Fed e clima combustível para nova onda de alta no mercado de café
Por José Roberto Marques da Costa
Com volume de 39.389 lotes em NY, os contratos futuros de café arábica no dezembro fechou em forte alta de 10,05 cents a 259,45 cents, variando de 248,70 cents a 260,45 cents, maior nível desde 2011, rompendo as três resistências do dia em 251,47 cents, 253,53 cents e 256,12 cents. O volume em Londres atingiu 12.441 lotes, novembro fechou com forte alta de US$190 a tonelada a US$ 5.267/t, variando de US$ 5.050/t a US$ 5.281/t, tsambém rompendo as três resistências do dia em US$ 5.130/t, US$ 5.184/t, US$ 5.252//t, ultrapassando o recorde anterior em US$ 5.190/t e fazendo novo recorde histórico.
O relatório da CFTC mostram que os grandes fundos diminuíram levemente suas posições compradas ( - 577 lotes ) e suas posições vendidas ( - 560 lotes) , neste período a variação de dezembro passou de 242,80 cents a 247,20 cents, alta de 4,40 cents. Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira, 13 de setembro referente ao dia 10 de setembro, mostraram queda de 0,04% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. Segundo os números apresentados, os grandes fundos possuíam 39.084 posições líquidas compradas, sendo 53.014 posições compradas e 13.930 posições vendidas no último dia 10. No relatório anterior, referente a 03 de setembro, eles tinham 39.101 posições líquidas compradas sendo 53.591 posições compradas e 14.490 posições vendidas.
A volatilidade continua imperando no mercado futuro do café, com a Fed (Federal Reserve) e o clima dando combustíveis para o rally de alta. Nova Iorque acumulou alta de 23,45 cents por libra (9,74%) na semana, com o dezembro variando entre 238,10 a 260,45 cents e Londres acumulando alta de US$ 497 por tonelada (10,42%), com novembro variando de US$ 4.780 a US$ 5.281 por tonelada. Esta sexta-feira, 13, foi histórica para o robusta, com o setembro batendo novo recorde, fechando a US$ 5.646 a tonelada, preço impensável, até há pouco, pelos analistas de mercado
Os preços subiram com expectativa de um corte mais agressivo nas taxas nos juros da economia dos Estados Unidos pelo Fed depois de uma reportagem do Wall Street Journal dizendo que os dirigentes do Fed estariam considerando se reduzirão a taxa básica em 0.50 pontos na reunião de 19 de setembro, provocando queda continua do índice do dólar americano, estimulando as compras no mercado das commodities com ajuda do aumento das preocupações com a estiagem nas regiões cafeeiras no Brasil. Para a Agnocafé, o princpal fundamernto do rally no mercado de café está na provável redução dos juros americanos e com a estiagem no Brasil dando mais combustível para o rally
Não só os preços do café robusta, mas também os preços do ouro atingiu recorde histórico, rompendo o nível US$ 2.600 por onça nesta sexta-feira, na esperança de corte das taxas de juro por parte do Fed fizeram com que o índice do dólar americano caísse e estimularam as compras no mercado de matérias-primas. Uma declaração sobre a redução das taxas de juros na reunião de 19 de setembro na próxima semana. Os investidores têm grandes esperanças de que o Fed reduza as taxas de juros desta vez. O dólar americano é visto como o par de moedas negociadas no mercado de ouro e muitas vezes tem preços que são inversamente proporcionais entre si. Desta vez, os preços do café receberam duplo apoio do impacto da moeda e do clima do clima no principal produtor, o Brasil.
O dólar recuou mais ante ao real nesta sexta-feira depois que reportagens circuladas na imprensa fomentaram novamente o debate sobre o tamanho do corte de juros a ser feito pelo Federal Reserve na reunião da próxima semana. Analistas disseram que reportagens do The Wall Street Journal e do Financial Times na quinta-feira, 12, apontaram que uma redução de 50 pontos-base ainda é uma opção, e os comentários de uma ex-autoridade do Fed defendendo um corte agressivo causaram uma mudança nas expectativas do mercado.
Segundo a Reuters, a seca mais severa já registrada no maior produtor do Brasil está levantando preocupações sobre a safra de 2025 do país, que é essencial para o fornecimento global. "As lavouras estão realmente estressadas, em péssimas condições, é triste ver", disse o agrônomo de café Jonas Ferraresso, que aconselha fazendas de café em São Paulo e Minas Gerais. Ele disse que mesmo que as chuvas retornem em outubro, levando à fase de floração, as árvores dificilmente terão energia para converter essas flores em frutos. A instituição de pesquisa de café Fundação Procafe disse em nota que é improvável que o Brasil consiga produzir uma grande safra no ano que vem, considerando o estado das árvores.
A situação também é preocupante no Vietnã, o segundo maior produtor mundial e o maior cultivador de robusta. O tufão Yagi deixou centenas de mortos no país e trouxe fortes chuvas para as áreas de café poucas semanas antes do início da colheita. As chuvas podem fazer com que os grãos de café caiam, prejudicando a qualidade, bem como interromper as operações de secagem. O Vietnã pode ter um clima mais úmido do que o normal nos próximos meses, pois o padrão climático La Niña deve se desenvolver. "La Niña frequentemente traz condições mais secas do que o normal para as regiões cafeeiras do sudeste do Brasil e condições mais úmidas para as terras altas do Vietnã", disse um corretor de café dos EUA, acrescentando que a combinação era indesejável para ambas as regiões nos próximos meses
Segundo o analista do Vietnã Nguyen Quang Binh, não só o preço do café nas duas bolsa aumentaram, como o robusta atingiu um pico histórico, o preço do ouro também atingiu um pico histórico nos dois últimos pregões da semana, atingindo mais de 2.600 USD/onça, e o preço do petróleo WTI também subiu acima de 69 USD/barril. Em geral, o sentimento do mercado centra-se na redução das taxas de juro pela Fed após a redução da taxa de juro da UE para 3,50% e nas fortes expectativas de uma redução de 0,50%. O preço do arábica e robusta estão sendo plantado de acordo com a expectativa de 0,50% a ponto de cair profundamente na zona de sobrecompra (RSI de 9 dias = 76,18% frente à referência 70%), mas ainda ignorado. Isto mostra o quanto a política monetária e a flexibilização das taxas de juro afetam os preços das matérias-primas, mais do que notícias de seca. Às vezes, os especuladores usam as notícias da seca para aumentar os preços por motivos, quem sabe, certo?
Uma onda de calor prolongada no Vietnã no momento importante da granação dos grãos do robusta meses atrás prejudicou a safra deste ano que começa a ser colhidao em outubro, com os preços do robusta aumentando há algum tempo, resultando em três safras sucessivas de baixas no país. As condições climáticas adversas estão afetando simultaneamente as plantações de café, e o grão mais barato está agora atingindo recordes de preços,
Historicamente, há problemas climáticos, mas eles se resolveram muito rapidamente. Desta vez, potencialmente há o enfrentando da quinta safra brasileira ruim consecutiva, o que é sem precedentes. Segundo a Tropical Research Services Steve Wateridge, as temperaturas estão mais altas nos últimos cinco anos e há menos chuvas nas áreas produtoras de café nos últimos cinco anos. O clima está mudando nos dois principais produtores mundiais de café, e isso está basicamente tornando as quebras de safra mais frequentes. É o que o mercado está dizendo, que se não se pode aumentar a oferta por causa de problemas climáticos contínuos e esse é um dos grandes problemas que enfrenta o café.
De acordo com o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, as cotações estavam ensaiando um novo pico de alta, mas tudo indica que a volatilidade deve continuar. No Brasil, chuva atrasando, podendo ter uma florada antecipada - ou mesmo em um caso de atraso de florada - atrapalha o desenho da próxima safra, mas o problema desse ano não é esse. É o período longo sem chuva e de temperatura muito acima do normal que está no radar da cadeia para monitorar o potencial produtivo do ciclo 2025/26. A sustentação ocorre também porque o produtor que tem café tende a segurá-lo e não o coloca para comercialização. Isso acontece não só pela espera de preços mais elevados, mas também devido ao medo de como será a safra 2025/26, que está na etapa inicial do ciclo (pré-florada) e, em muitos lugares, foi castigada pela estiagem e déficit hídrico.
Segundo o gráfico técnico, o preço do café conseguiu se livrar da dominância do viés de baixa correcional ao subir acima do nível de 244,30 cents para formar uma nova linha de suporte nas tentativas de alta, notando forte ganhos ao tocar 250,80 cents . Além disso, os principais indicadores começam a fornecer o momento positivo, para aumentar as chances de fornecer fortes negociações de alta chegando ao atingir o nível de 255,30 cents, agora espera para enfrentar a barreira adicional em 263,00 cents para buscar novos níveis de alta. Na segunda-feira as resistências estão em 263,70 cents, 267,95 cents e 275,45 cents.
O mercado de café mostra muito estressado em todos os setores, os produtores estão tendo uma crise "bipolar", com relação a preços "muita alegria" e quando vai a propriedade e olha o estado lamentável dos cafezais "muita tristeza". Os comerciais vivem em clima de "velório " quando olha a contabilidade com a migração da "grana". Com a forte volatilidade da bolsa de NY, a cada 25 cents a chamada de margem equivale a aproximadamente US$ 2 bilhões. Então, desde 28 de novembro de 2023(quando a bolsa de NY estava sendo negociada a 170 cents) os comerciais "vendidos" precisaram enviar até a semana passada cerca de US$ 7,20 bilhões para cobrir as chamadas de margem. Nesta semana, com a alta em torno 24,00 cents foram aproximadamente US$ 2 bilhões evaporaram no caixa de US$ 9,2 bilhões nos últimos 12 meses. Ao analisar o mercado de opções, o clima para os comerciais vai se tornar pior nos próximos meses.
No próximo dia 08 de novembro vence as opções de dezembro, com o mercado mostrando positivo para os próximos meses nas posições em aberto acima dos 250 cents. Nesta semana, a posição em aberto nas opções de compra “call” mostrou um forte aumento no strike 300 cents, passando de 7.001 na sexta-feira passada para 8.278 nesta sexta-feira. Veja as posições em aberto no (strike centavos de dólar por libra-peso ) posição/número: 250/4.239; 260 / 2378; 270 / 2.321; 280 / 2.221; 290 / 3.646; 300 / 8.278. E nas opções de venda “put”: 240 / 1.423; 230 / 1.942; 220 / 3.301; 210/2.710.
Mercado interno
O indicador da Agnocafé desta sexta-feira foi recorde histórico, anterior foi R$ 1.590,00 no dia 04 de fevereiro de 2022 .O indicador de café do arábica da safra 23/24 com 15% ficou em R$ 1.600,00, alta de 2,56% ( + R$ 40,00 ) e café livre a R$ 1.580,00. No mês fica com alta de R$ 110,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 565,00 e em dólar fica em US$ 287,40. O peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.750,00, cereja a R$ 1.620,00, café certificado a R$ 1.630,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.610,000, 20% a R$ 1.590,00, com 25% a R$ 1.580,00 com 30% a R$ 1.570,00. Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.430,00, duro/riado/rio, R$ 1.410,00, rio a R$ 1.390,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 1.340,00 repasse de beneficiamento a R$ 1.370,00 e riado a R$ 1.330,00 e escolha fica em R$ 18,00 o quilo de aproveitamento.
O indicador de café conilon da Cepea teve novo redorde histórico nesta sexta-feira e difereciasl de R$ 37,37 a mais que o arábica. O indicador de café arábica do Cepea/Esalq ficou em R$ 1.483,12, alta de 0,99% ( + R$ 14,62 ). No mês acumula alta de 2,41% ( + R$ 34,88 ), no ano teve alta de R$ 466,53 e em dólar fica em US$ 266,56. O indicador de café conilon ficou em R$ 1.520,49, alta de 0,91% (+ R$ 13,68 ) no mês acumula alta de 2,46% ( + R$ 23,51 ) no ano o acumulado fica com alta de R$ 582,54. Em dólar fica em US$ 273,21.
Data: 14/09/2024 09:51 Nome do Usuário: Joao do bagaco Comentário: Aqui no bagaço ( lajinha Mg) as flores estão caindo , pode esperar que 2025 a pancada vai ser maior no produtor .