Compradores de café sobem valor das ofertas ao longo da semana
Santos, sexta-feira, 16 de agosto de 2024
Em um cenário de baixos estoques globais e seguidas adversidades climáticas em todos os principais países produtores de café, a onda de frio que passou sobre os cafezais do sudeste brasileiro no final de semana passado (dias 10, 11 e 12), assustou os operadores e foi um novo alerta, aos cafeicultores e ao mercado, de que sucessivos problemas climáticos continuam atingindo os cafezais brasileiros e derrubando, pouco a pouco, o potencial da próxima safra brasileira 2025/2026, repetindo o que já assistimos no ano-safra 2023/2024, terminado em junho último.
A frente fria chegou mais forte do que as previsões indicavam, levou à formação de geadas em algumas regiões produtoras, principalmente na Alta Mogiana de São Paulo e no Cerrado Mineiro. Os danos aparentemente não foram grandes, mas somam-se aos já sofridos com a longa seca e largos períodos de altas temperaturas nas regiões cafeeiras do sudeste brasileiro. Após a passagem da frente, o tempo quente, seco, com altas temperaturas em pleno inverno, voltou a prevalecer sobre nossos cafezais. Ontem e hoje, cafeicultores, com propriedades na Mogiana de São Paulo, sul de Minas e Cerrado Mineiro, registraram em seus cafezais, no meio da tarde, temperaturas de 34 a 35 ºC.
Nesse cenário, continuaremos convivendo com essas fortes e rápidas alterações nas cotações do café.
Os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque e na ICE Europe, em Londres, trabalharam e fecharam nesta sexta-feira com boas altas, encerrando uma semana de forte alta nas duas bolsas.
Os contratos de arábica na ICE Futures US trabalharam hoje em alta. Os para setembro, oscilaram 725 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 2,4580 por libra peso. Fecharam o pregão valendo US$ 2,4545 por libra peso, em alta de 555 pontos. Subiram ontem 290 pontos e anteontem 430 pontos. Na terça-feira caíram 815 pontos e na segunda tiveram ganhos de 680 pontos. Somaram alta nesta semana de 1.140 pontos. Esses contratos subiram na semana passada 355 pontos, fechando a sexta-feira a US$ 2,3405.
Na ICE Europe os contratos de robusta para setembro fecharam hoje valendo US$ 4.665,00 por tonelada, em alta de 94 dólares. Ontem esses contratos subiram 99 dólares e anteontem 97 dólares. Na terça-feira caíram 157 dólares. Na segunda apresentaram alta de 206 dólares. No balanço da semana subiram 339 dólares. Na semana passada subiram 99 dólares, fechando a sexta-feira passada a US$ 4.326,00 por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US permaneceram estáveis hoje. Fecharam o dia em 836.921 sacas. Há um ano eram de 514.909 sacas. Subiram neste período 322.012 sacas. Subiram nesta semana 8.412 sacas. Na semana passada caíram 1.585 sacas. No mês de julho subiram 7.530 sacas e no mês de junho 22.623 sacas.
O dólar encerrou o dia hoje a R$ 5,4670. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,5150. Fechou a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,7090.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, em Nova Iorque, fecharam o pregão hoje valendo R$ 1.775,03. Encerraram a sexta-feira passada a R$ 1.707,45.
No mercado físico brasileiro, os compradores subiram o valor de suas ofertas ao longo da semana, acompanhando, de longe, a alta nos contratos de café em Nova Iorque, mas não motivaram os vendedores. O mercado físico permaneceu calmo, com volume pequeno de negócios sendo fechados.
Há muita procura por lotes de CDs finos e graúdos, com boa porcentagem de peneiras 17 e 18, mercadoria rara nesta nova safra.
O tempo seco continua predominando sobre as áreas produtoras de café e o destaque para os próximos dias é o calor das tardes, que vai se intensificar rapidamente. Entre este final de semana e a próxima semana são esperadas temperaturas máximas entre 30 e 32°C entre a Alta Mogiana e o sul de Minas e temperaturas ainda mais elevadas nas áreas do Cerrado Mineiro. Há previsão para uma mudança no tempo entre os dias 23 e 24 de agosto com o avanço de uma nova frente fria, que deve propagar mais nebulosidade do que chuvas sobre as áreas produtoras do centro-sul. Na última semana do mês, especialmente entre os dias 27 e 28, há previsão para novo declínio das temperaturas. O frio deve chegar com temperaturas abaixo dos 10°C nas áreas produtoras do Sudeste, mas por enquanto o risco para geadas é muito baixo (CLIMATEMPO).
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de julho foram embarcadas 3.774.021 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 25,7 % (772.249 sacas) mais que no mesmo mês de 2023 e 4,5 % (162.052 sacas) mais que no último mês de junho. Foram 2.491.127 sacas de café arábica (queda de 0.003 %, ou 745 sacas em relação a junho de 2024) e 900.818 sacas de café conilon (alta de 8,9 % ou 73,571 sacas em relação a junho de 2024), totalizando 3.391.945 sacas de café verde embarcadas, que somadas a 376.524 sacas de solúvel (alta de 30 % ou 86.921 sacas em relação a junho de 2024) e 5.552 sacas de torrado, totalizaram 3.774.021 sacas exportadas em junho último.
Até dia 16, os embarques de agosto estavam em 941.962 sacas de café arábica, 344.578 sacas de café conilon, mais 101.792 sacas de café solúvel, totalizando 1.388.332 sacas embarcadas, contra 1.438.814 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 16 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1704.062 sacas, contra 1.905.742 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo 1140 pontos ou US$ 15,08 (R$ 82,44) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 9 a R$ 1.707,45 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 1.775,03. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 555 pontos.