Já há consenso, safra 2025 ficará bem abaixo do de 2024

Santos, sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Tivemos mais uma semana de mercado cambial agitado no Brasil. Hoje o Banco Central injetou US$ 7 bilhões em sua tentativa para conter o dólar, que chegou a atingir ontem, quinta-feira, a casa dos R$ 6,30. No total, com todos os leilões realizados desde o último dia 12, o Banco Central já colocou US$ 27,7 bilhões no mercado este mês, o maior volume já realizado em um mês. Hoje a cotação do dólar recuou 0,87 % frente ao real e fechou a semana valendo R$ 6,0720.

No mercado de café, continuou por toda a semana o forte sobe e desce em Nova Iorque e Londres. Hoje, os contratos de arábica na ICE Futures US trabalharam no positivo em grande parte do dia e fecharam em alta moderada. Os de robusta, na ICE Europe, trabalharam no negativo praticamente todo o pregão e terminaram em queda moderada.

Em nossa opinião, os fundamentos do mercado de café permanecem os mesmos. A próxima safra brasileira de café 2025 foi bastante prejudicada por seguidos problemas climáticos, mas, só a partir de março próximo, no final do verão, após sabermos o volume de chuvas e as temperaturas atingidas nas regiões cafeeiras do Brasil em janeiro, fevereiro e março, conseguiremos números mais afinados sobre a nova safra. Já há consenso de que teremos quebra importante na produção e que o volume a ser colhido ficará bem abaixo do de 2024. Com as incertezas climáticas persistindo em todos os principais países produtores de café, continuaremos convivendo com fortes e rápidas oscilações em Nova Iorque e Londres.

Hoje, na ICE Futures US, os contratos de arábica para março próximo oscilaram 1.050 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 3,2950 por libra peso, em alta de 575 pontos. Fecharam o pregão valendo US$ 3,2500, em alta de 125 pontos. Ontem esses contratos caíram 890 pontos e anteontem subiram 770 pontos. Na terça-feira caíram 245 pontos e na segunda-feira apresentaram ganhos de 790 pontos. Somaram alta de 550 pontos nesta semana. Na semana passada caíram 1.075 pontos e na semana anterior à passada, subiram 1.220 pontos. Esses contratos, apresentaram alta de 29,5 %, 7.255 pontos, no decorrer do último mês de novembro.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para janeiro, bateram hoje em 5.112 dólares na máxima do dia, em alta de 51 dólares. Fecharam a US$ 5.011 por tonelada, em queda de 50 dólares por tonelada. Ontem esses contratos caíram 90 dólares e anteontem 65 dólares. Na terça-feira recuaram 14 dólares e na segunda-feira subiram 21 dólares. Somaram queda de 198 dólares nesta semana. Subiram 56 dólares na semana passada e recuaram 256 dólares na semana anterior à passada. Tiveram ganhos de 23,8 %, 1.040 dólares por tonelada, no último mês de novembro.

Os estoques de cafés certificados na ICE subiram hoje 4.425 sacas. Estão em 985.990 sacas. Há um ano eram de 247.944 sacas. Subiram nesse período 738.046 sacas. Esses estoques somaram alta nesta semana de 45.564 sacas e na semana passada de 34.595 sacas. Subiram 48.490 sacas no mês de novembro e 38.059 sacas no mês de outubro. Recuaram 33.874 sacas em setembro.

O dólar fechou esta sexta-feira a R$ 6,0720, em queda de 0,87 %. Ontem recuou 2,28 %. Encerrou a semana passada a R$ 6,0310 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 6,0720.

Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo em Nova Iorque, fecharam hoje valendo R$ 2.610,41. Fecharam o dia ontem a R$ 2.623,07. Terminaram a sexta-feira passada a R$ 2.548,91. Encerraram a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.652,58.

Com os feriados de final de ano se aproximando e o dólar instável e sem rumo, o mercado físico brasileiro teve uma semana de poucos negócios, permaneceu hoje praticamente paralisado. Há muito interesse comprador para todos os padrões de café, para exportação e consumo interno, porém é pequeno o interesse vendedor neste final de ano. Cafés arábica de boa qualidade a finos, bem-preparados e com bom porcentual de peneiras 17 e 18, são cotados a partir de R$ 2.200,00.

A partir desta sexta-feira novas áreas de instabilidades, que avançam do Sul do Brasil, voltam a propagar chuvas mais intensas e generalizadas sobre áreas produtoras de café do Paraná, de São Paulo e áreas mais ao sul de Minas Gerais. As chuvas devem continuar se intensificando e se espalhando pelo Sudeste no decorrer do final de semana. São esperados altos volumes de precipitação nas áreas de divisa entre São Paulo e Minas Gerais, onde algumas áreas podem receber volumes superiores a 80 mm. As chuvas devem chegar com mais intensidade até as áreas mais ao sul do Espírito Santo entre o domingo e a segunda-feira. No início da próxima semana, a medida que as chuvas avançam um pouco mais pra norte, as instabilidades reduzem entre o Paraná e São Paulo. Episódios na forma de pancada são previstos também sobre áreas entre o sul e oeste da Bahia e principalmente no estado de Rondônia no decorrer dos próximos dias. Com o avanço da chuva sobre o interior do Brasil, o calor vai reduzir nos próximos dias. No decorrer da segunda metade da próxima semana a intensificação de um corredor de umidade entre as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste vai provocar chuvas persistentes e volumosas sobre áreas produtoras do Sudeste. As regiões mais atingidas voltam a ser as áreas produtoras de São Paulo e áreas mais ao sul de Minas Gerais. O corredor de umidade deve se estabelecer um pouco mais a sul na segunda metade da próxima semana, provocando altos volumes de precipitação nas áreas produtoras da Alta Mogiana e do sul de Minas Gerais. Pelo menos até a virada do ano são esperados episódios frequentes e intensos de precipitação nas áreas produtoras do Sudeste, o que deve acarretar até mesmo em dias de invernada, períodos prolongados de tempo fechado e com temperaturas mais baixas (CLIMATEMPO).

Até dia 20, os embarques de dezembro estavam em 1.438.535 sacas de café arábica, 291.940 sacas de café conilon, mais 214.356 sacas de café solúvel, totalizando 1.944.831 sacas embarcadas, contra 2.924.016 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 20, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.670.658 sacas, contra 3.681.058 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 13, sexta-feira, até o fechamento de hoje, subiu nos contratos para entrega em março próximo 550 pontos ou US$ 7,27 (R$ 44,18) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE, fecharam no dia 13 a R$ 2.548,91 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.610,41. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 125 pontos.

Escritório Carvalhaes

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