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O "squeeze" financeiro trava completamente o mercado global de café


Por José Roberto Marques da Costa

O volume de negócios em NY ficou em 38.315 lotes, 9.550 lotes a menos ante a quinta-feira quando volatilidade chegou a 14,55 cents. Maio fechou queda de 8,50 cents ( 2,20% ) a 377,20 cents, variou 12,75 cents, de 373,25 cents a 386,00 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 377,93 cents, acumulando na semana queda de 7,20 cents e no mês alta de 4,15 cents. O volume em Londres atingiu 10.631 lotes, 448 lotes a menos ante a quinta-feira, quando variou US$ 110. Maio fechou em queda US$ 131 ( 2,36% ) a US$ 5.397/t, variando US$ 130, de US$ 5.372/t a US$ 5.502/t., rompendo dois suporte do dia em US$ 5.456/t e US$ 5.391/t., na semana acumula alta de US$ 44 e no mês alta de US$ 67 a tonelada.

Devido ao estress climáticos nos últimos 6 meses no Brasil, todas as atenções do mercado seguem voltadas a safra de 2025, estas precupações está contagiando todos os setores do mercado, os fundos de hedge estão contratando especialistas em clima para navegar nos mercados de commodities agrícolas, como café e cacau, para evitar futuras supresas deagradáveis. Os comerciantes disseram que o mercado do robusta está sendo sustentado pelo ritmo lento das vendas dos agricultores no Vietnã, que preferem negociar a pimenta, que está com os preços mais altos dos últimos dez anos, do que o café. Os agricultores ainda podem ter de 30% a 40% de seus estoques, esperando preços mais altos", disse um negociante.

A "desconexão" significativa entre preços no mercado físico e no mercado futuro está provocando um "squeeze" financeiro que está travando o mercado global de café dando combustível para um volatilidade sem precedentes.  Para a Cecafé, o "squeeze" financeiro do setor, com redução de linhas de crédito, que não acompanharam a alta do café commodity em dólar ou em reais,  reduzindo do fluxo de comércio. Nos últimos dez pregões em NY, a volatilidade média diária  atingiu cerca 15,00 cents, na semana passada, segunda foi de 16,90 cents, terça 15,95 cents, quarta 16,55 cents, quinta 22,15 cents, sexta 13 cents e nesta semana, segunda foi 10,75 cents, terça 13,50 cents, quarta 13,25 cents, quinta  14,55 cents e na sexta 12,75 cents.

O forte suporte do início da semana em  380 cents foi rompido na quinta e sexta-feira,  levando a mínima de 373,25 cents com a continuidade da forte volatilidade que chega a 15,00 cents no últimos 10 pregões. Com o mercado operando dentro de forte falta de liquidez, os fundamentos como gráficos técnicos, déficit mundial, queda de safra dos principais produtores, estresses climático, chuva, variação do dólar e estoques certificados, ficam totalmente ignorados, a continuidade deve continuar nos próximos pregões  rompendo primeiro suporte ou ultrapassando primeira resistência, até chegar a um ponto de equilibro de mercado. Na segunda-feira, o diferencial entre os dois está 12,75 cents,  os suportes estão em 371,63 cents, 366,07 cents e 358,88 cents e as resistências em 384,38 cents, 391,57 cents e 397,13 cents

Na análise de hoje de manhã da Economies.com, o preço do café teve que adiar o rali de alta, rastejando abaixo do nível de 406,00 cents recentemente, para formar negociações laterais mistas, fixando-se perto de 385,00 cents agora, observando que a estabilidade principal acima da linha de suporte do canal de alta em 366,00 cents. A tentativa estocástica de fornecer o momentum positivo nos permitem manter a visão geral de alta, visando 406,00 cents como primeira meta, enquanto superá-lo pode estender as negociações em direção à próxima meta principal em 426,00 cents.

O relatório da CFTC referente a 11 de março, mostram que os grandes fundos diminuíram suas posições compradas em 3.158 lotes e suas posições vendidas em 1.322 lotes, neste período a variação de março passou de 398,40 cents a 393,75 cents, queda de 4,65 cents. Os dados  mostraram queda de 4,5% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram alta de 1,8%, passando 218.866 lotes para 222.380 lotes.

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 37.265 posições líquidas compradas, sendo 44.863 posições compradas e 7.594 posições vendidas, menor nível histórico, no último dia 11. No relatório anterior, referente a 04 de março, eles tinham 39.049 posições líquidas compradas sendo 48.021 posições compradas e 8.912 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram em 4,2% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 11, saldo de 77.984 posições líquidas vendidas, sendo 44.750 posições compradas e 122.734 vendidas. No relatório anterior do dia 04, possuíam 81.445 posições líquidas vendidas, sendo 41.034posições compradas e 122.529 vendidas. 

 Esta semana a Bloomberg News publicou um ótimo artigo analisando a alta sem precedentes nos contratos futuros de cacau e café está deixando os traders tão sem dinheiros que muitos não têm capital suficiente para embarcar das duas commodities ao redor do mundo. O aumento dos preços forçou os traders a depositar grandes somas de dinheiro na bolsa de NY para respaldar suas posições futuras. Com tanto caixa bloqueado, ficou muito difícil financiar cargas par exportar os grãos de onde são produzidos para mercados consumidores.

Para pior a situação, um mercado em alta levou produtores que venderam a preços mais baixos a entrar em default, deixando os traders sem o fornecimento necessário. A fabricante de chocolate Hershey argumenta que há uma "desconexão significativa" entre preços no mercado físico e no mercado futuro, e que a falta de liquidez está permitindo uma volatilidade sem precendentes. " O mercado à vista e a disponibilidade de financiamento, esse é o problema", disse Pam Thornoton, uma trader veterana de commodities, que é mais conhecida por seu papel no antigo hedge fund de cacau Armajaro Assset Manasgement.
 
 Os futuros de cacau negociado em NY quase tripicaram no ano passado com o clima seco e a disseminação de doenças que prejudicaram aas safras na África Ocidental, que responde por cerca de 60% do formecimento global da commodity.  Embora os preços tenham caído 28% em 2025, eles ainda são mais do que o dobro da média da última década. A alta do café ocorreu logo depois, com uma safra menor do que esprado no maior produtor, o Brasil, ajudando a impulsionar os futuros de NY para uma alta de 20% este ano. Issso se soma a um ganho de quase 70% em 2024.

Muitas empresas que compram e vendem cacau também negociam café, tornando a crise de liquidez ainda maior. Hás uma série de pequenos participantes, que têm muito menos acesso a capital. A Olam, que negocia café e cacau, viu seu capital de giro aumentar 68% em relação ao ano anterior "devido a aumentos acentudos e sem precendentes nos preços das commodities, principalmente cacau e café", de acordo com uma apresentação de resultados financeiros do mês passado.

No início deste ano, o preço do café e do cacau no mercado físico caiu o suficiente para os traders pudessem lucrar com a compra dos produtos e os transdporte deles para os  armazéns nos EUA  para entrega na bolsa. No entanto.isso simplesmente não acontceu de foram significativa. "No mês passado, era possível comprar cacau de vários países produtores, principalmente do Equador, e entrega-lo à bolsa com lucro- se vocês tivesse dinheiro para isso", disse Thornton .

Atualmente, apenas algumas firmas têm o poder para assumir um nova posição para movimentar café dos países produtores ora os consumidores, mesmo que haja uma arbitragem, disse Tomas Araújo, associado de tranding da StoneX, uma corretora que também opera no mercado físico. Os traders de café também lutam com uma escassez de contêneres, o que está atrasando as remessas de alguns países.

Os torrefadores também não têm incentivo para manter os estoques, pois os futuros com prazo mais longos valem menos - o que significa que eles perdem dinheiro quanto mais tempo mantêm o estoque.
"Ofertas é umas coisa - acho que o mercado meio que sabe quanto café haverá", disse Araújo. " O problema é: o café conseguirá sair do porto e chegar ao destino a tempo?" Os suprimentos globais de café devem ficar abaixo da demandapor uma quinta temporada de acordo com a Volcafé, um das maiores tradings de café do mundo.A Marex espera um pequeno excesso de oferta. O mercado de cacau finalmente deve retornar a um fra´gil superávit apósd uma escassez recorde na temporada.

Segundo os dados das últimas trêz previsões de safras, a produçõ de arábica deve ficar entre 34,7 milhões a 36,46 milhões de sacas, a diferença maior está da produção de conilon que chega mais de 6 milhões de sacas.  Segundo a corretora Pine Agronegócios, a safra brasileira deve chegar a 59,75 milhões de sacas, sendo  36,46 milhões de sacas de arábica e 23,29 milhões de sacas de conilon. Segundo o IBGE, a produção teve atingir 52,8 milhões de sacas, sendo  34,9 milhões de sacas de arábica e 17,9 milhões de sacas de conilon. A Conab estimou safra de 51,8 milhões de sacas, sendo  34,7 milhões de arábica e 17,1 milhões de conilon. A várias semanas atrás, conversando com vários setores do mercado, Agnocafé tinh antecipado de uma safra abaixo de 52 milhões de sacas e um esperte do mercado de café disse " se passar de 50 milhões de sacas, os compradores tem que mandar celebrar uma missa de agradecimento a Deus". 

JDE Peet's divulga declaração sobre disponibilidade no mercados europeus

 Em relação à indisponibilidade de seus produtos em algumas redes de supermercados na Holanda e na Alemanha, a JDE Peet's – empresa líder mundial em café e chá – emitiu a seguinte declaração na quinta-feira, 13 de março de 2025.

"Na JDE Peet's, o amor dos nossos consumidores por café é o que nos move. Nas últimas semanas, alguns dos nossos consumidores na Holanda e na Alemanha não conseguiram encontrar seus produtos favoritos nas prateleiras de certos varejistas. Temos o prazer de informar que já fechamos acordos com varejistas para 90% de nossas vendas globais e estamos confiantes de que todos os nossos consumidores na Europa em breve poderão encontrar nossos produtos novamente nas prateleiras dos supermercados.

Nossos preços para supermercados refletem as condições de mercado, a qualidade do produto e nossos compromissos com a inovação e a sustentabilidade. Nosso objetivo sempre foi, e continua sendo, trabalhar com varejistas em um espírito de parceria para garantir que nossos produtos de café de alta qualidade amados por nossos consumidores estejam sempre disponíveis a eles.

Os preços do café verde dobraram desde o ano passado, principalmente devido às condições climáticas extremas que afetaram os principais países produtores de café, a diversas interrupções na cadeia de suprimentos e a fatores macroeconômicos e geopolíticos mais amplos (veja como referência estes índices: Preços de Futuros do Café Robusta e Preços de Futuros do Café C).

Acessibilidade e disponibilidade são essenciais, e continuamos comprometidos em manter nosso café acessível, garantindo que todos possam aproveitar nossos produtos de café. Em linha com esse compromisso, continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para equilibrar acessibilidade com qualidade. Em última análise, os supermercados definem os preços ao consumidor.

Manter preços justos é essencial para garantir margens razoáveis ??que alimentem iniciativas de crescimento sustentável. Como líder de categoria, continuamos comprometidos em criar valor em toda a cadeia de suprimentos, desde o suporte aos cafeicultores até a entrega aos consumidores e varejistas de produtos de café inovadores, de alta qualidade e agradáveis.”

Vietnã produziu 26,5 milhões de sacas na safra 2024 25, diz Vicofa

  A produção de café do Vietnã nesta temporada deve ser menor que a do ano anterior devido ao mau tempo, agravando a escassez de oferta que fez os preços globais dispararem. A  produção está prevista em 26,5 milhões de sacas para 2024-25, disse Nguyen Nam Hai, presidente da Vietnam Coffee and Cocoa Association, conhecida como Vicofa. Isso é menor do que a estimativa de dezembro do grupo e se compara a 27 milhões de sacas em 2023-24.

Os suprimentos globais ficaram mais apertados após problemas de colheita em outros produtores importantes, como o Brasil, com os futuros do robusta em Londres subindo quase 70% no ano passado. Para o Vietnã, a seca impactou a safra, disse Hai em uma entrevista no Buon Ma Thuot Coffee Festival na província de Dak Lak.

“Estamos enfrentando uma escassez de café este ano por causa dos muitos eventos climáticos, eventos fortes” em áreas de cultivo ao redor do mundo, Vanúsia Nogueira, diretora executiva da Organização Internacional do Café, disse em uma entrevista. “Estamos com estoques muito curtos.” A colheita de 2024-25 do Vietnã está nos estágios finais e os grãos logo estarão se desenvolvendo para a próxima temporada. A floração do cafeeiro "parece boa" até agora porque houve bastante chuva, disse Hai, da Vicofa, o que pode ser benéfico para o fornecimento futuro.

Fundos de hedge contrata  profissionais do clima, incluindo cientistas de dados e meteorologistas

Segundo o analista do Vietnã Nguyen Quang Bing, os Fundos de hedge estão contratando especialistas em clima para navegar nos mercados de commodities – A negociação de commodities, especialmente gás natural e commodities agrícolas, como café, cacau e grãos, é significativamente afetada pelas condições climáticas.

Por exemplo, neste ano, o frio recorde nos Estados Unidos fez os preços do gás natural dispararem no mercado futuro, enquanto os temores de mau tempo no Brasil, o maior produtor de café do mundo, levaram os preços do café arábica de Nova York a uma alta histórica. É por isso que muitos fundos de hedge contratam meteorologistas para orientar suas negociações no mercado. Sabe-se que os pacotes salariais anuais de profissionais seniores variam de US$ 750.000 a US$ 1.000.000.

Espera-se que os fundos de hedge contratem 23% mais profissionais do clima, incluindo cientistas de dados e meteorologistas, em 2024 do que no ano anterior, de acordo com o Proco Group, uma empresa de recrutamento de executivos. O pacote salarial médio para essa profissão também aumentou em 18%, significativamente maior do que o salário médio de US$ 93.000 para cientistas atmosféricos e meteorologistas em 2023, segundo o relatório do Bureau of Labor Statistics dos EUA.  Assim, a demanda por especuladores financeiros neste campo demonstra a importância do clima na manipulação de preços nas bolsas.

 NCA pede à administração Trump que isente o café de tarifas

A Associação Nacional de Café dos Estados Unidos pediu ao governo Trump que isentasse o produto de quaisquer tarifas, dizendo que as taxas adicionais já adotadas no Canadá e no México poderiam aumentar os preços nos EUA em até 50%. Em uma carta vista pela Reuters, o presidente e CEO da NCA, Bill Murray, disse ao representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, que não há alternativa ao café importado, "ao contrário de outros casos em que as tarifas podem abordar práticas desleais ou incentivar produtores nacionais".

A NCA tem mais de 200 membros, incluindo importadores, exportadores, comerciantes, corretores, torrefadores e varejistas de café. O grupo da indústria disse que o setor contribui com US$ 343 bilhões por ano para a economia dos EUA, com três em cada quatro americanos sendo bebedores regulares de café. A indústria de café norte-americana é altamente interconectada, com operações de torrefação, embalagem e comercialização nos EUA, Canadá e México, então as tarifas extras dos EUA criaram grande incerteza.

A maioria dos tipos de café está excluída do acordo de livre comércio USMCA entre os EUA, México e Canadá, então eles provavelmente estariam sujeitos a taxas extras imediatamente quando a tarifa adicional de 25% dos EUA entrar em vigor. A NCA também pediu ao governo que se abstivesse de impor quaisquer tarifas aos países produtores de café, dizendo que isso teria "consequências ainda mais significativas". Os EUA são o maior importador e consumidor mundial da bebida.

O Brasil é o maior fornecedor de café para os Estados Unidos, que também compra grandes quantidades da Colômbia e de outros países da América Central e do Sul. Há conversas em andamento entre alguns desses países e a administração dos EUA.

Ótimo final de semana

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Contrato Cotação Variação
Maio 389,05 + 9,30
Julho 385,20 + 9,80
Setembro 380,35 +10,00
Contrato Cotação Variação
Maio 5.372 + 103
Julho 5.406 + 111
Setembro 5.374 + 111
Contrato Cotação Variação
Maio 495,20 +11,40
Julho 485,15 +12,95
Setembro 470,60 + 6,20
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,6830 - 0,39
Euro 6,1320 - 0,60
Ptax 5,7051 - 0,65
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2430,00
    Moka R$ 2670,00
    Safra 23/24 20% R$ 2770,00
    Peneira14/15/16 R$ 2890,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2350,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2850,00
    Safra 23/24 15% R$ 2780,00
    Certificado 15% R$ 2820,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2800,00
    Safra 23/24 15% R$ 2780,00
    Moka R$ 2650,00
    Duro/Riado 15% R$ 2500,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2780,00
    Safra 23/24 25% R$ 2760,00
    Peneira 17/18 R$ 3000,00
    Rio com 20% R$ 2340,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 2770,00
    Safra 23/24 30% R$ 2750,00
    Duro/Riado 20% R$ 2430,00
    Escolha kg/apro R$ 38,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2780,00
    Safra 23/24 25% R$ 2760,00
    600 defeitos R$ 2670,00
    Duro/riado 25% R$ 2500,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 2780,00
    Cepea Arábica R$ 2559,28
    Cepea Conilon R$ 1913,76
    Conilon/Vietnã R$ 1790,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 2000,00
    Conilon T. 7 R$ 1980,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1960,00