Queda de rendimento do café está "mais para 40% do que 30%"
Por José Roberto Marques da Costa
Tive dúvidas na escolha do título do artigo de deste final de semana, poderia ser "Tinha uma pedra (opções) no meio do caminho", "Começa a cair a ficha no mercado sobre acentuada queda da produção", "Déficit global de café está mais para 15 milhões de sacas do que 10 milhões de sacas", "Posições vendidas dos grandes investidores, a menor histórica da bolsa de NY", "Aumenta a possibilidade de geadas no Sul de Minas" e "Queda de rendimento do café está mais para 40% do que 30%",escolhia última
Com forte volume de 92.000 lotes, devido ao vencimento, o setembro em NY teve queda de 11,25 cents para 234,05 cents, variando 13,80 cents de 232,25 cents a 246,05 cents. Na semana variou 30,75 cents, de 221,00 cents a 251,75 cents, acumulando alta de 3,55 cents. Com volume de 14.864 lotes, o setembro em Londres fechou com queda de US$ 110 a US$ 4.326/t, variando de US$ 4.317/t a US$ 4.470/t. Na semana variou US$ 519 a tonelada, de US$ 4.065/t a US$ 4.584/t e acumula alta de US$ 101 a tonelada.
O relatório da CFTC divulgado nesta sexta-feira no período a variação de setembro passou de 230,80 cents a 235,95 cents, alta de 5,15 cents, mostra os grandes fundos diminuíram suas posições compradas ( 4.195 lotes ) e diminuíram suas posições vendidas ( 2.506 lotes) dos grandes fundos. A supressa deste vez foi 19,3% na posições vendidas dos grandes investidores, a menor posições histórica da bolsa de NY, aumentando a aposta para 82,7% na alta e diminuindo para 17,3% na baixa.
Os dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) referente ao dia 06 de agosto, mostram queda de 4,06% ( 1.689 lotes) nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. Eles possuíam 39.881 posições líquidas compradas, sendo 50.339 posições compradas e 10.458 posições vendidas no último dia 06. No relatório anterior, referente a 30 de julho, eles tinham 41.570 posições líquidas compradas sendo 54.534 posições compradas e 12.964 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram suas posições líquidas vendidas para 84.887 posições, sendo 77.326 posições compradas e 162.213 vendidas. No relatório anterior, eles possuíam 87.638 posições líquidas vendidas, sendo 76.881 posições compradas e 164.857 vendidas.
As atividades desta sexta-feira, ações especulativas se mostraram predominantes. O foco das atividades foi efetivamente relacionado às opções. Ao contrário do esperado por vários players, o target dessas operações não foi o nível de 245,00 cents, mas, sim, um patamar bem mais abaixo. Como " tinha uma pedra no meio do caminho ", diante disso, operações de vendas foram eloquentes, levando o setembro a "caminhar" a um indicador relevante abaixo de 235,00 cents. A busca por estew patamares refletiu o andamento dos negócios, com uma ação meramente técnica, sem reflexos mais efetivos em relação ao campo fundamental.
Começa a cair a "ficha" no mercado sobre a acentuada queda da produção brasileira, com preços do café tendo nesta semana uma das maiores volatilidade em semana de vencimento das opções de setembro, NY variou 30,75 cents e Londres US$ 519, à medida que os investimentos aumentam as suas apostas falta do produto, após sinais de deterioração da produção do Brasil, o que contribuirá para aumento da escassez global.
Além da queda na produção do Vietnã nesta safra para 21 a 22 milhões de sacas devido a problemas climáticos, as últimas informações da safra brasileira deste ano indicam que a queda de redimento depois do beneficiamento do café está "mais para 40% do que 30%". Fazendo levantamento dos próximos 12 meses entre oferta e demando pode se conclur que o déficit global de café está "mais para 15 milhões de sacas do que 10 milhões de sacas"
Os comerciantes disseram que o mercado está sendo sustentado por uma safra menor do que a esperada no Brasil, enquanto a oferta restrita de robusta poderia aumentar a demanda por arábica de qualidade inferior. O Commerzbank disse houve compras antes das novas regras de desmatamento da UE. "Há muito a sugerir que os preços do café permanecerão altos, pelo menos no curto prazo", disse o banco.
Segundo Eduardo Carvalhães, nesta semana, a volatilidade das cotações do café nas bolsas de Nova Iorque e Londres, impressionou até os operadores mais experientes. Em um cenário de baixos estoques globais e seguidos problemas climáticos em todos os principais países produtores de café, as informações sobre a chegada de uma frente fria neste final de semana às regiões produtoras de café do sudeste brasileiro, já ressentidas por um longo período de seca, e a forte valorização, 3,41 %, do real frente ao dólar, levaram a esse comportamento das cotações do café nas bolsas internacionais.
A meteorologista Amanda Souza da Meteored infoormou ontem a tarde do Risco de geada no café na madrugada de domingo, que na madrugada de domingo existe alto potencial para ocorrência de geadas pela primeira vez sobre o café no sul de Minas. Cidades como Varginha e Três Pontas e região podem amanhecer com mínimas de 2°C ou até menos. Essa baixa temperatura pode ser causadora de danos nas lavouras.
A prolongada ausência de chuvas está gerando sérias preocupações entre os cafeicultores que pode ultrapassar mais de 150 dias sem precipitações, sem previsão de chuvas nos próximo 15 dias, está comprometendo a produção de café. O problema não é recente. Desde o final do ano passado, as chuvas abaixo da média entre dezembro e janeiro resultaram em uma granação insatisfatória dos frutos. Isso levou à produção de grãos menores, o que exige uma quantidade maior para encher uma saca de café, afetando negativamente a produtividade da safra de 2024.
A situação se agravou a partir de março, quando a escassez de chuvas se intensificou. A falta de água já é visível nas lavouras, que apresentam sinais claros de estresse hídrico: plantas murchas, folhas secando e caindo, o que compromete significativamente a produção do próximo ano. A retenção de folhas é crucial para a planta conseguir vingar os frutos na próxima florada, e a crise hídrica está causando uma desfolha intensa, que ameaça a viabilidade da safra futura.
“Estamos em um momento muito delicado para as regiões cafeeiras. Esse longo período sem chuvas já comprometeu a próxima safra, resultando em uma redução de produtividade que acarretará prejuízos significativos para os produtores. A alta dos preços dá uma falsa sensação de equilíbrio, mas, com essa falta de água, as lavouras e produções estão seriamente comprometidas”, afirma Lucas Ubiali, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé
Além da estiagem, o alerta para cafeicultores vem do estresse climático, em pleno inverno, julho de 2024 foi o segundo mês mais quente da história do planeta. Julho de 2024 foi o segundo mês mais quente já registrado no planeta, com uma temperatura média do ar na superfície de 16,91°C, cerca de 0,68°C acima da média de julho de 1991-2020, e apenas 0,04°C inferior ao máximo anterior estabelecido em julho de 2023. Embora julho de 2024 não tenha sido tão quente quanto julho de 2023, o planeta vivenciou seus dois dias mais quentes no registro de dados do ERA5! A temperatura média global diária atingiu 17,16°C e 17,15°C nos dias 22 e 23 de julho de 2024, respectivamente, sendo considerados os dias mais quentes do mês.
Segundo o analista do Vietnã, Kinh Vu, os grandes investidores nos mercados de Nova Iorque e Londres continuam a aumentar as suas apostas em sinais de declínio da produção no Brasil, principal país produtor de café, o que irá piorar a situação de oferta limitada a nível mundial. “Há sinais precoces de folhas murchando e caindo nas plantações de café do Brasil”, disse a StoneX, uma empresa de corretagem e análise dos EUA, ao reduzir suas estimativas para a produção do Brasil após meses de chuvas abaixo da média.
As atividades de negociação de café no Vietnã permaneceram mornas no final da temporada de safra devido à escassez de grãos e aos altos preços, enquanto os prêmios indonésios para entregas em novembro caíram devido à oferta abundante, disseram traders na quinta-feira. Os agricultores do Planalto Central, a maior área de cultivo de café do Vietnã, estavam vendendo grãos de US$ 4,85 aUS$ 4,89 o quilo. “Ninguém está disposto a comprar a esse preço alto. Aqueles que estão desesperados por grãos podem recorrer à Indonésia”, disse um comerciante baseado no cinturão do café. “Faltam 2-3 meses para a nova colheita, as atividades estarão melhores até lá.”
“Os importadores europeus estão cientes da escassez no Vietnã, embora suas demandas tenham mostrado sinais de recuperação, eles não estão comprando do Vietnã. Portanto, as atividades de exportação permanecerão fracas até a nova colheita”, disse a Mercantile Exchange of Vietnam em uma nota no início desta semana. Na Indonésia, os grãos de café robusta de Sumatra foram oferecidos com um prêmio de US$ 320 em relação ao contrato de setembro.
O Vietnã exportou cerca de 75.581 toneladas (1,257 milhão de sacas) de café, o volume de negócios de exportação é de cerca de 380,33 milhões de dólares em todo o mesmo em julho de 2024, uma queda de cerca de 30,58% em volume, mas um aumento de cerca de 23,5% em valor em comparação com o mesmo período do ano passado. Assim, nos primeiros 7 meses de 2024, o Vietnã exportou cerca de 978.600 toneladas (16,303 milhões de sacas) de café, um volume de negócios de exportação de quase 3,64 milhões de dólares, um mês queda de 12,4% em volume, mas o volume de negócios aumentou 34,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dos quais, no café robusta representa cerca de 826.376 toneladas, com um volume de negócios superior a 2,79 milhões de dólares, enquanto no café Arábica representa 42.944 toneladas, com um volume de negócios superior a 174,68 milhões de dólares, e os grãos de café descafeinado para exportação, com um volume de negócios de 21.581 toneladas. mais de 97 milhões de dólares. As exportações de café torrado, moído e solúvel são de cerca de 84.200 toneladas, com um volume de negócios superior a 566,43 milhões de dólares (o volume de café torrado, moído e solúvel representa cerca de 8,6 % e o volume de negócios representa cerca de 15,6% do total das exportações de café).
A Agência de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio e o Centro de Informações da Indústria e Comércio do Vietnã previram que as exportações de café do Vietnã nos meses restantes do terceiro trimestre diminuiriam devido à baixa oferta. A oferta não aumentará até outubro, quando a colheita de café de 2024-25 começa.
As estatísticas mostram que a produção de café do país é estimada em 1,47 milhão de toneladas ( 24,5 milhões de sacas ) na safra de 2023-24, o menor nível em quatro anos, queda de 20% em comparação com a safra de 2022-23. A produção de café na safra de 2024-25 deve continuar diminuindo devido a fatores climáticos desfavoráveis.
Sem incluir o estoque transportado do ano anterior, o Vietnã terá apenas cerca de 200.000 toneladas ( 3,332 milhões de sacas ) restantes para exportar de agora até setembro. No entanto, a indústria de café vietnamita se beneficiará em termos de preço.A Bloomberg relatou que os preços globais do café Robusta flutuariam em uma tendência ascendente forte e prolongada devido a preocupações com a escassez de oferta do Vietnã.
Data: 10/08/2024 10:52 Nome do Usuário: Carlos Comentário: SOU PRODUTO DA ZONA DA MATA, GLÓRIA A DEUS, MEDIA 6 MEDIAS POR SACA E LAVOURA ESPECTATIVA DE 1000 MÉDIAS NA COLHEITA VEIO 1100 , NAO CONSIGO ENXERGAR ESTAS QUEBRAS TÃO FALADAS