Semana no mercado de café foi caracterizada por acentuada volatilidade
Santos, sexta-feira, 11 de outubro de 2024
As chuvas, que, após um longo período de seca, de aproximadamente seis meses, finalmente começaram a cair sobre os cafezais brasileiros, levaram os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe a trabalharem nesta semana com acentuada volatilidade.
A chegada das chuvas, ansiosamente aguardadas pelos cafeicultores brasileiros, eram previstas desde o final do mês passado, e, em nossa opinião, não mudam os fundamentos do mercado, que continuam os mesmos, mas trazem mais dúvidas e incertezas aos operadores, contribuindo assim com o intenso sobe e desce das cotações do café em Nova Iorque e Londres.
As manchetes dos principais meios de comunicação, confirmam diariamente, que as incertezas climáticas se sucedem, são globais, e sem sinais de normalização à vista.
O forte aumento do consumo mundial de café nestas primeiras décadas do século 21, ao mesmo tempo que eventos climáticos, a cada ano mais severos, diminuem a produção dos principais países produtores, derrubaram os estoques mundiais de café, sem perspectivas de recomposição nos próximos anos.
Repetimos que as chuvas que começaram a cair sobre os cafezais brasileiros nesta semana, essenciais para a formação das próximas safras brasileiras de café 2025/2026 e 2026/2027, estão bastante atrasadas. Quando essas chuvas começarem a cair de forma regular sobre nossas lavouras de café, deverão diminuir o ritmo dos estragos, mas não recuperarão o muito que já foi perdido. É certo que já existem danos, e não são pequenos, na formação da próxima safra brasileira de café 2025. A partir do início do período chuvoso, será preciso acompanhar o ciclo das chuvas e as temperaturas médias no decorrer da primavera e verão, para então, a partir de março de 2025, nossos agrônomos avaliarem, com segurança maior, o tamanho das perdas na produção brasileira de café em 2025.
Hoje, os contratos de arábica para dezembro próximo na ICE Futures US, oscilaram 545 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 2,5645 por libra peso, em alta de 170 pontos. Fecharam o dia valendo US$ 2,5205 por libra peso, em queda de 270 pontos. Ontem subiram 470 pontos e anteontem 185 pontos. Na terça-feira apresentaram alta de 355 pontos e na segunda-feira recuaram 1.270 pontos. No balanço desta semana somaram perdas de 530 pontos. Esses contratos caíram 1.180 pontos na semana passada e subiram 1.840 pontos na semana anterior à passada.
Os contratos de arábica, com vencimentos em março de 2025 na ICE americana, bateram hoje em US$ 2,5500 na máxima do dia, e fecharam valendo US$ 2,5075 em baixa de 270 pontos.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para janeiro próximo, bateram em 4.795 dólares na máxima do dia, em alta de 53 dólares. Terminaram o pregão a US$ 4.678 por tonelada, em queda de 64 dólares. Ontem esses contratos subiram 41 dólares e anteontem 17 dólares. Na terça-feira tiveram alta de 24 dólares e na segunda-feira recuaram 199 dólares. Caíram nesta semana 181 dólares. Na semana passada somaram perdas de 344 dólares.
Os estoques de cafés certificados na ICE americana subiram hoje 6.835 sacas. Fecharam o dia em 815.087 sacas. Há um ano eram de 445.442 sacas. Subiram neste período 369.645 sacas. Nesta semana somaram alta de 10.511 sacas. Na semana passada, esses estoques caíram 13.607 sacas e na semana anterior à passada diminuíram 20.353 sacas. No mês de setembro recuaram 33.874 sacas. No mês de agosto subiram 32.949 sacas e no mês de julho 7.530 sacas.
O dólar terminou o dia a R$ 5,6160, em alta de 0,52 %. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,4560 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,4360.
Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo em Nova Iorque, fecharam o pregão hoje valendo R$ 1.872,44. Fecharam a sexta-feira a R$ 1.857,35 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 1.935,39.
No mercado físico brasileiro, com os contratos de café, na ICE Futures US e na ICE Europe, oscilando com força todos os dias, os compradores ajustaram suas ofertas ao longo dos dias, acompanhando o sobe e desce das cotações em Nova Iorque e Londres. O volume de negócios ficou abaixo do usual. O número de cafeicultores interessados em fechar negócios não foi grande. As ofertas no mercado físico brasileiro continuam com deságios bem superiores aos usuais ante as cotações dos contratos na ICE americana.
Entre esta sexta-feira e o sábado, a formação de uma frente fria deve se intensificar e espalhar as chuvas sobre o Sudeste. Durante o final de semana, as instabilidades continuarão bastante atuantes e avançam para norte, abrangendo também áreas do Espírito Santo, chegando de forma mais isolada até o sul da Bahia. Nos próximos cinco dias, os volumes podem ultrapassar 70 mm em áreas produtoras do Espírito Santo e interior de Minas Gerais. Em São Paulo e no Paraná os volumes serão mais moderados, mas as chuvas também devem ocorrer de forma mais abrangente. Em Rondônia tem previsão para chuva moderada, mas na forma de pancadas. Além da chuva, outro destaque é a redução do calor devido ao aumento das instabilidades. Na próxima semana teremos a formação de novas instabilidades no interior do país, que vão intensificar ainda mais as chuvas. Com isso, no período de 14 a 18 de outubro, são esperados os maiores acumulados de precipitação sobre as áreas produtoras mais do Sudeste, Rondônia e sul da Bahia. As áreas produtoras do Espírito Santo, Cerrado, sul da Bahia e Rondônia devem receber volumes que podem superar 100mm mm nesse período. O Sul de Minas, São Paulo e Paraná devem receber episódios mais esparsos e com volumes menores neste período (CLIMATEMPO).
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de setembro foram embarcadas 4.464.128 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 33,3 % (1.115.754 sacas) mais que no mesmo mês de 2023 e 17,2 % (676.690 sacas) mais que no último mês de agosto. Foram 3.193.749 sacas de café arábica (alta de 25,8 %, ou 656.013 sacas em relação a agosto de 2024) e 911.881 sacas de café conilon (queda de 3,5 % ou 33.166 sacas em relação a agosto de 2024), totalizando 4.105.630 sacas de café verde embarcadas, que somadas a 354.778 sacas de solúvel (alta de 10,6 % ou 33.961 sacas em relação a agosto de 2024) e 3.718 sacas de torrado, totalizaram 4.464.126 sacas exportadas em setembro último.
Até dia 11, os embarques de outubro estavam em 936.288 sacas de café arábica, 201.379 sacas de café conilon, mais 120.187 sacas de café solúvel, totalizando 1.257.854 sacas embarcadas, contra 1.014.106 sacas no mesmo dia de setembro. Até o mesmo dia 11 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 1.839.805 sacas, contra 1.565.961 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 4, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 530 pontos ou US$ 7,01 (R$ 39,37) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE, fecharam no dia 4 a R$ 1.858,03 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 1872,44. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 270 pontos.