Rentabilidade do café robusta supera em mais de 70% a do café arábica
Por José Roberto Marques da Costa
A "bola da vez" está no mercdo de café robusta fazendo recorde atrás de recorde nas últimas semanas com a bolsa de Londres ignorando totalmente a bolsa de NY com o setembro batendo o incrível número de US$ 5.580 por tonelada. Segundo o analista do Vietnã, Nguyen Quang Binh," a diferença de preço entre bolsa de NY e Londres é de apenas 19,61 cents, o que significa que o preço do robusta é de apenas US$ 432 tonelada atrás do arábica, um nível que nunca viu na história do mercado. No entanto, tome isso como certo porque este nível estimulará os usuários a consumir café arábica porque o robusta é muito caro".
Acompanhando Londes, nesta sexta-feira teve um fato inédito no mercado brasileiro de café, pela primeira vêz na histórioa, preço da saca de café robusta ultrapassa o preço do arábica em R$ 35,71 pelo indicador da Cepea. O indicador de café arábica ficou em R$ 1.448,24, alta de 0,38% ( + R$ 5,52 ) e do robusta ficou em R$ 1.1.483,95, alta de 3,53% (+ R$ 50,61 ). No Espírito teve negócios ontem de café robusta tipo 6 a R$ 1.500,00 livre e o indicador da Agnocafé passou para R$ 1.510,00 a saca. A diferença em preço no Brasil ante ao Vietnã caiu para R$ 160,00 a saca ante aos R$ 300,00 no começo de agosto. Nas Terras Altas no Vietnã foi negociado sexta-feira a R$ 1.660,00 a saca
O mercado de café está ficando cada dia mais surpreendente com uma realidade nunca imaginado por nenhum analista de mercado, com gastos menores na produção do robusta ante ao arábica, a rentabilidade do café robusta supera o arábica em mais de 70% e o faturamento ser superior em 65%. Pelos valor da saca de café desta sexta-feira( 30 ), o faturamento de um hectare de café conilon supera o café arábica em 65,6%,
Pelo preço de R$ 1.500,00 a saca o faturamente por hectare do robusta está em R$ 61.605,00 e do arábica em R$ 37.200,00, com o custo de robusta menores que o arábica, a rentabildade supera em mais 70% por hectare de café arábica, tendo como base, os dados produtividade da Conab e IBGE, a produtividade média do café conilon dos últimos anos é 65,6% maior ante ao arábica, o conilon tem produtividade de 41,07 sacas por hectare e do café arábica de 24,80 sacas por hectare.
No mês de agosto, a bolsa de Londres teve uma valorização de 16,12%, saindo de US$ 4.261/t e fechando a US$ 4.948/t, alta de US$ 687 a tonelada. A performance de NY não acompanhou Londres, teve valorização de 6,48%, saindo de 229,20 cents fechando em 244,05 cents, alta de 14,85 cents. Usando o dólar com referencia, Londres teve alta de US$ 41,24 a saca e NY de US$ 19,65 a saca. Com Londres ignorando totalmente a bolsa de NY nos últimos dois pregões, com robusta tendo alta de US$ 22 e o arábica baixa de 12,10 cents,
O volume em Londres atingiu de 26.254 lotes, 13 mil a mais que ontem, o novembro teve alta de US$ 47 a tonelada, fechando a US$ 4.948/t, variando US$ 312, recorde diário, de US$ 4.868/t a US$ 5.180/t, rompendo dois resistência do dia em US$ 5.000/t e US$ 5100/t, acumulando alta na semana de US$ 233. Com volume de 3.345 contratos aberto em Londres, setembro fechou com alta de US$ 44 a US$ 5.348 a tonelada, chegando a romper o nível de US$ 4.500/t,variando de US$ 5.309/t a US$ 5.580/t. Os negociantes disseram que o mercado continua impulsionado pela oferta restrita e pelas preocupações de que o calor extremo no início deste ano provavelmente reduzirá o tamanho da próxima colheita do Vietnã.
Com volume de negócios em NY de 38.805 lotes, 4 mil a mais que ontem, o dezembro teve forte queda 3,55 cents, fechando a 244,05 cents, variando 9,55 cents, de 242,55 cents a 252,10 cents, não teve força para romper o primeiro suporte em 241,90 cents e a primeira resistência 255,35 cents. Em semana de forte volatilidade de 18,90 cents de 240,55 cents a 259,45 cents, a semana acumulou perda de 3,25 cents.
O relatório da CFTC referente a 27 de agosto mostram os grandes fundos praticamente antiveram suas posições compradas ( + 305 lotes ) e aumentaram suas posições vendidas ( 653 lotes), neste período a variação de setembro passou de 248,50 cents a 249,65 cents, alta de 1,15 cents. Os dados mostraram queda de 0,5% ( 252 lotes) nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 43.197 posições líquidas compradas, sendo 55.788 posições compradas e 12.591 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 20 de agosto, eles tinham 43.449 posições líquidas compradas sendo 55.404 posições compradas e 11.930 posições vendidas.
Vários analistas acreditam ainda que robusta mais uma vez serviu como guia para apoiar as cotações do arábica, na realidade está tendo uma mudança radical nas últimas semana com o robusta ignorando o arábica. pelo andar da carruagem, com a continuidade da estiagem nas regiões de café no mês de setembro deverá levar NY a níveis bem superar ao atual 245,00 cents. Com mais de 170 dias sem chuvas nas regiões de café do Brasil, a situação de extremo estreses dos cafezais está deixando os cafeicultura muito preocupado e que predomina um clima "bipolar" entre os produtores, quando olha os preços "muita alegria" e quando olha os cafezais "muita tristeza". O mercado continua ignorando totalmente o estado deprimente em que se encontra os cafezais brasilleiros
A massa de ar frio que provocou temperaturas negativas e geada generalizada no final de agosto deve ter sido a última massa intensa deste ano. A partir de agora, o clima começa a mudar para o padrão de verão, e as frentes frias tendem a ser mais fracas e com menor abrangência. Sendo o período de transição entre o inverno e o verão, o mês de setembro normalmente ainda tem o predomínio do tempo estável e com pouca chuva do inverno, porém já começa a receber mais radiação solar pela aproximação do verão. Esta combinação provoca temperaturas elevadas, em grande parte do Brasil Central. Neste ano de 2024, a situação se repete, porém a previsão é de que na primeira quinzena do mês faça ainda mais calor do que a média!
Co os cafeicultores brasileiros não preocupados com a lastimável situação atual dos cafezais do que a perforamnce de NY , e para complicar mais, os intitutos meteorologiscos estão indicado que nos próximo 15 dias não deve chover nas regiões de café do Brasil. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimou nesta sexta-feira que as chuvas que deverão chegar em setembro às usinas hidrelétricas ficarão abaixo da média histórica em todos os subsistemas, com previsão de 50% da média para o Sudeste/Centro-Oeste, 42% para o Sul, 44% para o Nordeste e 47% para o Norte
Segundo Renata Eller Santos, CEO da Eller Trading, depois de cinco altas consecutivas na bolsa, uma correção para baixo dos preços já era esperada por analistas. Mas a tendência atual para as cotações ainda é de alta. O mercado vem sendo impactado por causa da seca. Se não chover agora não teremos uma boa safra no próximo ano, e as plantas estão sentindo o impacto desse clima adverso. A especialista relata que em Varginha (MG), uma das principais áreas produtoras de arábica do Brasil, houve registro de pouca chuva nos últimos dias, e mais umidade é ecessária para o desenvolvimento dos cafezais. Os últimos levantamentos da Fundação Procafé reforçam a gravidade do déficit hídrico que pode atrapalhar a temporada 2025/26. De janeiro a julho deste ano, a região de Varginha registrou um déficit hídrico de 234 milímetros abaixo da média, refletindo a situação no Sul de Minas.
Segundo a Bloomberg, primeiro vieram os incêndios que queimaram os campos de cana-de-açúcar. Agora, a pior seca em mais de quatro décadas ameaça as plantações de café e soja no Brasil. De maio a agosto algumas áreas agrícolas importantes enfrestaram o clima mais seco desde 1981, de acordo com o centro de monitoramento de desastre naturais Cemadam. As chuvas regulares que são típicas da primavera provavelmente serão adiadas para o final de outubro, disse o meteorologista da Rural Clima, Marcos Antônio Santos
E não há alívio às vista: não há previsão de chuva por pelo menos mais duas semanas, período em que os cafeeiros geralmente florescem e os agricultores começam a palitar soja. A falta de chuvas apresenta risco para o fornecimento global de grãos em um mundo que se torna cada vez mais dependente do Brasil para todo tipo de produto, desde açúcar até café e soja. " Esta é uma das piores secas da histórica do café. A seca prolongada em áreas que produzem café arábica, provavelmente danificará os botões antes que as árvores possam florescer para a próxima safra. Não houve nenhuma chuva significativa nas regiões de arábica desde março", disse Regis Ricco, diretor da RR Consultoria Rural.
A floração é um momento crítico para o café, pois ela se transformar nos frutos qu contêm os grãos. Os futuros do arábica já subiram mais de 30% este ano, e as perdas de safra no Brasil podem aumentar a alta. " Se Houver problemas com a floração, haverá perdas, não importa o que aconteça com o clima mais tarde" disse analista da StoneX, Fernando Maximiliano.
Os preços domésticos do café no Vietnã subiram ligeiramente esta semana devido à redução da oferta de grãos, disseram traders na quinta-feira, enquanto o prêmio do contrato de setembro na Indonésia permaneceu alto. Os agricultores do Planalto Central, a maior área de cultivo de café do Vietnã, estavam vendendo grãos nesta sexta-feirapor 121.000-123.000 dong (US$ 4,87-US$ 4,95) o kg, em comparação com 118.500-119.300 dong na semana passada, preço médio de R$ 1.659,48 a saca de 60 quilos. Os traders ofereceram 5% de robusta preto e quebrado grau 2 a um prêmio de US$ 20 a US$ 50 por tonelada no contrato de novembro, em comparação ao prêmio de US$ 250 a US$ 350 da semana passada.
“A assinatura de contratos antes da nova safra não é tão ativa quanto nos anos anteriores, pois as empresas exportadoras se tornaram mais cautelosas sobre sua capacidade de cumprir com a obrigação”, disse Nguyen Ngoc Quynh, vice-chefe da Bolsa Mercantil do Vietnã. “As empresas estão sob pressão financeira, pois os preços do café estão muito altos. Também há preocupações sobre os suprimentos da próxima colheita.” Enquanto isso, os grãos de café robusta em Sumatra, na Indonésia, foram oferecidos com um prêmio de US$ 265 em relação ao contrato de setembro, acima do prêmio de US$ 200 da semana passada, disse um trader.
“O preço local para o contrato de setembro está alto e temos que competir (com outros comerciantes) para comprar”, disse um comerciante. Outro comerciante disse que os grãos foram oferecidos com um prêmio de US$ 240 em relação ao contrato de novembro, inalterado em relação à semana passada. As colheitas ainda estão em andamento em algumas áreas da província de Lampung, enquanto em algumas áreas as plantações de café estão começando a florescer para a entressafra.
Segundo a agência Bloomberg, os carregamentos de café estão inundando a União Europeia enquanto comerciantes correm para estocar grãos antes das novas regras ambientais que entrarão em vigor no final do ano. O Regulamento de Desmatamento da UE, ou EUDR, exigirá que importadores do bloco provem que commodities como café, carne bovina, cacau e madeira não contribuem para destruir terras florestais. No entanto, a falta de clareza sobre os detalhes deixou muitas empresas inadequadamente preparadas, tornando algumas interrupções no fornecimento inevitáveis.
O café, uma cultura que depende em grande parte de milhões de pequenos produtores em uma ampla faixa do globo, é especialmente vulnerável aos desafios de garantir que cada grão esteja em conformidade. Então, os comerciantes correram para enviar o máximo que puderem para a Europa antes de 30 de dezembro. As exportações do Brasil, para o bloco aumentaram cerca de 65% nos sete meses até julho, em comparação ao ano passado. Uganda — cada vez mais crucial para o fornecimento de robusta da Europa após uma enorme escassez no maior produtor, o Vietnã — viu as exportações atingirem uma alta histórica no mês passado, com a maior parte indo para o continente.“Esta safra é efetivamente a última safra que podemos exportar antes que a EUDR chegue”, disse Ted Marley, um comerciante de café em Uganda. “A próxima safra de robusta é em outubro e, dado o tempo de embarque de 70 dias após a África do Sul e o tempo de processamento, quase todo o café da próxima safra terá que estar em conformidade com a EUDR.”
Os torrefadores querem cobrir quaisquer possíveis déficits para o primeiro trimestre de 2025, de acordo com Ricardo Dos Santos, diretor administrativo da fornecedora europeia de café Riccoffee (Reino Unido). Poucos comerciantes estão dispostos a arriscar enviar grãos depois de outubro e perder a janela para transportar grãos não certificados, ele acrescentou. Tudo isso acontece enquanto os comerciantes enfrentam preços mais altos. Os grãos Robusta, usados para café instantâneo, dispararam para o maior valor desde a década de 1970. Os grãos arábica de qualidade superior subiram mais de 30% este ano.
O aumento do custo de empréstimos, a escassez de contêineres e os períodos de trânsito mais longos também estão aumentando os desafios. “Não temos capacidade e também não temos dinheiro para criar estoques de reserva por 12 meses na Europa”, disse Holger Preibisch, presidente-executivo da associação alemã de café. Mesmo que os comerciantes tentem enviar o máximo que puderem antes da mudança na regulamentação da UE, o caminho à frente continua incerto, pois a Comissão Europeia não publicou todos os detalhes da implementação, de acordo com Preibisch.
Isso significa menos volumes, o que pode aumentar os preços, ele acrescentou. “Uganda está realmente ficando para trás no que diz respeito à conformidade com a EUDR”, disse Joab Kankiriho, um corretor de café baseado lá na Wakanda Coffee Brokerage Services. “Um grande número de exportadores não tinha programas de sustentabilidade em vigor até que a EUDR” se tornasse realidade. Ainda assim, alguns países da UE e grupos industriais pediram que as regras fossem revisadas. Por enquanto, espera-se que os embarques diminuam porque ninguém quer ficar sobrecarregado com uma carga atrasada que não atende aos requisitos
regulatórios. Mas a perda da Europa pode ser o ganho da China, disse Kankiriho.“Temos visto a entrada de compradores chineses e acho que temos que procurar mercados alternativos em outros lugares, embora a UE tenha tomado perto de 90% do café de Uganda”, disse ele.