Seca, temperatura e prejuízo produtivo contribuem para altas do café
Confira, na sequência, análise de mercado apresentada pela Atlantica Coffee, empresa do Grupo Montesanto Tavares.
Em semana marcada pelo Dia de Ação de Graças (28/11), as cotações de café na bolsa de NY apresentaram mais volatilidade que na semana anterior, com um range semanal de 3395 pontos e nova máxima registrada nesta sexta-feira a US$ 335,45 cents/lb, representando alta de 11% ante o ajuste da sexta-feira passada (22/11).
As secas, altas temperaturas ocorridas e o potencial prejuízo produtivo contribuíram para as altas consecutivas observadas nos últimos meses. Ainda nessa sexta, as cotações apresentaram sinais de correção, com mínima registrada a US$ 316,80 cents/lb para o vencimento março/25. Além disso, o cenário de produtores capitalizados pode gerar novos suportes para as cotações, mesmo com indícios do mercado estar sobrecomprado.
No âmbito cambial, o dólar bateu R$6,00 pela primeira vez em meio a desconfianças com o pacote fiscal Brasileiro. No início da semana, o recém-eleito a presidência americana, Donald Trump, indicou Scott Bessent para a secretaria do Tesouro de seu governo. A escolha foi bem recebida visto que representa segurança para o caminho da dívida pública estadunidense.
Já no cenário interno, ainda estão sendo aguardadas as medidas de contenção de gastos do governo. Apesar da insegurança com a saúde das contas públicas, o governo federal anunciou que irá encaminhar para o Congresso Nacional uma medida de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$5mil mensais. Em contrapartida, nesta quinta-feira (28/11) o ministro Fernando Haddad deu detalhes sobre a contenção de gastos, indicando corte de R$71,9 bilhões entre os próximos dois anos, sendo R$30,6bi em 2025 e R$41,3bi em 2026. Nesta sexta-feira, o rally levou o dolar spot até R$6,1143 porém zerou sua elevação após falas indicando maior compromisso com a política fiscal ditas por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidente da Câmara e do Senado, respectivamente.
Os estoques certificados encerraram essa sexta-feira (29) totalizando 900.548 sacas de 60kg, 16mil sacas a mais que sexta-feira passada, restando ainda 78.182 sacas pendentes de aprovação.
Neste final de semana, o calor combinado com a alta umidade poderá organizar chuvas isoladas nas regiões do Sul de Minas, Cerrado, Mogiana e Garça.
Uma nova frente fria chega à região Sudeste no dia 2 de dezembro e deverá ficar parcialmente estacionária entre Minas Gerais e São Paulo durante uma semana. Previsão de chuvas moderadas nas regiões de Garça, Mogiana e Sul de Minas.
Previsão de chuvas para a semana:
Região Sul de Minas: entre 20 e 30 mm.
Região Zona da Mata: entre 10 e 20 mm.
Região do Cerrado: entre 10 e 20 mm.
Região Alta Mogiana: entre 50 e 70 mm.
Região do Garça: entre 60 e 80 mm.
MERCADO DOMÉSTICO E FOB
Devido a volatilidade e aos altos níveis atingidos em NY ICE, tanto o mercado FOB quanto o doméstico permanecem travados. No FOB, há pouca demanda enquanto no interno as bases de preço de compra e venda seguem descasadas.
No mercado interno, as pedidas dos vendedores são como abaixo:
Bebida dura bica good cup na casa de R$2.100,00;
Bebida dura bica fine cup foi cotado até R$2.200,00;
Rio Minas bica corrida na casa de R$1.900,00;
600 defeitos na casa de R$1.950,00;
LOGÍSTICA
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que os exportadores brasileiros continuam enfrentando problemas logísticos devido à infraestrutura insuficiente para cargas conteinerizadas nos portos. Em 2024, atrasos, alterações de escalas de navios e frequentes rolagens de cargas resultaram em 1,717 milhão de sacas de café – o equivalente a 5.203 contêineres – não embarcadas até outubro, conforme levantamento da entidade junto aos exportadores associados. (Fonte: IstoÉ)
Conforme publicado pelo Notícias Agrícolas, os auditores fiscais federais brasileiros iniciaram uma greve nacional por tempo indeterminado, reivindicando melhores salários. A paralisação, que começou na terça-feira, inclui um protesto previsto para a próxima semana em Brasília. A mobilização preocupa setores como o de commodities agrícolas, importação de bens de capital e navegação, podendo impactar a movimentação de cargas em portos estratégicos, como o de Santos, o maior da América Latina.