ProfilePrint firmar um contrato com as cooperativas Cooxupé e a Minasul
A ProfilePrint, startup agroalimentar de Cingapura, acaba de firmar um contrato com grandes representantes do agronegócio, especialmente da cadeia do café, como as cooperativas Cooxupé e a Minasul. O acordo consiste na utilização de um tipo de inteligência artificial para capturar a qualidade do café, como uma impressão digital que atesta sabor e até sugere blends. E o projeto pode ser expandido para outros alimentos.
O CEO da ProfilePrint , Alan Lai, inventou o projeto e fundou a empresa há sete anos, mas só agora está firmando negócios no Brasil. No caso do grão, o objetivo é agilizar a classificação e controle de qualidade para que as vendas aconteçam mais rapidamente na cadeia.
Na prática, uma espécie de máquina, que se parece com a de café expresso portátil, é o local onde se deposita a amostra. Em minutos, o relatório com todas as características, entre elas perfil de sabor e sugestões de blends ficam à disposição do cliente. A máquina é capaz de fazer 300 análises de amostras por hora.
O CEO destaca que um relatório de dados indica todos os componentes de qualquer tipo de café, seja verde, torrado e moído ou solúvel. “As informações são geradas a partir de dados moleculares coletados por um analisador e processadas na nuvem por modelos de IA”, explica.
A tecnologia consegue capturar mais de 10 mil informações sobre o café. Através da plataforma, por exemplo, é possível verificar o mofo do café, que fica dentro do grão e não é visível a olho nu. Assim, dependendo do defeito encontrado, pode-se impedir que o lote vá para comercialização.
"Para lidar com a detecção de defeitos não visuais, empregamos nossa metodologia proprietária de escaneamento espacial. Isso analisa a assinatura molecular do ingrediente, detectando grãos defeituosos espalhados em uma amostra examinando sua composição química única em vez de depender de pistas visuais ou reconhecimento fotográfico", informa a empresa.
O Brasil é o foco da empresa por ser um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, acrescenta Lai. Ele conta que teve a ideia de criar uma plataforma tecnológica capaz de identificar os níveis de qualidade de alimentos, pois Cingapura não produz, mas é dependente da importação. “Muitas vezes, pagamos mais caro por um produto que pode estar impuro”, fala.
Em nota, o diretor de negócios da Minasul, Luiz Henrique Albinati, disse que o setor está motivado na implantação dessa tecnologia nas fazendas de café e nas redes que a cooperativa agroindustrial atua.