Cooperativa cafeeira paranaense realiza tarde de campo sobre tecnologia
Com o objetivo de difundir tecnologia para a cultura do café, a Cocari realizou, no último dia 10, a Tarde de Campo de Café, no Centro Tecnológico em Mandaguari, Paraná. O evento é uma oportunidade para atualizar os cafeicultores sobre novos produtos e práticas de manejo que visam aumentar a produtividade e a rentabilidade dos cafezais.
O cooperado José Guilherme Zuckert, de Jandaia do Sul, comentou suas expectativas para o evento: “Aprender um pouco mais. Porque o café, como qualquer outra lavoura, está sempre evoluindo. A tecnologia está disponível e precisamos utilizá-la. Acho muito importante ter esses eventos e palestras”, declarou.
Fernando Rosseto, cooperado de Mandaguari, também está sempre em busca de inovações para a cafeicultura. “O dia de campo traz novas ideias para o produtor, permitindo que possamos aplicar diferentes produtos e práticas na lavoura. Isso ajuda a sair da rotina e a introduzir novos métodos, o que é essencial para melhorar os resultados”, destacou.
Para atualizar os cooperados, a cooperativa trouxe especialistas na cultura do café para ministrar palestras. Gustavo Hiroshi Sera foi o palestrante sobre as características das cultivares de café e fatores que afetam a qualidade da bebida. Ele falou sobre novas cultivares e também sobre algumas mais antigas. “O principal dessas variedades é a resistência a doenças e a combinação de alta produtividade com qualidade de bebida”, ressaltou Sera.
Ele apresentou algumas das cultivares destacadas no evento, explicando suas características: “A variedade IPR 107 tem ciclo precoce, o IPR 98 tem ciclo médio precoce, o IPR 99 é médio tardio e o IPR 100 é super tardio”, detalhou.
O especialista deu dicas sobre o espaçamento das plantas: “Já foi comprovado cientificamente que os melhores espaçamentos são entre 50 e 60 cm entre plantas, o que gera maior produtividade por hectare. No passado, plantavam-se a um metro ou dois metros entre plantas”.
Sera também abordou a melhor época de colheita: “É possível escalonar a colheita começando em maio, passando por junho e julho, e terminando em agosto. Com isso, é possível ter cultivares produtivas e resistentes a doenças. O escalonamento ajuda a reduzir o custo de produção, evitar perdas devido à ferrugem e aos nematoides”, orientou.
No entanto, segundo o palestrante, não é possível definir um espaçamento ideal para cada cultivar. “O produtor deve escolher com base na mecanização utilizada, no tamanho da planta, nas cultivares — que podem ser de porte baixo, médio ou alto — e na frequência de podas e no manejo dos tratos culturais. São vários fatores que influenciam na escolha do espaçamento entre linhas, visando a viabilidade e a mecanização do café, que hoje é fundamental para o cafeicultor”, ponderou.
Para tratar sobre o manejo de nematoides, o convidado foi Dhalton Shiguer Ito. “Esse é um problema significativo que tem afetado os cafezais do Paraná, e precisamos trazer informações e conteúdos inovadores para que o produtor esteja sempre atualizado e preparado para lidar com esses desafios”, disse o palestrante.
Ito destacou que os nematoides são um problema em várias culturas, não apenas no cafeeiro. “É essencial ficar atento, pois, uma vez que os nematoides entram na propriedade, é praticamente impossível eliminá-los. O produtor terá gastos com controle, manejo e mão de obra”, alertou.
Ele também comentou sobre medidas de controle para evitar a entrada dos nematoides: “O diagnóstico permite identificar se o problema é causado por nematoides, qual a concentração na área e a espécie predominante. O diagnóstico é fundamental, pois, com base nisso, é possível indicar uma estratégia de manejo mais adequada”, concluiu.