Estudo português relaciona consumo de café com expectativa de vida
Um novo estudo apoiado pelo Instituto de Informação Científica sobre Café (ISIC) descobriu que o consumo regular de café pode acrescentar uma média de 1,8 anos de vida saudável à vida de uma pessoa.
A revisão, publicada na Ageing Research Reviews, destaca o papel importante que o consumo regular e moderado de café pode desempenhar como parte de um estilo de vida saudável e equilibrado.
A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar considera até 400 miligramas de cafeína – cerca de três a cinco xícaras de café – por dia como uma quantidade moderada e segura para a maioria dos adultos. Para mulheres grávidas ou lactantes, a ingestão de cafeína deve ser reduzida para 200 miligramas por dia.
Mais de 50 estudos destacaram o potencial do café na redução da mortalidade por todas as causas, mostrando um papel significativo na redução do risco de doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias, declínio cognitivo e fragilidade.
As descobertas da revisão de que o consumo regular de café acrescenta quase dois anos de vida saudável à vida de uma pessoa significam que ela não apenas vive mais, mas também leva uma vida mais saudável.
O café é conhecido principalmente por seu conteúdo de cafeína, mas também contém mais de 2000 compostos potencialmente bioativos. Entre eles, os polifenóis podem oferecer benefícios antioxidantes e anti-inflamatórios, incluindo a redução da neuroinflamação e a regulação da sensibilidade à insulina.
Embora a cafeína e os componentes não cafeinados do café possam contribuir para uma vida mais longa e saudável, os mecanismos exatos ainda não estão claros, com os autores enfatizando o potencial de mais pesquisas sobre os benefícios do café para a saúde.
“Sabemos que a população mundial está envelhecendo mais rápido do que nunca, e é por isso que é cada vez mais importante explorar intervenções alimentares que possam permitir que as pessoas não apenas vivam mais, mas também tenham vidas mais saudáveis”, afirma o autor principal Rodrigo Cunha, da Universidade de Coimbra.
Ele acrescenta que muitas recomendações clínicas tradicionais para idosos aconselharam diminuir ou evitar completamente o consumo de café. Esta revisão sugere que essas diretrizes devem agora ser reavaliadas com base nas evidências científicas convincentes existentes para o papel do café no envelhecimento saudável.
“Nossa revisão destaca o papel que o consumo regular e moderado de café pode desempenhar na mediação contra os mecanismos biológicos que naturalmente desaceleram ou falham à medida que envelhecemos – desencadeando uma série de potenciais problemas de saúde e comorbidades. E ainda há espaço para entender mais sobre exatamente como esses mecanismos funcionam, bem como quais indivíduos podem ser biologicamente predispostos a se beneficiar mais das interações do café com eles”, diz Cunha.