Café atinge valores nominais só alcançados na grande geada de 1975
Santos, sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Encerramos mais uma semana de tirar o folego no mercado de café.
Após as cotações dos contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe subirem forte em todas as semanas de novembro último, atingindo valores nominais só alcançados com a grande geada de 1975 no Brasil, a maior do século 20, esta semana começou com quedas expressivas, em um movimento de realização de lucros, reposicionamento e ajustes nesses contratos. Surpreendendo muitos operadores, já na quarta-feira, as cotações voltaram a subir com força, retomando o movimento de altas históricas.
Como temos repetido, semana após semana, em nossa opinião, os fundamentos permanecem os mesmos: os problemas climáticos persistem e são globais, prejudicando a produção de café em todos os principais países produtores; os estoques de segurança são baixos, tanto nos países produtores como nos consumidores; após a chegada das chuvas, e a consequente abertura da principal florada, as informações sobre queda forte de flores nos cafezais brasileiros, apontam para uma quebra significativa de volume na próxima safra brasileira de café 2025; a aproximação do período de inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce significativamente, e a resistência dos cafeicultores brasileiros em vender café nestes meses finais de 2024. Nesse quadro, continuaremos convivendo com fortes e rápidas oscilações.
Há estimativas de que apenas 20% da atual safra brasileira 2024 ainda esteja em mãos de produtores.
Hoje, na ICE Futures US, os contratos de arábica para março próximo oscilaram 1.800 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 3,3170 por libra peso, em alta de 1.820 pontos. Fecharam o pregão valendo US$ 3,3025 por libra peso, em alta de 1.675 pontos. Ontem subiram 980 pontos e anteontem 820 pontos. Na terça-feira caíram 55 pontos e na segunda recuaram 2.200 pontos. Somaram alta nesta semana de 1.220 pontos. Esses contratos subiram 1.595 pontos na semana passada e 7.255 pontos, 29,5 %, no mês de novembro.
Todos os contratos de arábica com vencimento até dezembro de 2025 na ICE Futures US fecharam hoje acima dos três dólares por libra peso.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para janeiro, bateram hoje em 5.193 dólares na máxima do dia, em alta de 298 dólares. Fecharam a US$ 5.193 por tonelada, com ganhos de 258 dólares. Ontem subiram 125 dólares e anteontem 144 dólares. Na terça-feira recuaram 208 dólares e na segunda apresentaram baixa de 575 dólares. Somaram queda de 256 dólares nesta semana. Esses contratos subiram 424 dólares na semana passada e 1.040 dólares por tonelada, 23,8 %, no mês de novembro.
Todos os contratos de robusta com vencimento até julho de 2025 na ICE Europe fecharam hoje cotados a partir dos cinco mil dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures subiram hoje 8.820 sacas. Estão em 905.831 sacas. Há um ano eram de 234.699 sacas. Subiram nesse período 671.132 sacas. Somaram alta nesta semana de 5.283 sacas e de 16.010 sacas na semana passada. Subiram 48.490 sacas no mês de novembro e 38.059 sacas no mês de outubro. Recuaram 33.874 sacas em setembro.
O dólar fechou hoje pelo sexto dia consecutivo acima dos seis reais, a R$ 6,0720, em alta de 1,03 %. Encerrou a semana passada a R$ 6,0020.
Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo em Nova Iorque, fecharam o pregão valendo R$ 2.652,58. Encerraram a sexta-feira passada a R$ 2.525,14 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.323,38.
O mercado físico brasileiro permaneceu lento por toda a semana, com poucos negócios fechados. As bases de preços recuaram na segunda e na terça-feira, mas se recuperaram ao longo da semana. Fecham hoje acima das cotações de sexta-feira passada. Há muito interesse comprador para todos os padrões de café, para exportação e consumo interno, porém o interesse vendedor neste final de ano não é grande. Cafés arábica de boa qualidade a finos, bem-preparados, voltaram a ser cotados a partir de R$ 2.150,00.
Até dia 4, os embarques de novembro estavam em 3.424.578 sacas de café arábica, 679.961 sacas de café conillon, mais 356.824 sacas de café solúvel, totalizando 4.461.363 sacas embarcadas, contra 3.871.573 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 4, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 4.826.709 sacas, contra 4.467.771 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Até dia 6, os embarques de dezembro estavam em 174.088 sacas de café arábica, 25.344 sacas de café conillon, mais 17.135 sacas de café solúvel, totalizando 216.567 sacas embarcadas, contra 488.682 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 6, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 708.304 sacas, contra 947.318 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 29, sexta-feira, até o fechamento de hoje, subiu nos contratos para entrega em março próximo 1.220 pontos ou US$ 16,14 (R$ 97,99) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE, fecharam no dia 29 a R$ 2.525,14 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.652,58. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 1.675 pontos.
Data: 07/12/2024 08:22 Nome do Usuário: Jose carlos Comentário: So deixar uma observaçao,existe sim 20%,ou ate 30% de cafe dessa safra na mao de produtores,mas vamos lembrar q somente 10% de produtores ainda tem essa sobra,conclusao,nao existirá cf ate 15 de fv
K