Cooabriel tem seus cafés atingindo o mercado da Índia
Lotes fracionados de café conillon começaram a ser enviados em julho e continuam sendo embarcados para a terra do chá, a Índia. Pela primeira vez, a Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) exporta a variedade ao país asiático.
O acordo inédito, segundo a cooperativa, que é a maior de café conillon do Brasil, resultou no envio de 21 contêineres de café para a Índia. A previsão é que os próximos embarques sejam realizados ainda este ano, já que foram segmentados por lotes.
“A abertura deste mercado, cujas tradições denotam preferência por chás, representa uma oportunidade promissora. O consumo de café na Índia está em crescimento, impulsionado por novos hábitos e mudanças no perfil socioeconômico e cultural dos indianos”, informou a Cooperativa em nota.
Segundo a gerente de exportação e sustentabilidade da Cooabriel, Renata Vaz, há uma mudança no comportamento de consumo na Índia e em outros locais, como o Japão e China, nações têm aumentado a compra do grão brasileiro.
Isso deu “otimismo” para a cooperativa e acontece em um momento de novos arranjos no mercado internacional, com redução de oferta devido à quebra de safra 2023/24 e 2024/25 no Vietnã, o que abriu oportunidade para o conillon brasileiro.
Só o Espírito Santo exportou, de janeiro a setembro, 5,9 milhões de sacas de 60 kg da variedade, o equivalente a uma receita de US$ 1,1 bilhão, segundo dados do do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
“São oportunidades que o café brasileiro está acessando em mercados até então menos explorados ou onde ainda não havia conquistado uma participação significativa”, considera Vaz.
Neste cenário, o conillon capixaba também galga uma importante expansão, conforme pontua o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello. “O avanço expressivo da qualidade, combinado à adoção de processos produtivos cada vez mais sustentáveis, contribuem para que a variedade se torne atrativa ao mercado internacional, representando um momento muito favorável para o conillon”, avalia Bastianello.
Marcas brasileiras também têm apostado no conillon para torrado e moído especial ou gourmet que usa 100% da variedade, como Melitta e 3Corações.
De acordo com o boletim da Cooabriel, embora o momento atual se apresente ‘de vento em polpa’ para alcançar novos mercados, problemas logísticos relacionadas aos embarques nos portos brasileiros exigem atenção. “Para continuar mantendo esses mercados como pautas de exportação, é preciso ter eficiência logística, uma vez que a regularidade de entrega é primordial para a manutenção desses mercados e determinante para a competitividade frente a outros países produtores”, detalha Vaz.
Mesmo com as travas no transporte marítimo, principalmente, as exportações brasileiras vêm alcançando sucessivos recordes, como destacou o último reporte de outubro do Cecafé. No total, até setembro, foram enviados o valor histórico de mais de 7 milhões de sacas de conillon ao exterior, representando um crescimento expressivo, de 170,4%, em comparação a 2023.