Aparece esta semana no mercado a ponta de iceberg bem profundo
Por José Roberto Marques da Costa
O volume de negócios em NY atingiu 50.450 lotes em NY, 4.676 lotes a mais do que no pregão de quarta-feira, o contrato de março fechou em queda de 5,00 cents ( - 2,15% ) a 318,05 cents, tendo uma das maiores variação diária da história ( 28.65 cents ) de 316,80 cents a 335,45 cents, ultrapassando a primera resistências do dia em 329,57 cents, acumulando alta de 15,95 cents na semana. Em Londres, o volume atingiu 17.288 lotes, 5.303 lotes a mais do que quinta-feira, o contrato de janeiro teve forte queda de US$ 156 (- 2,80 %), fechando a US$ 5.409/t, variando US$ 335, de US$ 5.370/t a US$ 5.395/t, acumulando na semana alta de US$ 424 toneladas
No mês de novembro, o contrato de café arábica tiveram valorização de 72,15 cents ( + 29,34% ) e nos últimos 15 pregões a valorização foi mais intensa chegando a 64,70 cents ( 25,54% ) e o contrato de café robusta acumulou alta em novembro de US$ 1.040 ( + 23,8% ) a tonelada. Nos últimos 15 pregões, a valorização de Londres atingiu US$ 1.033 (+ 23,60 ). O diferencial entre arábica e robusta teve queda para 72,70 cents para 71,52 cents.
Para o mercado estrago da seca no Brasil foi pior que terrível geada 1975, chegando a fretar recorde histórico 335,60 cents do dia 14 de abril de 1.977, reflexo da forte geada de 18 de julho de 1.975 continuando dentro de canal de alta, devendo ultrapassar a máxima de sexta-feira podendo buscar nível de 350 cents nos próximos pregões.
Na analise da Agnocafé de segunda-feira, " segundo fontes de mercado, as intituições financeiras começaram no pregão desta segunda-feira quando chegou acima de 310,00 cents a stopar os contratos futuros de café arábica em NY com clientes ultrapassando o limite de crédito, o chamado "NDF" para as empresas compradores ( vendidas ) de café depois da alta mais 22% nos últimos 11 pregões. A liberação de crédito de instituição financeira é uma operação normal de ajuste diários para seus clientes. Cada empresa tem seus limite de NDF, mas pelas informações de mercado, estes limites estão sendo ultrapassado e operações foram stopadas que provocou queda brusca durante o pregão.
Segundo outra fonte, grandes investidores ( tubarões ) estão agindo como predadores no mercado de café, levando NY e Londres níveis extremamente altos, em NY o nível rompeu 310 cents e Londres acima US$ 5.300/t para provocoar stops de empresas com menos poder financeiro para eliminar concorrentes. " Hoje, março em NY chegou a 311,25 cents onde muitos contratos foram stopados provocando forte queda e fazendo fechar a 304,80 cents, um operação de mercado simplismente para elimitar futuros concorrente".
Na analise da performance do pregão de sexta-feira é a mesma de segunda-feira, somente mudando os níveis dos primeiros minutos do pregão 311,25 cents para 335,45 cents, tendo uma das maiores volatilidade histórica diária de 18,65 cents. Outra mudança importante, os "grandes tubarões" ficaram mais selvagem eliminando mais concorrentes, além de várias empresas comericias também estopasndo os "pequenos tubarões" concentrado os contratos futuros na mão de poucos grandes investidores. Devido esta forte estocada selvagem, nesta semana as Atlantica e a Cafebras buscaram a Justiça para negociar com os credores, uma dívida de R$ 1,4 bilhão junto a bancos e corretoras. Atlantica e a Cafebras é a ponta de iceberg bem profundo
No começo deste mês a Agnocafé mencinou em um dos seus artigos " ao analisar o mercado de café tendo como base os números da Cecafé, principalmente da performance das exportações das últimas semans, nunca imginado pelo mais otimista analista de mercado, lembro da citação de Hamlet, “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Os números brasileiros de todas a agencias de mercado de café não fecham as contas, há uma lacuna 35 milhões de sacas. O mercado começa a percebeu um outro grande problema e com uma pergunda valendo milhões de dólares. " Brasil terá café para atender o mercado até a entrada da safra 2025? Mudando a citação de Hamlet, "Há algo de podre no mercado brasileiro de café"
Para o analista técnico Axel Rudolph, o mercado de commodities viu os futuros do café arábica estenderem sua trajetória ascendente, atingindo níveis não vistos desde 1977. Desde o início do ano, os preços do café arábica subiram mais de 70%. O rali extraordinário foi impulsionado principalmente pelas condições climáticas severas no Brasil, o maior produtor de café do mundo, onde a seca impactou significativamente a produtividade das colheitas nos últimos quatro anos. Pressões adicionais de oferta vêm das regiões de cultivo do Vietnã, que enfrentaram seca e chuvas excessivas durante períodos críticos de colheita. Junto com os preços do cacau , que quase triplicaram nos últimos dois anos devido às chuvas excessivas e à praga que afetou o fornecimento nos principais países produtores, Costa do Marfim e Gana, espera-se que os bolsos dos consumidores sejam afetados.
De uma perspectiva técnica, a máxima histórica de abril de 1977 em 339,90 cents representa a próxima meta significativa de alta para os preços futuros do café Arábica do mês seguinte. Um impulso acima desse nível poderia potencialmente ver os futuros do café estenderem seu avanço em direção à região psicológica de 350 cents. O suporte de curto prazo está no pico de 1997 em 308,90 cents, abaixo do qual a marca psicologicamente importante de 300 cents entra em foco. Mais abaixo, suporte adicional pode ser encontrado na alta de setembro de 2011 de 290,85 cents. A forte tendência de alta atual permanece intacta enquanto as negociações estão acima desses níveis de suporte, embora os traders devam estar cientes da potencial realização de lucros dada a magnitude dos ganhos recentes e a proximidade da máxima histórica de abril de 1977.
Os principais produtores mundiais de café, Brasil e Vietnã, enfrentam condições climáticas adversas que afetam a colheita. A seca tem sido a principal causa do fracasso das colheitas no Brasil e no Vietnã. O Brasil representa aproximadamente 35% da produção mundial de café , enquanto o Vietnã a situação climática é especialmente complicada : a seca afectou severamente os primeiros meses da colheita e, quando chegou a altura da colheita, ocorreram chuvas intensas e invulgares que inundaram os campos.
Segundo analista, o mercado vem sendo impulsionado nesta semana por questões de oferta, já que a safra do próximo ano no Brasil, o maior produtor, lida para se recuperar totalmente da seca deste ano. Os negociantes também disseram que alguns agricultores brasileiros atrasaram as entregas da safra deste ano na esperança de garantir preços ainda mais altos, levando a um aperto na oferta de curto prazo e a perdas financeiras para os negociantes que esperavam receber o café.
De acordo com a Sucden Financial, o aumento de preços também levou alguns exportadores de café do Brasil a desfazer suas proteções e comprar futuros de café para cobrir posições vendidas, elevando ainda mais os preços do café. Os preços do café arábica aumentaram cerca de 71% este ano, o que o torna uma das commodities de melhor desempenho, ao lado do cacau, cujos preços mais que dobraram. "A tendência de preços agora é muito semelhante à do cacau no início do ano. Os motivos também são comparáveis", disse o Commerzbank em uma nota na sexta-feira. "No caso do cacau, foram as colheitas ruins nos dois países produtores mais importantes, Costa do Marfim e Gana. No caso do café arábica, é a preocupação com uma safra ruim no Brasil, o mais importante país produtor, no próximo ano devido à seca."
Para o analista do Vietnã Nguyen Quang Binh, retornando às negociações após o Dia de Ação de Graças, os especuladores na bolsa de valores de Nova York aumentaram os preços do arábica em 12,40 cents, para 335,45 cents, para conter as perdas dos pequenos vendedores de papel. Depois, imediatamente recuou 6,25 cents para chegar a 316,80 cents para fechar menos 5 cents para chegar a 318,05 cents, flutuando no quadro de 18,66 cents. O piso robusta captou o aumento inicial de Nova Iorque, empurrando o preço para US$ 5.730/t, um aumento de US$ 165, mas quando viu o cheiro de liquidação e venda de Nova Iorque, Londres foi mais rápida a empurrar o preço para a área negativa , atingindo US$ 5.393/t, uma perda de US$ 170 para fechar.
A “bolsa de três gangues” cheia de contratos curtos não era suficiente então tivemos que liberar alguns, era obrigatório. Os especuladores baixaram o preço tão rápida e brutalmente que parecia que não parariam por aqui se não houvesse uma boa razão para baixar o preço novamente nos próximos dias e meses. O índice USD caiu, a moeda brasileira caiu do fundo histórico de 6,01 BRL por 1 USD para fechar em torno de 6 BRL, enquanto o VND também ultrapassou o mínimo de 25.509 VND por 1 USD para ficar mais forte em 25.463 VND. Contudo, o fator monetário não ajuda os preços do café (nesta base deveriam aumentar) porque os fundos de cobertura já têm um número demasiado grande de contratos a descoberto?
Os comerciantes internacionais de café estão em alerta depois que as empresas Atlantica e Cafebras, sediadas no Brasil, buscaram a Justiça para negociar com os credores, tendo sido atingidas por um aumento nos preços globais do café arábica. Os futuros do café arábica na bolsa de valores ICE estão em seu nível mais alto em quase meio século, devido a preocupações de que a próxima safra do Brasil, principal produtor, tenha sido prejudicada pela seca deste ano. Como resultado, alguns produtores seguram as vendas na esperança de garantir preços ainda mais altos, ao mesmo tempo em que se tornou muito caro para os traders manter posições vendidas em futuros como um hedge para negócios no mercado físico. Isso se deve a um aumento nas chamadas de margem que os traders são obrigados a pagar para se protegerem contra quaisquer perdas comerciais.
Na quarta-feira (27), a Atlantica e a Cafebras disseram em um comunicado que estavam tentando reestruturar suas dívidas, citando problemas causados por colheitas ruins e um alto volume de rolagens e inadimplências.Os traders acreditam que essas empresas não serão as últimas a enfrentar esses problemas e que isso elevará ainda mais os preços do café e, por fim, chegará aos consumidores. “Estamos recebendo ligações de todos perguntando ‘você tem o café que me deve?'”, disse um trader de uma grande casa de comércio de café. “Achamos que eles devem ao setor e ao comércio cerca de meio milhão de sacas”, disse ele, referindo-se à Atlantica e à Cafebras.
Ele acrescentou que os traders que fizeram hedge de suas compras de café em grão da Atlantica e da Cafebras podem achar que talvez não recebam seu café e que devem encerrar o que se tornou uma posição vendida deficitária comprando ou ficando comprado no mercado de futuros. Há evidências de que isso já está ocorrendo, com os futuros do café arábica na ICE sendo negociados com alta de cerca de 40% até o momento neste mês, a mais de 3 dólares por libra-peso. Os traders dizem que o mercado ainda pode subir mais.
“Eu me pergunto quem mais está tendo problemas”, disse o chefe de pesquisa de café de outra casa de comércio global de café. A Atlantica e a Cafebras disseram que têm ainda em aberto cerca de 900 mil sacas a receber de produtores que ainda não cumpriram suas promessas de entrega. “Esse tipo de situação se retroalimenta e se espalha pelo mercado. Na minha opinião, vamos chegar a 3,50 dólares por libra-peso ou muito próximo disso, e em breve”, disse o trader.
Na quinta-feira (28), a multinacional americana Cargill pediu à Justiça o indeferimento integral da tutela cautelar apresentada pelas empresas Atlântica Coffee e Cafebras, que integram o Grupo Montesanto Tavares (GMT), duas das maiores exportadoras de café arábica do Brasil. Em manifestação protocolada na 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, a trading americana classificou o pedido como "absolutamente ilegal", argumentando que a medida ultrapassa os limites da legislação brasileira e configura tentativa de "blindagem patrimonial".
O pedido de proteção judicial busca suspender por 60 dias a execução de dívidas de R$ 1,4 bilhão junto a bancos e corretoras, enquanto o grupo tenta renegociar os passivos. As empresas do GMT também pediram que as corretoras sejam impedidas de liquidar operações de hedge e que garantias fiduciárias sobre sacas de café e recursos financeiros não sejam executadas nesse período. "A tutela cautelar requerida é absolutamente ilegal, pois visa proporcionar uma blindagem desproporcional e que extrapola os limites do processo recuperacional", afirmou a Cargill
Nota do editor da Perfect Daily Grind, esta semana, o preço C atingiu uma alta de US$ 335 seu nível mais alto em 47 anos. Preços neste nível só foram vistos em 1977, 1997 e 2011 e não se espera que caiam tão cedo. Muitos fatores interconectados e complexos estão elevando o preço de mercado do café. A escassez de oferta no Brasil e no Vietnã, o atraso pendente da EUDR, a redução do USDA em sua estimativa de volumes de produção do Brasil 2025-26 e um dólar americano mais forte em relação ao real brasileiro estão todos impactando o preço do C.
Inevitavelmente, todos na cadeia de suprimentos continuarão a pagar mais pelo café. Com margens já apertadas, os torrefadores precisarão repassar alguns dos custos para os consumidores – mas o quanto eles estão dispostos a pagar é outra questão. A sensibilidade ao preço já tem sido um fator importante que afeta a indústria do café, e agora só vai se tornar mais proeminente. Blends e cafés de 80 pontos baixos provavelmente são o caminho a seguir para muitos torrefadores. Ao mesmo tempo, podemos ver mais produtores reduzindo seus volumes de produção de café especial para capitalizar em um alto preço C.