Colheita acelera e evidencia que produção de café do Brasil foi menor
Santos, sexta-feira, 02 de agosto de 2024
A colheita da nova safra brasileira de café 2024/2025 avança rapidamente e se aproxima do final. As informações que chegam de todas as regiões produtoras de arábica e de conilon, continuam preocupantes. Confirmam a quebra ante os números anteriormente estimados. A produção foi menor, como já está claro na colheita dos frutos. No benefício, aparece uma segunda quebra, com volume severamente baixo de grãos peneiras 17 e acima. O volume de CDs - cereja descascados, é bem menor nesta safra.
Os problemas climáticos continuam, tanto no Brasil como nos demais países produtores, e com o La Niña entrando neste segundo semestre, aumenta, dia após dia, a preocupação com o tamanho da próxima safra global de café 2025/2026. Não há nenhuma previsão de normalização climática neste ano e no próximo.
Levantamento do CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP, mostra que o preço médio do café arábica encerrou o mês de julho no maior patamar real (deflacionado pelo IGP-DI de junho) desde fevereiro de 2022.
O Brasil exportou 1,91 milhão de sacas de 60 kg de café solúvel no primeiro semestre de 2024, alta de 3,3% na comparação com mesmo período de 2023, segundo o relatório semestral da ABICS - Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel, divulgado na última quarta-feira. Chama a atenção, que entre os principais importadores, estão países concorrentes na produção de café e industrialização de solúvel, como a Indonésia, e o México, segundo maior produtor mundial de solúvel, com acréscimo de 227%. Também se destacou o Vietnã, maior produtor mundial de robusta, que teve um acréscimo de 367,5% nas importações de solúvel. Esses números são mais uma evidência da falta de estoques de café em todo o mundo.
Nesta sexta-feira, com o dólar trabalhando em queda frente ao real, os contratos de arábica, em Nova Iorque e os de robusta, em Londres, oscilaram menos e fecharam o dia em alta.
Com o dólar recuando hoje frente ao real, os contratos de arábica na ICE Futures US, trabalharam com boas altas. Os para setembro, oscilaram 530 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 2,3175 por libra peso. Fecharam valendo US$ 2,3050 por libra peso, em alta de 325 pontos. Ontem caíram 195 pontos e anteontem perderam 160 pontos. Na terça-feira subiram 40 pontos e na segunda 15 pontos. No balanço desta semana somaram alta de 25 pontos. Esses contratos caíram 1.850 pontos nas duas últimas semanas anteriores a esta. Antes, na semana de 8 a 14 de julho, haviam subido 1.980 pontos.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para setembro fecharam valendo US$ 4.227,00 por tonelada, em alta de 2 dólares. Ontem recuaram 36 dólares e anteontem 5 dólares. Na terça-feira caíram 1 dólar e na segunda 35 dólares. Na semana a queda foi de 75 dólares por tonelada. Esses contratos caíram 315 dólares nas duas semanas anteriores a esta. Antes, na semana de 8 a 14 de julho, acumularam alta de 432 dólares.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US subiram 7.275 sacas hoje. Fecharam o dia em 830.094 sacas. Há um ano eram de 528.002 sacas. Subiram neste período 302.092 sacas. Nesta semana esses estoques subiram 15.293 sacas. Na semana passada caíram 3.429 sacas. No mês de julho subiram 7.530 sacas e no mês de junho 22.623 sacas.
O dólar fechou hoje a R$ 5,7090 em queda de 0,45 %. Ontem subiu 1,41 % e anteontem 0,68 %. Fechou a sexta-feira passada a R$ 5,6580.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo em Nova Iorque, fecharam o pregão hoje valendo R$ 1.740,70. Fecharam a sexta-feira passada a R$ 1.723,28.
No mercado físico brasileiro, os compradores melhoraram hoje o valor de suas ofertas em relação a ontem e anteontem. Grande parte dos produtores permaneceu fora do mercado nesta semana. Foi pequeno o volume de negócios fechados.
Há muita procura por lotes de CDs finos e graúdos, com boa porcentagem de peneiras 17 e 18, mercadoria rara nesta nova safra.
O final de semana será marcado por condições favoráveis à colheita do café, com tempo firme e temperaturas em elevação, sobre a maior parte das regiões produtoras. Apenas áreas do norte do ES e do sul da BA vão continuar com tempo instável e previsão para a ocorrência de chuva isolada e fraca. Na próxima semana uma nova frente fria vai avançar pelo centro-sul do Brasil. O sistema deve espalhar chuvas mais fortes sobre a região Sul, mas, mais uma vez, especialmente na segunda metade da semana, deve levar instabilidades sobre áreas produtoras do Sudeste, que podem prejudicar as atividades de colheita (CLIMATEMPO).
Até dia 2 os embarques de julho estavam em 2.401.543 sacas de café arábica, 864.966 sacas de café conilon, mais 340.819 sacas de café solúvel, totalizando 3.607.328 sacas embarcadas, contra 3.555.659 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 2 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 4.058.959 sacas, contra 3.524.464 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 26, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 2, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo 25 pontos ou US$ 0,33 (R$ 1,89) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 26 a R$ 1723,28 por saca, e hoje sexta-feira, dia 2, a R$ 1.740,70. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 325 pontos.