Com previsão modesta, safra de café tem início em Jaú(SP)
Segunda maior produção agrícola em Jaú, a safra de café tem início em meio a perspectivas mais modestas de produção, no comparativo com o ano passado. Produtores estimam colher 20% a menos que em 2016 – o que é considerado normal, dada à característica bienal do produto. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o saldo será de 1,7 mil toneladas, considerando as lavouras tradicionais e as irrigadas.
No Estado, a safra é simbolicamente iniciada no próximo dia 24, em cerimônia realizada em São Paulo. Muitas lavouras, no entanto, já iniciaram a colheita há algumas semanas – mas os produtores precisaram interromper a panha em razão do tempo chuvoso. Pesa em favor da região a predominância dos terrenos planos, que favorecem a mecanização.
Na propriedade do engenheiro agrônomo Rodrigo Musagante Grana, a lavoura ocupa 60 hectares. Neste ano, o produtor apostou no plantio do café irrigado em outros 10 hectares, que estará apto para colheita em até três anos. Nesta safra, o clima ajudou a amenizar os efeitos da bienalidade. “Choveu bem, a lavoura se desenvolveu e os grãos estão bem formados”, diz.
A classificação predominante do café em Jaú é a de bebida dura – que provoca o sabor seco e áspero (adstringente). A cotação para a saca de 60 quilos, na última sexta-feira, era de R$ 450. Apesar do consumo interno, há prevalência da exportação.
Sem excessos
A produção das lavouras em Jaú é beneficiada e padronizada na Cooperativa Agrícola da Zona do Jahu. O presidente Carlos Eduardo Nabuco de Araújo, mantém a projeção modesta.
“A perspectiva é para uma produção normal, sem excesso, apesar de o clima ter sido positivo para o café neste ano”, diz.
Em termos de produção, o grão “perde” apenas para a cana-de-açúcar, que praticamente monopoliza as grandes propriedades da região. Em área plantada, o café é o terceiro, sendo superado também pela soja (2,5 mil hectares).
O chefe da agência do IBGE, Paulo Roberto Devides, afirma que a aposta nas culturas secundárias é uma tendência, o que leva ao aumento da produção da soja e do café e à manutenção das lavouras de cana.