Problemas logísticos globais atrasam embarques de cafés ao exterior
Santos, sexta-feira, 6 de setembro de 2024
Os problemas climáticos persistem em todo o mundo. No Brasil a seca continua e as notícias que chegam das regiões produtoras de café, são a cada dia mais preocupantes. AS previsões indicam que as temperaturas altas e a baixa umidade relativa do ar continuam na próxima semana. Os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal têm alerta vermelho, de “grande perigo”, para tempo seco. O aviso é do Inmet - Instituto Nacional de Meteorologia. A maior parte do Brasil tem, neste momento, algum tipo de alerta para o problema (fonte: jornal O Estado de São Paulo, veja no clipping de nosso site).
Segundo o Observatório Europeu Copernicus, o verão de 2024 no Hemisfério Norte é o mais quente já registrado na história. Ontem, a China anunciou ter registrado o agosto mais quente desde 1961.
O governo federal vê risco de a seca que atinge a Amazônia baixar o nível dos rios a ponto de isolar Manaus do ponto de vista logístico – ou seja, deixar impossível o transporte de mercadorias por via fluvial até a capital do Amazonas, de 2,3 milhões de habitantes. O Rio Solimões chegou ao menor nível da história no trecho que passa pela cidade de Tabatinga, no Amazonas, de acordo com relatório divulgado pelo SGS - Serviço Geológico Brasileiro na sexta-feira, 30.
Os fundamentos do mercado de café permanecem os mesmos. No Brasil, é certo que os seguidos eventos climáticos já prejudicam a formação da próxima safra brasileira de café 2025. A seca no sudeste brasileiro é severa. A última chuva relevante no interior do Brasil, incluindo São Paulo, foi na primeira quinzena de abril. Tanto a região Sudeste como a Centro-Oeste, estão praticamente sem chuva desde abril.
Os problemas logísticos globais atrasam os embarques de nossos cafés ao exterior, trazendo custos maiores e dificuldades com o fluxo de caixa para muitos exportadores.
Hoje, em uma sexta-feira de mau humor nos mercados, aversão ao risco e queda das comodities agrícolas nas bolsas internacionais, as cotações do café em Nova Iorque e Londres, que nesta semana vinham apresentando um comportamento mais calmo, com oscilações menores, tiveram um dia de perdas expressivas. As quedas desta sexta-feira levaram os contratos de arábica na ICE Futures US e os de robusta na ICE Europe, a encerrarem a semana com balanço negativo.
Os contratos de arábica para dezembro próximo na ICE Futures US, oscilaram 860 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 2,4390 por libra peso, em queda de 30 pontos. fecharam o pregão valendo US$ 2,3600 por libra peso, em baixa de 820 pontos. Ontem esses contratos subiram 50 pontos e anteontem tiveram alta de 90 pontos. Na terça-feira recuaram 125 pontos. Na segunda-feira, não houve pregão, devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA. No balanço desta semana recuaram 805 pontos. Esses contratos fecharam a sexta-feira passada a US$ 2,4405 por libra peso, recuando 325 pontos no decorrer da semana. Encerraram a sexta-feira anterior à passada valendo US$ 2,4730 por libra peso, somando alta nessa semana de 320 pontos.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para novembro bateram em 4.925 dólares na máxima do dia e fecharam valendo US$ 4.770,00 por tonelada, em queda de 141 dólares. Ontem recuaram 1 dólar e anteontem subiram 202 dólares. Na terça-feira tiveram ganhos de 10 dólares. Na segunda caíram 248 dólares. Nesta semana, esses contratos recuaram 178 dólares. Na sexta-feira passada, fecharam valendo US$ 4.948,00 por tonelada, subindo 233 dólares no decorrer da semana. Na sexta-feira anterior à passada fecharam valendo US$ 4.715 dólares por tonelada, somando alta nessa semana de 263 dólares.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures subiram hoje 9.055 sacas. Fecharam o dia em 843.847 sacas. Há um ano eram de 467.919 sacas. Subiram neste período 375.928 sacas. Caíram nesta semana 4.026 sacas. Na semana passada apresentaram alta de 3.728 sacas. No mês de agosto subiram 32.949 sacas e no mês de julho 7.530 sacas.
O dólar encerrou o dia a R$ 5,5900 em alta de 0,32 %. Ontem caiu 1,21 %. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,6350.
Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo em Nova Iorque, fecharam o pregão valendo R$ 1.745,09. Terminaram a sexta-feira passada a R$ 1.819,14 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 1.792,34.
O mercado físico brasileiro, que ao longo da semana, apresentou dias calmos, com volume baixo de negócios, hoje não trabalhou. Nas bases oferecidas pelos compradores não houve interesse dos vendedores.
Até dia 6, os embarques de setembro estavam em 259.558 sacas de café arábica, 49.511 sacas de café conilon, mais 10.037 sacas de café solúvel, totalizando 319.106 sacas embarcadas, contra 261.539 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 6 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 791.180 sacas, contra 584.757 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 30, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 805 pontos ou US$ 10,65 (R$ 59,52) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 30 a R$ 1819,14 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 1745,09. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 820 pontos.