Resistência às negociações nas praças sustenta as altas do mercado
Confira, na sequência, análise de mercado apresentada pela Atlantica Coffee, empresa do Grupo Montesanto Tavares.
Durante essa semana, as cotações de café na bolsa de NY deram continuidade, mais uma vez, às volatilidades apresentadas anteriormente, totalizando uma oscilação de 4165 pontos, um range ainda maior que o da semana passada. A segunda-feira (02) foi marcada por uma queda de 6,9% ante seu ajuste de semana passada, porém, ao decorrer da semana as cotações foram recuperando seus níveis apresentados na sexta-feira anterior, com máxima registrada hoje (06) a US$ 331,70 cents/lb.
Além disso, a resistência às negociações observadas nas praças sustenta as altas do mercado, ao mesmo tempo, o Vietnã revisou para cima sua estimativa produtiva para 24/25, totalizando a previsão em 28 milhões de sacas, 1 milhão acima que o previsto anteriormente.
No âmbito do dólar, as cotações se mantiveram trocando mãos entre acima e abaixo de R$6,00, com máxima registrada a R$6,0950 e mínima de 5,9602. No último sábado, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, exigiu que os membros do Brics se comprometessem a não criar e nem apoiar moedas que substituam o dólar, sob pena de taxações.
Durante a semana o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a forma como o mercado recebeu o pacote fiscal lançado na semana anterior, argumentando que as medidas são as suficientes para o atual momento. Ainda assim, a desconfiança com o pacote fiscal reprime o decaimento da moeda americana ante o real. A Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para as propostas de contenção de gastos, acelerando o processo.
Nesta sexta-feira (06), o relatório de empregos nos Estados Unidos foi divulgado, indicando a criação de 227mil vagas fora do setor agrícola, número acima do previsto anteriormente. Na próxima semana haverá nova reunião do Copom para discutir e decidir os rumos da política monetária brasileira.
A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) divulgou na segunda-feira (02) o relatório com posicionamento de Traders no mercado, referente à semana encerrada na terça (26) relatando uma redução em suas posições compradas em 1.021 contratos, resultando em um saldo de 39.729 contratos comprados.
Os estoques certificados encerraram essa sexta-feira (06) totalizando 905.831 sacas de 60kg, pouco mais de 5mil sacas a mais que na sexta-feira passada, restando ainda 106.133 sacas pendentes de aprovação.
O mês de dezembro começou com chuvas em todas as regiões cafeeiras, acumulando volumes superiores a 70 mm.
O final de semana será com sol entre nuvens, entretanto, uma nova frente fria chega na região Sudeste a partir de segunda-feira (09), e deverá organizar chuvas moderadas no decorrer da semana em todas as regiões.
Previsão de chuvas para a semana:
Região Sul de Minas: entre 40 e 50 mm.
Região Zona da Mata: entre 40 e 50 mm.
Região do Cerrado: entre 30 e 40 mm.
Região Alta Mogiana: entre 40 e 50 mm.
Região de Garça: entre 30 e 40 mm.
MERCADO DOMÉSTICO E FOB
Apesar do recuo do mercado no início da semana, os mercados FOB e doméstico seguem paralisados, refletindo as intensas oscilações e a instabilidade de NY ICE. No mercado doméstico, além das oscilações e da expectativa de preços elevados, o período de encerramento do ano fiscal contribui para a baixa atividade, desfavorecendo novos negócios.
No mercado interno, as pedidas dos vendedores são como abaixo:
Bebida dura bica good cup na casa de R$2.100,00;
Bebida dura bica fine cup foi cotado até R$2.200,00;
Rio Minas bica corrida na casa de R$1.900,00;
600 defeitos na casa de R$1.950,00;
LOGÍSTICA
Os portos da costa brasileira voltaram a enfrentar baixos estoques de containers padrão alimento, inclusive de 40′, e algumas programações foram prejudicadas.
Como consequência das frequentes alterações nas programações de chegada e operação dos navios, alguns embarques perderam a programação de estufagem nos armazéns e não puderam ser remanejados devido à falta de disponibilidade, levando também a alguns cancelamentos.
Um levantamento do Centronave alerta que a falta de infraestrutura nos portos brasileiros pode limitar o uso de novos navios porta-contêineres a partir de 2026, gerando perdas anuais de mais de US$ 20 bilhões e afetando a competitividade do Brasil no comércio global. Investimentos urgentes em infraestrutura são essenciais para mitigar esses impactos.
Os produtores de café enfrentam sérios problemas logísticos devido à defasagem da infraestrutura portuária brasileira, que não acompanhou o crescimento do agronegócio. O Porto de Santos, responsável por 67,4% das exportações, registrou atrasos em 74% das operações, enquanto o complexo do Rio de Janeiro também enfrentou dificuldades, com 70% dos navios atrasados. (Fonte: Agroemcampo)