AgnoCafe - O Site do Cafeicultor
Assunto: Categoria de noticia: Data:
Imprimir notícia

Números mostram um mercado de café muito fragilidade em 2025


Por José Roberto Marques da Costa

Com volume de 26.973 lotes em NY, menor da semana,  os contratos futuros de café arábica fecharam em alta  nesta sexta-feira, o dezembro valorizou 0,84% cerca de 2,15 cents, fechando em 257,30 cents, variando de 253,10 cents a 259,10 cents, não teve força para romper o primeiro suporte em 252,03 cents e a primeira resistência em 259,63 cents. Na semana variou 13,85 cents de 250,30 cents a 264,15 cents, acumulando alta de 5,25 cents. Os estoques de certificados aumentaram 12.190 sacas para 849.709 sacas, na semana teve alta de 34.628 sacas e esperando certificação 89.349 sacas com tendência de alta nos próximos meses.

 O volume em Londres atingiu 15.880 lotes, novembro valorizou  0,36% cerca de US$ 17/t fechando a US$ 4.702/t, variando de US$ 4.650/t a US$ 4.735/t. Na semana variou US$ 254/t, de US$ 4.650/t a US$ 5.004/t, acumulando queda  de US$ 124. a tonelada. Nesta semana, a diferença de preços entre as duas bolsas de futuros de Arábica e Robusta passou de 38,62 cents para 40,11 cents, a três semana atrás a diferença era de apenas 0,20 cents e  um ano atrás este diferencial estava em 0,90 cents

O relatório da CFTC referente a 15 de outubro mostram que os grandes fundos aumentaram suas posições compradas ( + 2.835 lotes ) e diminuíram suas posições vendidas (- 1.794 lotes) , neste período a variação de dezembro passou de 248,20 cents a 256,70 cents, alta de 8,50 cents. A grande surpresa deste relatório foi a menor posição vendida dos grandes fundos na história. Os dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) mostraram  alta de 12,85% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram leve alta, passando 256.214 lotes para 257.132 lotes.

Os grandes fundos possuíam 40.656 posições líquidas compradas, sendo 51.798 posições compradas e 11.142 posições vendidas no último dia 15. No relatório anterior, referente a 08 de outubro, eles tinham 36.027 posições líquidas compradas sendo 48.963 posições compradas e 12.936 posições vendidas.  As empresas comerciais aumentaram em 5% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 15 um saldo de 94.910 posições líquidas vendidas, sendo 62.771 posições compradas e 157.681 vendidas. No relatório anterior do dia 08, possuíam 90.383 posições líquidas vendidas, sendo 63.633 posições compradas e 154.016 vendidas. No resumo, 82,3% dos grandes investidores acreditam na alta e 17,7% na baixa.

Segundo a Reuters, a chuva está caindo nas regiões produtoras de café do Brasil, após um dos períodos mais secos já registrados, mas pode ser tarde demais para que as árvores se recuperem totalmente antes da colheita da nova safra, dizem agricultores e especialistas. Problemas de produção no Brasil e na Ásia devido a condições climáticas adversas significaram que a oferta ficou atrás da demanda por três anos. Se a próxima safra no Brasil ficar abaixo do potencial, os suprimentos globais podem novamente ficar abaixo da demanda.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, a semana foi de volatilidade, mas de preços firmes na Bolsa de Nova York para o café arábica, que baliza a comercialização global. O robusta na Bolsa de Londres esteve mais fraco. No mercado físico brasileiro de café, as cotações também estiveram sustentadas, com o dólar em alta sendo um elemento a mais de suporte. As preocupações com a safra de 2025 do Brasil seguem como foco no mercado. Mesmo com o retorno das chuvas, benéfico para a abertura das floradas, e com a previsão de maior regularidade nas precipitações, são grandes as dúvidas sobre o que já pode ter se perdido de potencial produtivo diante dos prolongados períodos sem umidade, com elevadas temperaturas.

As chuvas da última semana ficaram abaixo do esperado, o que pode explicar o comportamento dos preços do café no terminal de NY. No entanto, observa, os mapas indicam mais chuvas ao longo desta e das próximas semanas, o que confirma a mudança no padrão climático e deve beneficiar as lavouras de café no Brasil. A questão é: essas chuvas chegarão a tempo de salvar a próxima safra? Para algumas lavouras, a resposta é sim; para outras, não. Esse é precisamente o ponto em debate no mercado.

Ele destaca que há uma grande cautela entre os envolvidos, que hesitam em assumir posições mais contundentes. Os fundos continuam com uma carteira líquida comprada expressiva, mantendo a proteção climática, enquanto os produtores estão aparecendo um pouco mais no mercado, mas ainda de forma tímida. Após a recomposição dos estoques, a indústria mundial prefere aguardar novidades sobre a próxima safra global

De acordo com Renata Eller, da Eller Trading de Café, as previsões de tempo mais úmido, que deveriam dar um tom negativo às cotações, não estão com influência sobre as negociações. Há relatos de muitos produtores de que mesmo com a chuva, as perdas na produção podem chegar até 15%. O café ficou muito estressado pela seca com a demora da umidade, que deveria ter chegado mais cedo. Na região do Cerrado, houve o surgimento de algumas floradas, que podem ser beneficiadas caso a previsão de clima úmido para este fim de semana se concretize. Por enquanto, os preços do café em Nova York devem passar por um período de estagnação, com produtores retraídos nas vendas, e compradores cautelosos com os altos valores de negociação.

A Bloomberg prevê condições mais úmidas do que o normal no Vietnã e nas Filipinas até novembro, como resultado do surgimento do fenômeno La Niña. Teme-se que mais chuvas possam prejudicar os esforços de recuperação do Vietnã após a passagem do Tufão Yagi em setembro, que causou US$ 1,6 bilhão em danos no país da Indochina. Avaliações iniciais sugerem que milhares de hectares de plantações de café foram afetados, com perdas significativas tanto na colheita atual quanto no potencial de produção futura, já que as árvores danificadas levarão anos para se recuperar.

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 18 de outubro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.247.412 sacas (média diária de 124.856 sacas), queda de 2,8%, sendo 1.661.751 sacas de café arábica, 399.506 sacas de café conillon e 166.155 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de outubro totalizavam 2.873.567 sacas, queda de 1,5%, sendo 2.100.310 sacas de arábica, 682.636 sacas de conillon e 273.751 sacas de solúvel. As projeções pelo média diária indicam que em outubro as exportações podem atingir 4,5 milhões de sacas, indicando que nos 10 primeiros meses de 2024 devem ser exportadas de 41 milhões de sacas podendo chegar em 2014, ao extraordinário números de embarques de 50 milhões de sacas.

Fazendo uma projeção até o final de 2024 o índices de atrasos ou alterações de escala dos navios para exportar café levaram o Brasil deve chegar a 3,037 milhões de sacas ( 9.203 contêineres )  tendo como base levantamento realizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que mostrou um aumento de 294 mil sacas de agosto para setembro, fazendo uma projeção nos próximos três meses serão mais 882 mil sacas.

 De acordo com levantamento realizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) junto a seus associados, a continuidade dos elevados índices de atrasos ou alterações de escala dos navios para exportar café levaram o Brasil a acumular 1,861 milhão de sacas ( 5.640 contêineres ) do produto não embarcadas em agosto. No mês, o Brasil conseguiu realizar o envio de 3,774 milhões de sacas ao exterior, a um preço médio de US$ 256,55 por saca. Dessa forma, o não embarque de café, devido aos gargalos logísticos em agosto, implica que o país deixou de receber US$ 477,41 milhões, ou R$ 2,651 bilhões, como receita cambial.

 De acordo com levantamento realizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) junto a seus associados, os elevados índices de atrasos e alterações frequentes de escala de navios para exportação fez com que o país acumulasse 2,155 milhões de sacas ( 6.529 contêineres ) do produto não embarcadas até setembro de 2024. Com preço médio Free on Board (FOB) de US$ 269,40 por saca (café verde, set/2024) e a média do dólar a R$ 5,5410, isso implica que o país deixou de receber US$ 580,55 milhões, ou R$ 3,217 bilhões, como receita cambial.

Os numeros no começo do ano de 2025 vão mostrar um mercado muito fragilidade devendo atrair muitos "tubarões" que vão sentir "cheiro de sanque"

Com exportações recorde de 50 milhões de sacas de café em 2024, cerca de 10,753 milhões de sacas a mais ( 27,3% ) que às 39,247 milhões de sacas embarcadas em 2023, sendo 3,037 milhões de sacas ( 9.203 contêineres ) de café nos portos brasileiros esperando ser embarcadas devido aos gargalos logísticos, somado as 22 milhões de sacas no consumo interno, foram consumidas cerca 72 milhões de sacas brasileiro em 2024.

 Para chegar a este estrordinária performance foram consumidas café dos estoques remanescentes, 2,1 a 2,2 milhões de sacas segundo a estimativa da USDA ( 69,9 milhões de sacas ) e Rabobank ( 69,8 milhões de sacas ), 6 milhões de sacas pela estimativa da Safra&Mercado ( 66 milhões de sacas ), 13,2 milhões de sacas da estimativa do IBGE ( 58,8 milhões )  e 17,21 milhões de sacas da estimativa da Conab ( 54,79 milhões de sacas ), uma média de 9,627 milhões de sacas. Segundo a USDA, os estoque remanescente do Brasil estavam em 2,88 milhões de sacas e a Safras&Mercado em 3,4 milhões de sacas. A realidade mostra que os números de estimativas devem estar "furado" e que foram consumidadas mais de 10 milhões de sacas dos estoques remanescentes.

Agnocafé alertou nesta semana em sua análise de mercado   http://www.agnocafe.com.br/noticia?id=60709  , que os comercias estão antecipando fortemente as compras do maior produtor mundial e único países que ainda tem estoques suficiente para abastecer o mercado em pleno aumento do consumo mundial. Mesmos com os altos custos de armazenagens, os comerciais começaram a vários meses atrás  acumular estoques devido a "aversão a risco" de faltar  em 2025

Além da safra deste ano do Brasil e Vietnã ser a menor dos últimos 3 anos,  "aversão a riso" que chamo de "medo", o  efeito climático e somado ao alto volume de podas ( safra zero ) poderá reduzir ainda mais a safra brasileira do próximo ano abaixo de 50 milhões de sacas e pelas últimas informações do Vietnã, a safra deste ano deverá ficar abaixo de 20 milhões de sacas. Na safra 2020/21, os dois países produziram mais de 100 milhões de sacas, somado a safra do Vietnã deste ano e a do Brasil em 2025 este número deve ser reduzido 70 milhões de sacas e pleno aumento mundial de consumo gerando déficit  entre 25 a 30  milhões de sacas. 

Pelo andar da carruagem, nos próximos meses, a commodities café deve repetir com mais intensidade, a mesma performance de meses atrás, da commodities cacau, impulsonando os contratos em NY e Londres a níveis estratosféricos.. 

Ótimo final de semana

Comentarios

Inserir Comentário
Data: 21/10/2024 04:32 Nome do Usuário: Carlos
Comentário: Preço estratosférico . 330 já vimos antes, faço qualquer aposta que 2026 e 2027 preço abaixo de 150... Quem quer apostar?
Contrato Cotação Variação
Março 322,65 - 2,00
Maio 317,60 - 2,10
Julho 311,05 - 2,30
Contrato Cotação Variação
Março 4.953 - 88
Maio 4.884 - 69
Julho 4.814 - 44
Contrato Cotação Variação
Março 404,45 + 0,05
Maio 395,80 - 2,80
Julho 387,05 - 3,05
Contrato Cotação Variação
Dólar 6,1930 + 0,26
Euro 6,4580 + 0,33
Ptax 6,1991 + 0,54
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 2440,00
    Safra 23/24 20% R$ 2320,00
    Peneira14/15/16 R$ 2460,00
    Duro/riado/rio R$ 2070,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2380,00
    Safra 23/24 15% R$ 2330,00
    Certificado 15% R$ 2370,00
    600 defeitos R$ 2060,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2330,00
    Safra 23/24 20% R$ 2320,00
    Duro/Riado 15% R$ 2030,00
    Cereja 20% R$ 2350,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Rio com 20% R$ 1920,00
    Safra 23/24 15% R$ 2330,00
    Safra 23/24 25% R$ 2310,00
    Peneira 17/18 R$ 2510,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Duro/Riado 20% R$ 2000,00
    Escolha kg/apro R$ 30,00
    Safra 23/24 20% R$ 2320,00
    Safra 23/24 30% R$ 2300,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 25% R$ 2000,00
    600 defeitos R$ 2030,00
    Safra 23/24 15% R$ 2330,00
    Safra 23/24 25% R$ 2310,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1220,55
    Cepea Conilon R$ 1833,97
    Conilon/Vietnã R$ 1678,00
    Agnocafé 23/24 R$ 2330,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1890,00
    Conilon T. 7 R$ 1880,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1870,00