Oscilações das cotações do café refletem insegurança com mercados globais

Santos, sexta-feira, 14 de março de 2025

Continuou nesta semana o “sobe e desce” das cotações do café, na ICE Futures US em Nova Iorque e na ICE Europe em Londres.

Em nossa opinião, sem mudanças nos fundamentos do mercado de café, que permanecem os mesmos, essas fortes oscilações nas cotações do café, em Nova Iorque e Londres, refletem a atual insegurança dos mercados globais com as profundas mudanças na condução da política e da economia americana, adotadas pelo novo Presidente dos EUA, nos primeiros 50 dias de seu novo mandato. As declarações e decisões do Presidente Trump, confrontam todo o sistema internacional construído nos últimos 80 anos, sob a liderança dos Estados Unidos, desde que saíram vitoriosos da 2ª Grande Guerra Mundial.

Os preços do ouro ultrapassaram a casa dos US$ 3 mil a onça (31,1 gramas) pela primeira vez na história, impulsionados por uma onda de compras dos bancos centrais, pela fragilidade econômica em todo o mundo e pelas tentativas do presidente Donald Trump de reescrever as regras do comércio global, impondo tarifas a aliados e rivais estratégicos. Esse movimento faz com que o ouro volte a desempenhar seu papel secular como reserva de valor em tempos turbulentos e como indicador do medo nos mercados. No último quarto de século, o preço do produto aumentou 10 vezes, superando até mesmo o S&P 500, a referência para as ações dos EUA, que quadruplicou no mesmo período (fonte: Bloomberg).

Ontem, o CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de fevereiro foram embarcadas 3.273.877 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 10,4 % (377.973 sacas) menos que no mesmo mês de 2024 e 18,2 % (729.768 sacas) menos que no último mês de janeiro. Foram 2.769.883 sacas de café arábica (queda de 16,03 %, ou 528.839 sacas em relação a janeiro de 2025) e 226.127 sacas de café conilon (queda de 32,3 % ou 107.674 sacas em relação a janeiro de 2025), totalizando 2.996.010 sacas de café verde embarcadas, que somadas a 274.890 sacas de solúvel (queda de 24,91 % ou 91.216 sacas em relação a janeiro de 2025) e 2.977 sacas de torrado, totalizaram 3.273.877 sacas exportadas em fevereiro último.

Nos dois primeiros meses de 2025, janeiro e fevereiro, os embarques brasileiros recuaram 5,4 % ou 416 mil sacas em relação ao mesmo período de 2024.

O Porto de Santos permaneceu como o principal exportador dos cafés do Brasil no primeiro bimestre, com 5,637 milhões de sacas e representatividade de 77,5% no total. Na sequência, vieram o complexo portuário do Rio de Janeiro, que respondeu por 18,2% dos embarques ao remeter 1,323 milhão de sacas ao exterior, e o Porto de Paranaguá (PR), que exportou 84.203 sacas e teve representatividade de 1,2%.

Os contratos de arábica com vencimento em maio próximo na ICE Futures US em Nova Iorque, oscilaram hoje 1.275 pontos entre a máxima e a mínima, batendo em US$ 3,8600 na máxima do dia, em alta de 30 pontos. Fecharam valendo US$ 3,7720, com perdas de 850 pontos. Ontem caíram 105 pontos e anteontem 700 pontos. Na terça-feira subiram 975 pontos e na segunda, recuaram 40 pontos. Somaram queda nesta semana de 720 pontos. Subiram na semana passada 1.135 pontos e caíram na semana anterior à passada 1620 pontos. No mês de fevereiro, esses contratos para maio próximo somaram alta de 170 pontos. No mês de janeiro subiram 5.650 pontos.

Na ICE Europe, os contratos de robusta para maio próximo bateram, na máxima do dia, em 5.527 dólares por tonelada. Fecharam o pregão valendo 5.397 dólares, em queda de 131 dólares. Ontem subiram 20 dólares e anteontem caíram 44 dólares. Na terça-feira subiram 177 dólares e na segunda, tiveram ganhos de 22 dólares. Subiram nesta semana 44 dólares e 23 dólares na semana passada. Caíram 387 dólares na semana anterior à passada. No mês de fevereiro somaram queda de 364 dólares por tonelada. No mês de janeiro esses contratos subiram 889 dólares.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram hoje 5.541 sacas. Estão em 796.736 sacas. Há um ano eram de 467.825 sacas. Subiram nesse período 328.911 sacas. Somaram queda nesta semana de 1.090 sacas. Subiram na semana passada 7.762 sacas e na semana anterior à passada 17.589 sacas. No mês de fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro recuaram 112.385 sacas. Neste ano de 2025, até esta sexta-feira, esses estoques certificados caíram 186.366 sacas.

O dólar caiu hoje 0,95 % frente ao real, fechando o dia a R$ 5,7440. Encerrou a semana passada a R$ 5,7900 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,9160.

Em reais por saca, os contratos para maio próximo na ICE Futures US fecharam hoje valendo R$ 2.866,03. Fecharam a última sexta-feira valendo R$ 2.944,12. Encerraram a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.919,37.

O mercado físico brasileiro permaneceu calmo, praticamente paralisado, por toda a semana. O valor das ofertas impediu o fechamento de negócios. Há interesse comprador para todos os padrões de café, entretanto, nas bases de preço oferecidas no mercado, os vendedores recuam e os negócios não são concluídos. O volume de vendas continua abaixo do necessário para atender às necessidades do consumo interno e exportação.

Até dia 14, os embarques de março estavam em 2.772.860 sacas de café arábica, 226.127 sacas de café conilon, mais 274.890 sacas de café solúvel, totalizando 3.273.877 sacas embarcadas, contra 3.976.765 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 3.115.656 sacas, contra 4.592.748 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 7, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 720 pontos ou US$ 9,52 (R$ 54,71) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE, fecharam no dia 7 a R$ 2.944,12 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.866,03. Hoje, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 850 pontos.

Escritório Carvalhaes

Comentarios

Inserir Comentário