Mercado de café passa nesta semana por "teste de estresse"
Por José Roberto Marques da Costa
Com volume de 29.455 lotes em NY, os contratos futuros de café arábica fecharam em alta nesta sexta-feira, o dezembro valorizou de 5,35 cents fechando em 257,35 cents, variando de 5,75 cents de 252,00 cents a 257,75 cents, rompendo a primeira ressitência do dia em 256,57 cents, na semana variou 20,05 cents, de 251,40 cents a 271,45 centa O volume em Londres atingiu 20.230 lotes, novembro teve alta de US$ 146 a tonelada a US$ 5.067/t, variando US$ 214, de US$ 4.876/ a US$ 5.095/t, na semana teve uma variação recorde de US$ 622, de US$ 4.876/t a US$ 5.498/t.
O relatório da CFTC referente a 01 de outubro mostram que os grandes fundos diminuíram suas posições compradas ( - 1.497 lotes ) e diminuíram suas posições vendidas ( - 571 lotes) , neste período a variação de dezembro passou de 267,85 cents a 264,15 cents, queda de 3,70 cents. Os dados mostraram queda de 2,22% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 40.724 posições líquidas compradas, sendo 53.022 posições compradas e 12.298 posições vendidas no último dia 01. No relatório anterior, referente a 24 de setembro, eles tinham 41.649 posições líquidas compradas sendo 54.518 posições compradas e 12.869 posições vendidas.
Depois que União Europeia confirmou o adiamento por ano a lei antidesmatamento na quarta-feira, o mercado de café passou por um "teste de estresse", analogo ao teste de estresse de liquidez realizando de tempo em tempo pelo banco central que combina as abordagens de baixo para cima e de cima para baixo: o teste considera, para cada instituição financeira, as diferentes classes de ativos e as captações, mas não leva em conta a relação existente entre as instituições, resultando em um Índice de Liquidez (IL).
Depois de ter chegando a máxima dos últimos 13 anos em 275,00 cents na semana passada, os investidores de curto prazo ( especuladores ) aproveitatam a notícia do adiamento da lei pela UE e começaram a fazer uma forte liquidações durante três pregões nos contratos futuros de café em Londres e NY para encontrar o piso mínimo possível. Na sexta-feira, até a divulgação 'payroll" americana o piso mínimo testado foi 252,00 cents em NY e US$ 4.900/t em Londres, depois de revelado o 'payroll", o mercado começou a se recuperar parte das perdas após decisão da européia. A diferença entre preço do arábica e robusta que na semana passada estava em torno de 20 a 22 cents foi para 39 cents, a 12 meses atrás esta diferença estava acima de 90 cents.
Com o mercado preocupado estresse climático ( http://www.agnocafe.com.br/noticia?id=60488 )nos dois maiores produtores mundiais, Brasil e Vietnã, com a safra brasileira e do Vietnã sendo as menores dos últimos três anos gerando um déficit historico de mais de 20 milhões de sacas, com as chuvas das próximas semana já absorvida pelo mercado e a revelação da greve dos trabalhadores portuários na Costa Leste dos Estados Unidos que paralisou o descarregamento de contêineres de café, mostrando que os estoques de café nos EUA estão atualmente em níveis historicamente baixos, tudo indica que a partir da próxima semana vai começar novo "teste de estresse" inverso na procura de uma nova resistência que deve estar bem acima de 275,00 cents. A grande maioria dos gráficos técnicos indica a busca acima de 280,00 cents.
Com grão de café “gritando por chuva” a várias semanas, gerando fortes preocupações sobre a floração da safra do próximo ano, com rumores na terça-feira e confirmação quarta, a União Europeia confirmou o adiamento por ano a lei antidesmatamento provocando perdas histórica nos contratos de café robusta. Alguns poucos segundos depois que foi anunciado adiamento (08h15), os contratos futuros da bolsa de Londres despencaram mais de US$ 150, passando de US$ 5.454/t para US$ 4.300/t. Por volta das 08h20, a bolsa de NY que operava em alta de 2,00 cents a 266,15 cents, começaram a despencar gerando ordens automáticas de vendas dos investidores e no pregão quinta-feira, as ordens tiveram continuidade, levando NY ao novo piso de 252,00 cents e Londres a US$ 4.900/t. Esta forte liquidação deixou as duas bolsas com os indicadores sobrevendidos fortemente sobrecarregados. Nos primeiros quatro pregões da semana, os contratos de café robusta em Londres desvalorizaram cerca US$ 577 ( 10,5% ) a tonelada e os contratos de café arábica em NY caíram 18,20 cents ( 6,7% ).
No pregão desta sexta-feira, a bolsa que negocia café arábica em NY e café robusta em Londres encerraram em alta firme, com investidores recomprando parte da liquidação dos últimos 3 pregões depois de encontar forte piso na primeira parte do pregão, de 252,00 cents em NY e US$ 4.900/t em Londres. Mas na parte da manhã aprece nova surpresa com dos dados do relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o chamado "payroll", que veio bem acima das expectativas do mercado. Os contratos de café arábica começara a reagir fechara em alta de 5,30 cents ( 2,1% ) em NY com dezembro fechando a 257,35 cents, recuprando parte das perdas 6,4% até quinta-feira, acumulando queda na semana de 11,80 cents (- 4,4% ). Os contratos de café robusta de novembro em Londres tiveram um alta em questão de minutos passando de US$ 4.880/t para US$ 4.950/t e fechando com alta de US$ 146 a tonelada ( + 2,7% ), recuperando parte da perda de 10,2% até quinta-feira, acumula perda na semana de US$ 415 (- 7,6% )
Publicado na sexta-feira, o “payroll” mostrou que os EUA criaram 254 mil vagas de trabalho em setembro, bem acima dos 150 mil esperado por analistas consultados pelo “Wall Street Journal". Os números de julho e agosto foram revisados para cima. A taxa de desemprego ficou em 4,1% em setembro, abaixo dos 4,2% esperados. Os números fizeram o mercado reprecificar as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) até o fim do ano, com as apostas, agora, sinalizando cortes mais moderados nos próximos meses. A leitura dos agentes é que os dados fortes do mercado de trabalho americano diminui as chances de um corte maior dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Para vários analistas, o "payroll" foi incrivelmente forte em todas as frentes possíveis. “Este foi um relatório inequivocamente forte e torna um corte de juros de 0,25 ponto percentual o caminho mais provável para novembro”, diz outro economista
A greve de trabalhadores portuários na Costa Leste dos Estados Unidos que durou 3 dias paralisou o descarregamento de contêineres de café, agravando a escassez de suprimentos no país, que é o maior consumidor de café do mundo. A paralisação da movimentação de contêineres, que começou na terça-feira, está afetando a entrega de café importado para torrefadores e redes de cafeterias e pode levar a novos aumentos nos preços dos grãos. Esses preços já haviam atingido máximas de vários anos na semana anterior devido à oferta limitada.
Os atrasos estão causando um aumento nos preços do café nos armazéns dos EUA, conforme observado por um comerciante de café cujos contêineres estavam entre os afetados pela greve. O comerciante, que representa um dos maiores importadores de café dos EUA, revelou que cerca de 40 de seus contêineres estão aguardando movimentação e que taxas adicionais serão impostas pelos proprietários dos contêineres se o retorno das caixas for atrasado.
Os estoques de café nos EUA estão atualmente em níveis historicamente baixos, com importadores mantendo inventários mínimos para evitar altos custos de armazenamento em meio a um período de taxas de juros elevadas. Isso tornou a atual situação portuária ainda mais problemática, potencialmente levando a escassez de suprimentos em algumas regiões.
Depois que o grãos de robustas foram afetado por uma forte seca a meses atrás que reduziu a produtividade, os cafeicultores do Vietnã lutam atualmente contra os efeitos do aumento das temperaturas nas principais regiões de café. Pesquisadores projetaram uma queda de 20% no fornecimento de grãos de robusta este ano, segundo a Australian Broadcasting Corporation . A safra do Vietnã deste ano, que começou a ser colhida neste mês deve ser a menos do últimos três anos, caindo para 30 milhões de sacas, depois 28,5 milhões de sacas e a última para 24,5 milhões de sacas. Pelas últimas informações neste ano deve ter uma queda de 10% a 20% entre 20 a 22 milhões de sacas.
As exportações de café do Vietnã renderam quase 4,4 bilhões de dólares americanos nos primeiros nove meses deste ano, superando o faturamento de todo o ano de 2023, informou a VnExpress na sexta-feira, citando o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. O número de nove meses aumentou 40% em comparação ao mesmo período do ano passado, graças aos altos preços do café exportado. O café exportado pelo Vietnã foi vendido em média na máxima histórica de 5.469 dólares por tonelada em setembro.
De janeiro a setembro, o preço foi registrado em 3.897 dólares por tonelada, um aumento de 56% em relação ao ano anterior. Entre os principais itens de exportação do Vietnã, o café surgiu como o produto agrícola com o maior aumento nos preços de exportação, disse o relatório. De acordo com a Vietnam Coffee and Cocoa Association, o país do Sudeste Asiático deve enfrentar vários desafios na safra de 2024-2025 devido às condições climáticas desfavoráveis. A produção de café deve diminuir em 5% a 15%. O ministério ainda prevê que o faturamento das exportações de café neste ano ultrapassará 5 bilhões de dólares, até 6 bilhões de dólares devido aos altos preços.