J. Ganes: crescimento vegetativo do café brasileiro se mostra menor
A especialista em café norte-americana Judith Ganes, diretora executiva da J. Ganes Consulting, realizou uma nova viagem de observação do potencial produtivo das lavouras cafeeiras brasileiras. Esse tour se deu entre 22 e 27 de outubro passado e abrangeu regiões produtoras de arábica. Observou-se o comprometimento das plantas diante dos problemas climáticos, o desenvolvimento da safra 2026/2027, observações gerais, impacto das chuvas e estimativas de potenciais perdas.
Leia, na sequência, o texto apresentado pela especialista:
As condições de lavouras para lavouras são variadas e podem ser divididas em grupos:
Pouco prejuízo: as plantas de café irrigadas mostram pouco estrese. A maioria da colheita estará na parte superior da copa, mais do que nas seções média e inferior da árvore. Algumas árvores jovens tinham boa folhagem, mas não produzirão café até 2026/2027. As árvores apresentam melhor crescimento vegetativo do que as árvores não irrigadas. Produção potencial: máximo de 40-50 sacas por hectare, mas podendo ser menor que isso.
Danos moderados: as árvores que foram esqueléticas no ano anterior e não produziram a colheita anterior tinham melhor folhagem e condições gerais, embora houvesse algumas áreas onde o crescimento foi muito limitado no ano passado. Poucos tinham rosetas completas ao redor do nó e muitos galhos sem grãos do tamanho da cabeça da barbatana com maior produção no terço superior da árvore. Segunda floração esparsa. Produção potencial: 25-35 sacas por hectare, mas poderia ser menor.
Vegetação variada: o volume de poda é muito pesado em relação ao normal. Os agricultores estão a constatar que a frutificação é limitada e a tomar decisões tardias de esqueletizar ou mesmo desbastar as árvores num caso mais extremo. As árvores estão fortemente desfolhadas e a quantidade de crescimento novo é muito variada, mesmo na mesma árvore. Cerca de 20% a 30% dos frutos poderão começar a cair nas próximas semanas em árvores/galhos com menos folhas.
Pesadas perdas: tal como as minhas observações feitas em dezembro de 2020, havia muitas árvores que não foram podadas e apresentavam danos significativos evidentes com ramos nus e esparsos onde deveria haver crescimento vegetativo. A folhagem nova não tem sinais de ruas, apenas as folhas mais velhas têm, mas o número de novos nós e folhagens é pior do que em 2020. aqui também há uma maior prevalência de doenças, especialmente phoma. Isso normalmente é visto em altitudes acima de 1.000 metros.
Perda total: há algumas fazendas que têm tão pouco café nas árvores que o produtor está optando por esqueletizar. Custa US$ 3.000 por hectare para fazer isso e, portanto, as considerações financeiras são fortemente levadas em consideração nesta tomada de decisão. Um agricultor está agora a esqueletizar para obter os biomas dos ramos e folhas e dos tocos das árvores. Embora já existam consideravelmente mais árvores esqueletizadas, muitos agricultores estão à espera de ver as condições com chuvas fortes a cair agora ou não têm fundos para esqueletizar, embora fosse melhor fazê-lo.
Estas descobertas foram consistentes de fazenda para fazenda e de região para região, com algumas piores do que outras, mas não havia absolutamente nenhuma fazenda que não mostrasse um estágio homogêneo, com a maioria tendo uma combinação de todas as condições presentes, a menos que não tivessem áreas irrigadas. Apenas cerca de 15% do total das terras brasileiras de arábica são irrigadas, embora em Patrocínio, perto de 20% sejam irrigadas.
Da estrada a falta de folhagem era mais aparente do que na minha visita em outubro de 2021 durante a mesma semana, é fácil ver galhos nus e doenças. Uma fazenda visitada possuía um trecho de árvores com folhas marrons e galhos queimados, com perdas decorrentes das queimadas.
Principais fatores observados que influenciarão as perspectivas de produção.
O crescimento vegetativo nas árvores é limitado com menos nós novos do que seria esperado. A safra 2025/2026 é apoiada inicialmente pelas folhas mais velhas, mas também pela folhagem nova quando as folhas atingem o tamanho máximo. Eles não fornecem uma fonte de energia à medida que crescem.
Em algumas árvores, o espaço entre os nós nos ramos do crescimento vegetativo do ano passado é reduzido e o mesmo acontece com os novos nós. Isto causará algum apinhamento nos nós à medida que as cerejas começarem a cair e poderá fazer com que cerejas menores ou algumas das paletes caiam prematuramente.
Não houve muita diferença nas condições das árvores entre a Alta Mogiana e as altitudes mais baixas na região do Cerrado. Em áreas acima de 1.000 metros as árvores pareciam mais verdes e exuberantes, mas de forma alguma consideradas excelentes.
A chuva pode criar flores secundárias e terceiras, embora sejam menores em escopo do que a primeira floração principal.
A chuva pode ajudar a melhorar o crescimento vegetativo, embora não compense totalmente o início tardio e, portanto, o comprimento do ramo terá 1-2 nós a menos em árvores moderadamente protuberantes. A precipitação ajudará nas árvores e na vitalidade geral.
A precipitação é necessária para restaurar as condições de umidade do solo em situações de dificuldades extremas e garantir que o sistema radicular das árvores não esteja sob estresse. Embora melhores rendimentos (frutas maiores e grãos dentro) ajudem a aumentar a produção, não serão capazes de compensar totalmente os danos já causados.
A chuva pode ajudar a evitar a queda excessiva dos pequenos grãos de fruta no solo, mas espera-se que haja alguma perda mesmo que as condições melhorem. Sacudir um galho mostra alguns grãos já caindo no chão, ressaltando a possibilidade de queda excessiva dos frutos. Em alguns ramos já é evidente que os frutos não se desenvolverão porque os grãos já ficaram pretos.
Comentário astuto do cafeicultor sobre a floração: cuidado se você vê tudo branco, não tem colheita. Se você vir verde, então você toma café.
Estimativas de perdas potenciais
Perda de 100%: 3% a 5% do total de árvores esqueletizadas ou com tocos que foram em resposta à baixa produção de frutos que não estavam programados para serem podados como parte das práticas normais de cultivo.
Perda de 20% a 30%: cerca de 40% para as árvores.
Perda de 10% a 15%: cerca de 15% das árvores irrigadas.
Perda de 5% a 10%: aproximadamente 30% representando árvores jovens e previamente esqueletizadas ou de maior altitude.
Data: 31/10/2024 12:31 Nome do Usuário: Marcelo Comentário: Eu fico indignado! J. Games sabe mais doque os engenheiros da Funcafé Procafé!!!!! Ela deveria pelo menos fazer uma visita na Função antes de falar éssa baboseiras!!!!!!!