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Irrigação e sustentabilidade: o papel do “Programa Café Produtor de Água”


A gestão eficiente da água é essencial para a segurança hídrica e o desenvolvimento sustentável das regiões cafeeiras. O Conselho Nacional do Café (CNC) reconhece a irrigação como umas das ferramentas estratégicas para aumentar a produtividade e garantir a sustentabilidade do setor em determinadas regiões. Nesse contexto, o “Programa Café Produtor de Água” tem se destacado como uma iniciativa inovadora na cafeicultura.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o Brasil pode expandir sua área irrigada em 76% até 2040, respeitando a legislação ambiental. Minas Gerais, maior produtor de café do país, representa 12% desse potencial. Durante o XVIII Seminário de Políticas Públicas para o Setor Rural, realizado em outubro de 2024, a equipe do Secretário de Agricultura de Minas Gerais, Thales Fernandes, apresentou dados reforçando essa perspectiva. O Governador Romeu Zema destacou a importância da Política Estadual da Agricultura Irrigada Sustentável, sancionada em julho de 2024, para orientar o uso responsável da água.

Dados do Atlas da Irrigação da ANA – leitura obrigatória para o produtor rural brasileiro – revelam que o Brasil é o sexto país com maior área irrigada do mundo, com 8,2 milhões de hectares, sendo 96,2% em propriedades privadas. Entre 2010 e 2022, a área irrigada por pivôs centrais cresceu 225%, com Minas Gerais concentrando cerca de 500 mil hectares. O Atlas projeta a incorporação de 4,2 milhões de hectares até 2040, o que equivale a 22% da área agropecuária atual do Brasil.

Culturas como tomate, arroz, pimentão, cebola, batata, alho, frutas e verduras dependem fortemente da irrigação.

Na lavoura de café não é diferente, as plantas, em sua fase inicial, precisam de umidade adequada para desenvolver o sistema radicular e crescer vigorosamente. Raízes robustas e profundas permitem a absorção da água e de nutrientes essenciais, garantindo maior resistência da planta a períodos de seca. Outra fase crítica é a abertura das flores, onde a falta de água pode levar ao abortamento, além de comprometer o enchimento de grãos, diminuindo a produtividade. As irregularidades do clima, com períodos mais estendidos de seca, déficit hídrico e temperaturas elevadas, estão preocupando cada vez mais os produtores que já estão buscando alternativas para garantir a produção sustentável.

O Programa Café Produtor de Água nasceu em 2021, tendo como idealizador o Conselho Nacional do Café junto às suas cooperativas associadas, contando com os seguintes parceiros: o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as Prefeituras Municipais, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB – Sescoop), o Banco Sicoob, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA),a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Campus Monte Carmelo.

Os objetivos são bem claros: cuidar do meio ambiente com a preservação dos recursos hídricos, das vegetações e matas ciliares, plantio de árvores e proteção dos mananciais, além de proporcionar a recuperação de estradas vicinais, fundamentais para escoamento da produção e para o deslocamento do trânsito dentro do município, melhorando a qualidade de vida da população rural. Como consequência, evita o assoreamento de rios e lagos, promove proteção de nascentes, oferece a construção de bacias de contenção, evitando assim, erosões.

São adotadas diversas práticas conservacionistas para a preservação do solo e da água nas lavouras de café. No âmbito vegetativo, destaca-se o reflorestamento nas margens de rios e córregos, a recuperação de áreas degradadas e o uso de plantas de cobertura entre as linhas do cafeeiro. Essas medidas garantem a cobertura do solo durante todo o ano, com manejo adequado das roçadas em períodos estratégicos.

Já as práticas conservacionistas mecânicas incluem a construção de pequenas bacias para captação da água da chuva (barraginhas), que evitam a erosão e a formação de sulcos, além da adequação das estradas vicinais com elevações e terraços que reduzem a velocidade da água pluvial, conduzindo-a para as barraginhas laterais das estradas.

Ao implementar essas ações em suas propriedades, os produtores rurais são incentivados por meio do apoio das prefeituras e dos departamentos técnicos das cooperativas, que desempenham um papel fundamental na disseminação de práticas conservacionistas. Essa parceria contribui diretamente para a conservação dos recursos hídricos e do solo, melhora a produtividade do café e ainda possibilita o acesso aos benefícios do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), fortalecendo a sustentabilidade e a viabilidade econômica da atividade cafeeira.

A implementação eficaz dos PSA´s é, portanto, uma estratégia fundamental para o sucesso dos programas de conservação, incentivando a participação ativa dos produtores na gestão integrada e responsável das bacias hidrográficas, equilibrando as necessidades ambientais, econômicas e sociais.

O Banco Sicoob patrocina o pagamento por serviços ambientais efetuados aos produtores participantes do Café Produtor de Água.

O Programa está sendo desenvolvido em diversas regiões cafeeiras. Em Alpinópolis (MG), o projeto-piloto já está em execução em propriedades de cooperados da Cooxupé, na Bacia do Ribeirão da Conquista.

Em Monte Carmelo (MG), foi renovada a parceria com a prefeitura para proteger a Bacia do Córrego Santa Bárbara, beneficiando 27 propriedades de produtores da MonteCCer. Em Varginha (MG), iniciaremos em breve a atuação na região em parceria com Minasul e Sicoob Credivar. No Espírito Santo, trabalhamos na definição das bacias junto à Cafesul, Coabriel e Nater Coop.

Em 2025, o CNC continuará mostrando para o mundo, em especial o mercado cafeeiro, a importância do projeto, dedicando atenção especial ao Programa Café Produtor de Água, investindo esforços, tempo e recursos para sua ampliação e fortalecimento. Com o apoio das cooperativas a iniciativa continuará promovendo práticas conservacionistas que garantem o uso eficiente da água, a preservação dos recursos hídricos e o aumento da sustentabilidade na cafeicultura. O compromisso do CNC reforça a importância da gestão responsável da água como um fator essencial para a produtividade e a resiliência do setor cafeeiro.

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Contrato Cotação Variação
Março 383,35 + 2,45
Maio 377,40 + 3,05
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Contrato Cotação Variação
Março 5.558 + 24
Maio 5.548 + 28
Julho 5.481 + 28
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  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2420,00
    Moka R$ 2620,00
    Safra 23/24 20% R$ 2660,00
    Peneira14/15/16 R$ 2740,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2670,00
    Certificado 15% R$ 2710,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2730,00
    Duro/riado/rio R$ 2420,00
  • Franca
    Descrição Valor
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    Safra 23/24 15% R$ 2670,00
    Moka R$ 2630,00
    Duro/Riado 15% R$ 2480,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2670,00
    Safra 23/24 25% R$ 2650,00
    Peneira 17/18 R$ 2900,00
    Rio com 20% R$ 2270,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 2660,00
    Safra 23/24 30% R$ 2640,00
    Escolha kg/apro R$ 42,00
    Duro/Riado 20% R$ 2450,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2670,00
    Safra 23/24 25% R$ 2650,00
    Duro/riado 25% R$ 2450,00
    600 defeitos R$ 2520,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 2670,00
    Conilon/Vietnã R$ 1800,00
    Cepea Arábica R$ 2560,36
    Cepea Conilon R$ 2072,66
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 2120,00
    Conilon T. 7 R$ 2110,00
    Conilon T. 7/8 R$ 2100,00