Café arábica pode atingir o maior preço dos últimos 27 anos em NY
Por José Roberto Marques da Costa
# Março fecha com alta de 3,18% nesta sexta-feira, valorizando nos cinco pregões da semana, acumulando alta de 11,93%
# O diferencial de preço do arábica e robusta aumentou para 66,80 cents ante a 0,20 cents a dois meses atrás
# NY pode buscar o maior nível dos últimos 27 anos quando ultrapassou a 316 cents
# Produção de café arábica em 2025 deve ficar em 30 milhões de sacas, queda de 30%
# Nos últimos 30 dias, os embarques de café atingiram 4,796 milhões de sacas
Com volume de negócios de 56.302 lotes em NY, 11.552 lotes a menos do que no pregão de quinta-feira, o contrato de março fechou em alta de 3,90 cents a 283,30 cents, maior nível desde agosto de 2021, variando de 275,40 cents a 285,60 cents, não tendo força para romper o primeiro suporte em 2712,58 cents e a primeira resistência em 386,08 cents, acumulando na semana alta de 30,20 cents ( + 11,93% ). Em Londres, o volume atingiu 14.232 lotes, 4.570 lotes a menos do que quinta-feira, o contrato de janeiro teve leve queda de US$ 4 a tonelada, fechando a US$ 4.773/t, variando de US$ 4.686/t a US$ 4.786/t, não tendo força para romper o primeiro suporte em 4.625/t e a primeira resistência em US$ 4.898/t, acumulando na semana alta de US$ 455 ( + 9,07% ).
O café arábica atingiu nível mais alto em 13 anos com março tendo alta hoje de 3,18% valorizando nos cinco pregões da semana, acumulando alta de 11,93% , com aumento a incerteza para a produção no do Brasil com investidores reavaliaram suas visões sobre da próxima safra em ambiente extremamente desfavorável, com DXY valorizando que chegando ao nível mais elevado em quase dois anos. De acordo com o governador Jerome Powell, a Fed não precisa de se apressar em cortar ainda mais as taxas de juro, especialmente no contexto de a economia não ter muita forma em torno do regresso do presidente eleito Donald Trump à Casa Branca. “Acho que é muito cedo para fazer um julgamento aqui” e “realmente não sabemos que política o novo governo adotará”, disse Powell em um evento do Fed em Dallas, na quinta-feira.
No início do pregão, os preços do robusta caíram acentuadamente, negativos em US$ 91 para US$ 4.686/t e isso também foi o fundo do dia. No entanto, os preços de Londres saltaram rapidamente para além de US$ 4705 e subiram acima desse nível, atingindo por vezes um nível positivo de US$ 91/t, atingindo um pico de US$ 4.868/, mas fechando para US$ 4773/t. O diferencial de preço do arábica e Robusta aumentou para 66,80 cents. A meses atrás o diferencial chegou a mínima de 0,20 cents e no ano passado este diferencial estava acima de 0,90 cents. Com aumento constante dos diferenciais, os torrefadores começam a migrar para o robusta, preço bem mais barato de comprar em comparação com o arábica.
Em intensa rolagens de posições, o contrato de março ultrapassou o dezembro na quinta-feira em 0,45 cents e nesta sexta- feira em 1,50 cents e com fundamentos bem positivos, tecnicamente dentro de forte canal de alta, tendo nesta sexta-feira força para buscar níveis acima de 285,00 cents podendo buscar o importante nível de 293,00 cents e como meta na próxima semana acima de 300 cents e chegar ao nível de maio de 2011 em 310,00 cents. Acima deve valor pode buscar o maior nível dos últimos 27 anos que foi em abril de 1997, quando ultrapassou a 316 cents, mas como os indicadores técnicos estão fortemente sobrecomprado pode acontecer uma realização de lucro durante o período de alta. Os suporte de segunda-feira estão em 277,27 cents, 271,23 cents e 267,07 cents e as resistências em 287,47 cents, 291,47 cents e 97,67 cents.
O relatório da CFTC referente a 12 de novembro mostram que os grandes fundos aumentaram suas posições compradas ( + 2.697 lotes ) e diminuíram suas posições vendidas (- 388 lotes), menor nível de posições vendidas da história pela terceira semana consecutiva, neste período a variação de dezembro passou de 245,95 cents a 263,55 cents, alta de 17,60 cents. Os dados mostraram alta de 8,3% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram queda, passando 257.626 lotes para 233.389 lotes.
Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 40.239 posições líquidas compradas, sendo 49.479 posições compradas e 9.940 posições vendidas no último dia 12. No relatório anterior, referente a 05 de novembro, eles tinham 37.158 posições líquidas compradas sendo 46.784 posições compradas e 9.626 posições vendidas. As empresas comerciais aumentaram em 6,60% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 12 um saldo de 95.131 posições líquidas vendidas, sendo 57.211 posições compradas e 152.342 vendidas. No relatório anterior do dia 05, possuíam 89.240 posições líquidas vendidas, sendo 60.857 posições compradas e 150.097 vendidas.
Os contratos futuros do café arábica atingiram seu maior nível em 13 anos nesta semana com os investidores reavaliando suas visões sobre a safra do ano que vem do Brasil. Um corretor brasileiro disse que retornou recentemente às fazendas de arábica que ele monitorava desde março, e que elas estão mostrando falta de potencial, apesar das chuvas recentes, com muitas folhas novas, em vez de frutos. Os comerciantes disseram que a safra do próximo ano no Brasil parece ter perdido algum potencial após o tempo seco no início deste ano, com a umidade do solo ainda baixa, apesar das chuvas recentes. Eles também notaram indicadores de alta nos gráficos de preços. " Os indicadores positivos (técnicos) confirmam que poderemos ver os preços se fortalecerem ainda mais no curto prazo, embora o apetite de alta deva diminuir", disse a corretora Sucden Financial em nota.
Segundo Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café, após as primeiras floradas em cafezais brasileiros e a queda dos chumbinhos, aumentou a incerteza para a produção no país em 2025, ano de bienalidade negativa. Isso tem aumentado o apetite dos investidores na compra da papéis. Com todos os receios sobre a oferta, não há garantia de que a demanda será atendida em 2025 como foi este ano. A chuva que caiu recentemente sobre as áreas produtoras chegou na hora certa, mas não apaga os prejuízos causados pelo tempo seco na primeira metade do ano.
Segundo Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, as primeiras floradas do ciclo 2025/26 apareceram, mas o pegamento foi prejudicado, pois o clima não favoreceu o desenvolvimento da planta. Com isso as perdas são dadas como certas. Na visão da StoneX, a colheita de arábica deve render 40 milhões de sacas, baixa de 10,5% na comparação anual. Alguns agentes de mercado falavam em uma produção de até 48 milhões de sacas, mas acredito que é cedo para cravar qualquer número. Há relatos de produtores com quebra de 50%, mas não são todas as áreas que enfrentam essa situação. Os números do USDA [Departamento de Agricultura dos EUA], que serão divulgados em dezembro, darão um panorama melhor para o mercado sobre a safra do Brasil e mundial.
Para ele, há uma forte tendência de alta para o café no curto prazo, também pela situação de clima no Vietnã. No país que mais exporta café do tipo robusta, as chuvas estão atrapalhando a colheita, que teve início neste mês. O mercado vai ficar muito mais nervoso, porque a expectativa de exportação de 5 milhões de sacas do Brasil se confirmou e o preço subiu. A alta persiste também com o registro de chuvas em áreas produtoras do país nos últimos dez dias.
O ambiente completamente desfavorável está sendo ignorando pelos investidores da commodities café devido a grande preocupação de todos no mercado com a produtividade da próxima safra brasileira que deverá ser muito baixa. Na quarta-feira a Agnocafé teve acesso as informações de um das maiores cooperativas de café do Brasil de atuação em mais de 70 municípios, enviando seus engenheiros e técnicos para fazer levantamento depois da florada para estimar a possível produção em 2025. Os números são extremamente preocupantes, a estimativa indica que a produtividade deve ficar em torno de 20 sacas por hectare que representa queda de 30% na produção de café arábica comprado a safra deste ano em torno de 29 sacas por hectare.
Extrapolando esta queda da área de atuação da cooperativa em mais de 70 municípios para todas as áreas de café arábica do Brasil, e tendo como base a USDA, que estimou 48,2 milhões de sacas de arábica em 2024, a produção deve cair para 33,74 milhões de sacas. Tendo com base uma média das últimas estimativas do IBGE em Conab a produção de arábica ficou 40,7 milhões, vamos chegar a números preocupante de 28,5 milhões de sacas de arábica. Pela média da produção do ano passado de 44,45 milhões, os números passam para 30 milhões de sacas de arábica. Este é o verdadeiro motivo que em ambiente extremamente desfavorável, café tem e vai continuar a ter forte valorização no curto, médio e longo prazo.
Além dos dados de estimativas de safra começa a pipocar na mídia outras estimativas bem diferente da Agnocafé, segundo o primeiro levantamento da consultoria StoneX, a safra de café do Brasil 2025/26, que será colhida no ano que vem, foi estimada em 65,6 milhões de sacas, queda de 0,4% na comparação com o ciclo anterior, a safra de café arábica foi projetada em 40 milhões de sacas, baixa de 10,5% na comparação anual. Já a colheita de café do conilon em 2025/26 foi projetada em 25,6 milhões de sacas, aumento de 20,9% ante o ciclo anterior.
Nesta quinta-feira, a UE confirmou um atraso de um ano em sua histórica regulamentação sobre desmatamento – coincidindo de forma pungente com a COP29 que acontece no Azerbaijão. Para a indústria do café, isso significa que fazendas, comerciantes e torrefadores de médio e grande porte agora terão até 30 de dezembro de 2025 para comprovar a conformidade, enquanto empresas menores terão mais seis meses além do prazo.
Além do adiamento, os legisladores da UE também votaram para introduzir uma categoria “sem risco” – o que significa que os países que o bloco considera não representar nenhuma ameaça de desmatamento não precisarão obedecer. ONGs e instituições de caridade criticaram ambas as decisões, alegando que elas prejudicam os esforços ambientais e podem criar “brechas perigosas” que permitem que proibições comerciais e multas pesadas sejam evitadas. Muitos produtores, torrefadores e comerciantes provavelmente ficarão aliviados com a decisão de adiar, o que lhes dará tempo muito necessário para se preparar e se organizar para o que é uma das maiores mudanças no comércio de café de sua história.
Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 14 de novembro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 1.726.765 sacas (média diária de 123.340 sacas), alta de 5,8%, sendo 1.391.433 sacas de café arábica ( + 21% ), 296.697 sacas de café conillon ( - 29% ) e 137.220 sacas de café solúvel ( - 6,8% ). Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de novembro totalizavam 2.476.326 sacas ( média diária de 176.880 sacas ), alta de 10,4%, sendo 1.938.764 sacas de arábica ( + 20% ), 361.446 sacas de conillon ( - 31% ) e 175.896 sacas de solúvel ( + 2,3% ). A projeção das exportações indicam que em novembro deve atingir de 5,2 a 5,3 milhões de sacas, sendo que 4,3 milhões de sacas de arábica. Nos últimos 30 dias, entre o dia 15 outubro a 15 de novembro, os embarques de café atingiram 4,796 milhões de sacas, média diária de 159.868 sacas, sendo que 3,734 milhões de sacas foram de café arábica, média diária de 124.447 sacas.
Com a forte valorização na semana de 9% em Londres, os preços domésticos do café no Vietnã subiram em todas as localidades, sendo negociados a 110.100 - 110.400 VND/kg ( R$ 1.520 a R$ 1.525 a saca ). Os produtores do cinturão do café estão acelerando o processo de colheita devido à previsão de condições climáticas mais favoráveis ??para a colheita e para a qualidade dos grãos, informou a Bolsa Mercantil do Vietnã. "La Niña não teve um grande impacto nas atividades de colheita dos agricultores. Os suprimentos nos últimos dois meses do ano vão melhorar", disse Nguyen Ngoc Quynh, vice-chefe da agência. No entanto, de acordo com comerciantes do cinturão do café, as chuvas continuam sendo uma preocupação, pois os tufões se aproximam continuamente do Mar da China Meridional. Na Indonésia, os grãos robusta de Sumatra foram oferecidos com um prêmio de US$ 110 em relação aos contratos de dezembro e janeiro, abaixo do prêmio de US$ 180 da semana passada, de acordo com um trader da região. "Foi para nos ajustarmos aos preços crescentes em Londres e à escassez de oferta", disse o trader. Outro trader citou um prêmio de US$ 60 no contrato de janeiro, abaixo dos US$ 200 da semana passada.
O tufão Usagi entrou no Mar do Leste na tarde desta sexta-feira, tornando-se a nona tempestade a atingir a região neste ano, embora os meteorologistas prevejam que ele não atingirá o continente do país. Devido a condições desfavoráveis, incluindo baixas temperaturas da superfície do mar e ar seco e frio, Usagi está projetado para sair do Mar do Leste e se mover em direção a Taiwan. As agências meteorológicas, incluindo a Agência Meteorológica do Japão e o Observatório de Hong Kong, concordam que Usagi não afetará o Vietnã. A Agência Meteorológica do Japão prevê que Usagi entrará no Mar do Leste com velocidades de vento de 90 km/h antes de seguir em direção a Taiwan, enquanto o Observatório de Hong Kong estima velocidades de vento de 120 km/h.
Tempestades recentes atrasaram a colheita do Vietnã e as chuvas continuam sendo uma preocupação , de acordo com comerciantes do cinturão do café, que disseram anteriormente à Reuters que esperam que a safra desta temporada possa encolher em até 10%, possivelmente para o menor nível em uma década. Segundo, a BMI, uma unidade da Fitch Solutions, as próximas colheitas no Brasil e no Vietnã enfrentando ventos contrários, o mercado de café parece destinado a permanecer aquecido em 2025. Em relação às exportações de café do Vietnã em outubro, a VICOFA revelou que no primeiro mês da nova safra, todo o país exportou apenas 42 mil toneladas ( 700 mil sacas ) de café, incluindo café torrado e moído convertido em quantidade de café verde. Se contarmos o café verde, o número específico é de 34.750 toneladas ( 579.143l saca ).
Data: 17/11/2024 20:18 Nome do Usuário: João do bagaco Comentário: Eu como produtor de café aqui no Bagaço ( Lajinha MG) aconselho ao apreciador de café já ir comprando para tomar uma xícara ao longo dos dias , não vai ter para todos .ate a ave jacu já está sentindo
Data: 17/11/2024 09:01 Nome do Usuário: Paulo jose Comentário: Sou produtor,li ai q estao estimando 30M de arábica safra25,vao ter outra descpcao,vai 30 somando o conilon,minha regiao nao tem 20% da safra atual,
E se tiver 10% resto mao do produtor
Trem ta feio!
Data: 16/11/2024 16:46 Nome do Usuário: Silva Comentário: Em minha região tivemos boas floradas e um péssimo pegamento. Infelizmente safra 25/26 muito pequena. Stonex deve estar baseando na florada.
# FLOR NÃO É CAFÉ # Abre o olho produtor.
Data: 16/11/2024 15:09 Nome do Usuário: Francisco Comentário: Sou produtor d arábica, devido ao clima fiz poda em qs tds lavouras, considerando a área total com café, da fazenda, acredito colher entre 12 e 14 sacas por hectare.