores nas Terras Altas Centrais estão vendendo por 124.000-125.000 VND (US$ 4,90-4,94) o quilo, abaixo dos 127.000-127.900 VND da semana passada.

Os traders estão oferecendo café robusta tipo 2, com 5% de preto/quebrado, com um prêmio de US$ 550-600 por tonelada em comparação com o piso de Londres para o contrato de setembro. Um trader disse que atualmente “não resta muito café, principalmente para o contrato de setembro”. mercado doméstico." “As empresas não correm o risco de assinar novos contratos neste momento devido a flutuações de preços, fornecimento incerto e altos custos de transporte.”

Enquanto isso, na Indonésia, o preço do café Sumatra Robusta foi oferecido com um prêmio de até US$ 600 em comparação aos contratos de agosto e setembro, inalterado em relação à semana passada, cotou outro trader. A diferença chega a US$ 520 em comparação ao contrato de setembro, valor mais baixo. do que a diferença de 630 dólares há uma semana, porque “o café é mais abundante no mercado indonésio”.

Mercado

O indicador de café do arábica da safra 23/24 da Agnocafé com 15% fica em R$ 1.500,00, queda de 1,33% ( - R$ 20,00 ) nesta sexta-feira (26) e café livre a R$ 1.480,00. No mês acumula alta de R$ 30,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 465,00 e em dólar fica em US$ 265,48.

O peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.730,00, cereja a R$ 1.530,00, café certificado a R$ 1.540,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.510,000, 20% a R$ 1.490,00, com 25% a R$ 1.480,00 com 30% a R$ 1.470,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.430,00, duro/riado/rio, R$ 1.400,00, rio a R$ 1.350,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 1.300,00 repasse de beneficiamento a R$ 1.340,00  e riado a R$ 1.290,00 e escolha fica em R$ 18,50 o quilo de aproveitamento

Ótimo Final de semana

Comentarios

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Data: 27/07/2024 23:37 Nome do Usuário: Roquete
Comentário: ACABOU O MILHO,ACABOU A PIPOCA
Contrato Cotação Variação
Dezembro 236,00 - 8,20
Março 234,55 - 8,10
Maio 232,90 - 7,80
Contrato Cotação Variação
Novembro 4.770 - 141
Janeiro 4.529 - 129
Março 4.371 - 128
Contrato Cotação Variação
Dezembro 291,30 - 4,70
Março 289,00 - 6,80
Maio 283,85 -10,30
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,5900 + 0,34
Euro 6,1980 + 0,19
Ptax 5,5702 - 0,62
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1570,00
    Safra 23/24 20% R$ 1480,00
    Peneira 15/16 R$ 1550,00
    Duro/riado/rio R$ 1310,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1640,00
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Certificado 15% R$ 1520,00
    Duro/riado/rio R$ 1310,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1510,00
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Safra 23/24 20% R$ 1480,00
    Duro/Riado 15% R$ 1360,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Safra 23/24 25% R$ 1470,00
    Peneira 17/18 R$ 1640,00
    Variação R$ 1540,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 1480,00
    Safra 23/24 30% R$ 1460,00
    Duro/Riado 20% R$ 1350,00
    Escolha kg/apro R$ 17,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1490,00
    Safra 23/24 25% R$ 1470,00
    Duro/riado 25% R$ 1350,00
    Rio com 20% R$ 1280,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Conilon/Vietnã R$ 1648,78
    Cepea Arábica R$ 1413,70
    Cepea Conilon R$ 1465,60
    Agnocafé 23/24 R$ 1490,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 7/8 R$ 1440,00
    Conilon T. 6 R$ 1460,00
    Conilon T. 7 R$ 1450,00