Consumo de café em excesso contribui para a infertilidade
Com sabor inconfundível e um cheiro marcante, o café está presente no dia-a-dia dos brasileiros. A bebida é a segunda mais consumida no país, perdendo apenas para água, de acordo com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Mas apesar de toda esta popularidade, que torna o ato de tomar café algo natural na vida das pessoas, não se pode perder de vista que a bebida, do mesmo jeito que traz uma série de benefícios, também tem seu lado prejudicial se consumido em excesso.
É isto que explica a nutricionista Ivana Barbosa. Em entrevista ao Portal O Dia, ela fala um pouco sobre prós e contras da inclusão do café na dieta cotidiana do brasileiro. Segundo a profissional, o exagero no consumo, além de causar dependência, pode influenciar diretamente no sistema reprodutor. Mulheres que tomam muito café, por exemplo, têm 27% de chances de não conseguir engravidar.
"Mas mulheres, o excesso de cafeína reduz as atividades dos músculos que levam os óvulos até o útero ou interrompe a ação das células presentes nas tubas uterinas. Nos homens, a cafeína reduz a produção de testosterona, principal hormônio masculino ligado ao desempenho sexual e crescimento muscular", explica.
Mas a despeito dos efeitos maléficos que a bebida traz para o corpo se consumida além da conta, o café também tem seus pontos positivos. Ivana elenca alguns destes benefícios: “O café é considerado a melhor opção de energético, pela cafeína ser um estimulante natural. Ele melhora o desenvolvimento do metabolismo, auxiliando no processo de emagrecimento”, diz.
A nutricionista complementa ainda que o café pode ser utilizado no combate à depressão. Em doses moderadas, por exemplo, a cafeína interfere positivamente em nosso humor e na disposição e performance cognitiva, devido aos efeitos psicoestimulantes que possui. Segundo Ivana, são estes efeitos estimulantes da cafeína que ligam intimamente o consumo do café aos hábitos de convívio e de bem-estar social.
E é justamente por conta do efeito estimulante, que muitos brasileiros decidem por incluir o café em sua dieta diária. O recepcionista e estudante Washington Borges afirma que consome a bebida para melhorar seu desempenho no trabalho e nos estudos. "Eu comecei a gostar de café quando eu fazia o terceiro ano do ensino médio e tomava para me manter acordado, para me concentrar no estudo das provas e, no fim, acabei me viciando", afirma.
Quem também já tem o café como parte integrante da rotina é a estudante Gislaine Mendes, que diz consumir a bebida pelo menos cinco vezes por dia. A universitária conta que, no início, o café não lhe apetecia muito, mas a medida que ia crescendo, e por influência da sua mãe começou a consumir pouco a pouco a bebida. “Quando percebi, fui tomando gosto e já não colocava mais nem leite”, diz Gislaine, que hoje inclui o café entre as refeições de manhã, de tarde e de noite.