2025 deve ultrapassar o recorde de preço de 2024 no mercado de café

 Por José Roberto Marques da Costa

Com volume de negócios do ano atingindo 19.106 lotes em NY, 1.628 lotes a mais que quinta-feira, o contrato de março fechou em queda 2,00 cents a 322,65 cents, variando de 7,10 cents, de 318,40 cents a 325,50 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 320,83 cents, não tendo força para atingir o segundo em 317,07 cents, acumula perda de 2,35 cents na semana e alta de 4,60 cents no mês de dezembro. Com volume em Londres de 10.846 lotes, cerca de 6.259 lotes a mais que do dia 24 de dezembro, os contratos futuros de café robusta  fecharam em queda, no março a perda foi de  US$ 88, em US$ 4.953/t, abaixo do importante suporte técnico de US$ 5.000/t, variando US$ 97, de US$ 4.933/t a US$ 5.030/t, rompendo os três suporte do dia em US$ 5.011/t, US$ 4.981/t e US$ 4.961/t, acumulando na semana curta. teve perdas de US$ 49 a tonelada. A diferença de preço entre as bolsas com base março 97,98 cents ante 94 cents

De acordo com Nguyen Quang Binh, os preços futuros do café robusta caíram desde o início devido à queda nos preços do Arábica durante o intervalo. Em certa altura, Londres caiu para US$ 4.933, mas fechou e subiu novamente, caindo US$ 88, atingindo US$ 4.953/t, ou -1,75%. A bolsa de Arábica continuou fracassando nesta sessão e perdeu 319 cents nas negociações, mas se recuperou e fechou em 322,65 cents -0,62%. O real brasileiro ainda está fraco em relação ao dólar americano, está no nível mais baixo da história, por isso cerebral consegue sustentar os preços do café nos momentos em que os fundos de hedge querem vender mais ou menos para comemorar o final do ano e pagar bônus depois de um ano de. grandes lucros.

Além das baixas negociações, o café é afetado pelo pessimismo dos investidores em relação à perspectiva de cortes significativos nas taxas de juros pelo Fed para o próximo ano. Taxas de juros mais altas por mais tempo normalmente diminuem o apelo por commodities agrícola como o café arábica, café robusta, cacau e açúcar, que não rendem juros. Os rendimentos dos títulos do governo avançaram durante o dia de forma generalizada, com a taxa da nota de referência de 10 anos atingindo seu maior valor desde o início de maio. “Agora estamos em um ponto de inflexão no rendimento dos Treasuries, especialmente o de 10 anos… qualquer movimento de alta tende a criar fraqueza no mercado das commodities, e é isso que estou vendo”, disse analista financeiro.

Segundo Economies,com, a maioria das moedas de commodities caiu na sexta-feira em meio a negociações calmas enquanto os investidores se preparam para o feriado de Ano Novo. Uma série de eventos cruciais ocorrerão em 2025, o primeiro dos quais será a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Dados anteriores do governo mostraram que o déficit comercial dos EUA cresceu 5%, para US$ 102,9 bilhões em novembro, ante US$ 98,3 bilhões em outubro, o que pode levar o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, a prosseguir com suas tarifas para reduzir o déficit. Os investidores agora estão se preparando para o feriado de Ano Novo, o que envolveria uma reorganização de seus portfólios de investimentos e talvez a liquidação de alguns ativos.

Nas últimas semanas do ano de 2023, aconteceu uma  grande "briga" que demorou meses, os contratos de março estava em 196,00 cents com os vendidos tentando a todo o custo manter nível abaixo deste nível, do outro lado, os comprados cobrindo suas posições abaixo de 190,00 cents, na época mencionei que os vendidos estavam "empurrando com a barriga" e defendendo a "trincheira" de 196,00 cents, esperando alguma fundamentos negativas e depois que conseguiu ultrapassar o nível de 200,00 cents, acima de 203,40 cents entrou em forte canal de alta.  Uma semana antes os vencimentos opções de março-24  em 09 de fevereiro a “briga” estava 190 cents. Nesse “strike” tinha 4.152 lotes da opção de compra “call” em aberto, depois 1.235 lotes no 195 cents e 3.625 lotes no 200 cents e fechando no dia do vencimento a 196,30 cents.

 Depois de 12 meses, os contratos tiveram uma valorização em torno de 66% devido acumulo de vários problemas climáticos. Nestes últimos pregões, os vendidos estão novamente "empurrando com a barriga" e defendendo a nova "trincheira" de 330 cents, esperando milagroso fundamento negativo, do outro lado, os  comprados cobrindo suas posições em 320,00 cents e esperando um cenário muito positivo nos próximos meses, principalmente com o próximo vencimento das opções do contrato de março no dia 12 de fevereiro. A posição de opções de compra "call” ainda em aberto nos “strikes” 350 cents com 4.168 lotes em aberto, no intervalo de 355 cents a 390 cents 5.374 lotes em aberto e 400 cents 5.378 lotes em aberto.

Tudo indica que  2025 deve ficar bem acima o recorde de preços de 2024 no mercado de café, com o clima extremo devendo continuar em 2025 e preocupa novamente o agronegócio com previsões indicando períodos longos de seca intercalados com chuva intensa. Após um ano em que os extremos climáticos causaram fortes perdas de produtividade do café, não há, ao menos por ora, expectativa de trégua em 2025. E, mais uma vez, pode sofrer, já que as previsões para o próximo ano apontam para a continuidade de eventos como períodos longos de seca intercalados com chuvas intensas em um curto espaço de tempo, além de temperaturas acima da média.

Para Jean Ometto, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenador do Adapta Brasil, os dados históricos indicam que o Cerrado está ficando mais quente e seco. Isso exige maior adaptação por parte dos agricultores. “Até a década de 1990, o produtor sabia exatamente quando plantar e colher. Hoje, não é mais assim. A agricultura tropical precisa entender que não existe mais padrão climático. Está ficando mais quente, isso é inegável”, reforça.

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 27 de dezembro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.795.711 sacas (média diária de 103.544 sacas), queda de 34,5%, sendo 2.095.354 sacas de café arábica ( 1,232 milhões de sacas a menos que novembro ), 394.070 sacas de café conillon e 306.287 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de novembro totalizavam 3575.711 sacas, queda de 25,9%, sendo 2.609.116 sacas de arábica ( 1,147 milhões de sacas a menos que novembro ), 591.817 sacas de conillon e 374.201 sacas de solúvel. Projeção dos embarques diário pela Cecafé indica exportação de 3,624 milhões de sacas em dezembro 

Pelos dados volume da Cecafé em 2024, O Brasil teve exportar 50 milhões de sacas e o mercado interno deve consumir 22 milhões de sacas, totalizando 72 milhões de sacas. Pelo andar da carrugem,  tudo indica que os estoques de café das cooperativas brasileiras devem começar a zerar a partir do mês de março de 2025. Só para lembrar falta 6 meses para a entrada da safra frustante de 2025 que deverá ficar em 50 milhões de sacas e mais 18 meses para a entrada da safra 2026, que prometer ser grande se o clima não interferir.

Segundo a Bloomberg em um artigo desta semana,  os preços do café estão em alta e, para os comerciantes que compram, vendem e enviam grãos ao redor do mundo, isso significa navegar por riscos adicionais. Eles se voltam para maneiras alternativas de proteger os preços e evitar ou atrasar a crise de caixa causada por movimentos voláteis. Os preços futuros dos grãos arábica subiram cerca de 70% em Nova York este ano, ultrapassando os níveis mais altos em mais de quarenta anos. Grandes oscilações de preço são uma característica regular. Quando os preços sobem muito, muito rápido, as bolsas ou corretoras que gerenciam as posições de um trader desbloqueiam mais garantias, ou margem, para manter hedges de futuros vendidos que não geram lucro. Com milhões de sacas de café mantidas em estoque ou em trânsito, isso pode significar bilhões de dólares em chamadas de margem quando há uma grande entrega de preço.

Para um comerciante carregar em um navio ou aguardar o pagamento final de um comprador final, as chamadas de margem podem drenar sua posição de caixa rapidamente. Cada vez mais, eles estão se voltando para opções e soluções fora da bolsa para evitar pagar mais garantias, ou simplesmente fazer menos negócios, de acordo com traders e corretores. Os movimentos mostram como a pressão de liquidez está aumentando em um mercado dominado por pequenos players que não estão preparados para essas chamadas massivas por dinheiro. Isso contribuiu para mais oscilações nos preços com menos liquidez na bolsa. O cacau, outra commodity quente do ano, passou por problemas semelhantes.

“É um momento seriamente turbulento e muito, muito difícil para os traders”, disse Kit Gulliver, diretor dos traders de café Origin Commodities Ltd. e Dragon Commodities Ltd., sediados no Reino Unido. “Você tem que mudar a maneira como aborda essas coisas. Ficar sentado ali fazendo o que fazer habitualmente é uma receita para sangrar dinheiro.” Os comerciantes precisam proteger o café quando o transportam de produtores em países como Brasil, Vietnã ou Guatemala para compradores principalmente na Europa e nos EUA. Quando um comerciante se compromete a comprar café físico a preços relacionados à bolsa, ele geralmente vende no futuro para proteger, ou proteger, contra a queda do valor dessa carga. Um consultor do maior produtor, o Brasil, estimou que até US$ 7 bilhões de margem foram chamados no mercado de café em novembro.

Os bancos têm oferecido há algum tempo produtos de grandes grupos conhecidos como “swaps de liquidez”, onde, por uma taxa, o banco essencialmente mantém os hedges de um cliente por um tempo definido. As estruturas significam que os traders podem evitar as chamadas de margem associadas até que as cargas sejam entregues, embora eles possam eventualmente ter que pagar mais se os preços não caírem até o momento em que seu acordo terminar. Na recente alta do café, corretoras e grupos de serviços financeiros também têm oferecido o produto a clientes menores, de acordo com traders. “Definitivamente houve um aumento nas solicitações desses produtos”, disse Albert Scalla, vice-presidente sênior de negociação da StoneX Group Inc., acrescentando que a empresa oferece swaps de liquidez de forma limitada aos clientes. Os traders também usam os swaps para mitigar outras formas de garantia, como a margem inicial necessária para fazer hedges, disse ele.

Os acordos de recompra ou “repo” também estão se tornando mais importantes para a indústria. Aqui, os comerciantes vendem ao seu banco ou corretor a carga real de café, obtendo dinheiro temporário e evitando a pressão de preços em movimento. Eles então compram de volta ou recompram a carga com juros adicionais acordados em um tempo determinado. “Tem havido muita atividade fora da bolsa, seja por meio de bancos fazendo swaps de liquidez ou realmente comprando ativos físicos do mercado e vendendo de volta para eles mais tarde para liberar algum dinheiro”, disse Drew Geraghty, corretor de commodities leves do TP ICAP Group Plc. Ainda assim, se os crescentes estoques nos armazéns da ICE servirem de indicação, um último recurso é simplesmente negociar menos e reduzir a quantidade de café mantida em trânsito. Isso não quer dizer que não seja um momento lucrativo para estar no mercado. A Louis Dreyfus Company disse em seu relatório financeiro do primeiro semestre em setembro que os resultados de sua divisão de café foram um destaque e melhoraram em parte devido a melhores margens de originação.

Produção do Vietnã enfrenta desafios em meio às mudanças climáticas

O setor de café do Vietnã enfrenta uma mistura amarga de desafios. O segundo maior produtor de café do mundo, atrás do Brasil, prevê uma queda de 20% na produção para o ano-safra de 2023-2024, caindo para 1,47 milhão de toneladas ( 24,5 milhões de sacas ). Isso marca uma baixa de quatro anos, sobrecarregando o fornecimento global de Robusta. A mudança climática assume o centro do palco neste drama que se desenrola. Padrões climáticos incomuns assolam o Planalto Central, o coração do café do Vietnã . As estações secas precoces e as ondas de calor prolongadas esgotam os reservatórios de água, ameaçando a produtividade das colheitas. Os agricultores enfrentam riscos de seca, levando os preços domésticos do café a novos patamares.

No entanto, o futuro do setor está em jogo. Árvores de café envelhecidas, produção em pequena escala e infraestrutura de processamento desatualizada agravam os desafios relacionados ao clima. O governo e as partes interessadas da indústria estão explorando práticas agrícolas sustentáveis ​​e técnicas de irrigação aprimoradas para salvaguardar a produtividade a longo prazo. À medida que a história do café do Vietnã se desenrola, seu resultado repercutirá nos mercados globais. A capacidade do país de se adaptar às condições de mudança determinará se ele pode manter sua posição como uma potência do café ou enfrentar um declínio gradual na produção.
    
A atividade de comercialização de café no Vietnã continuou tranquila em meio aos feriados, enquanto a colheita em andamento na principal área de cultivo do país está sendo prejudicada por chuvas incomuns. Os comerciantes disseram que as chuvas no Planalto Central estão afetando a colheita em andamento, pois os agricultores não conseguem secar os grãos recém-colhidos. "Ainda restam de 20% a 30% dos grãos nas plantas de café, mas os agricultores não conseguem colhê-los", disse outro comerciante da região, acrescentando que a chuva deverá afetar a qualidade dos grãos.

O Departamento Geral da Alfândega do Vietnã informou que os resultados acumulados das exportações do Vietnã no ano-safra de café de 2023/24 atingiram 20.910 milhões de sacas, queda 12,26%, ou 3.397.533 sacas, em comparação com 2022/23, atingindo 24.308 sacas (1.459,056 toneladas). A Associação de Café e Cacau do Vietnã (Vicofa) informou que o valor das exportações de café durante todo o ano cafeeiro de 2023/24 atingiu US$ 5,43 bilhões, o maior volume de exportações da história numa época cafeeira no Vietnã. Este valor de exportação aumentou 33,10% em comparação com a safra 2022/23, marcando a primeira vez que o maior exportador mundial de café robusta para o mercado consumidor tem um volume de negócios de exportação de café superior a US$ 5 bilhões.

Ótimo final de semana e feliz ano novo

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